E você se cansou de esperar...

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— Ela está agitada esses dias, está pequeno demais aqui dentro e ela não parece gostar, principalmente quando me deito.

— Sim, você não tem dormido muito, eu sei.

— Quando durmo, essa pestinha acorda, quando ela fica quietinha e eu acho que vou voltar a dormir, ela acorda de novo e me chuta até arder. Sua filha tem me trollado a noite toda.

— Pestinha?

— É, uma pestinha, nossa pes... Aaai! De novo. Pare de me chutar assim, sua... sua... ‒ Claire disse entre os dentes, os olhos fechados de dor. — É errado eu querer que ela saia já? Sei que falta mais de um mês, mas está ficando pior. Ela é grande e eu sou pequena.

— Não é errado, você tem sentido dor, eu sei que tem, vejo seu rosto e os pulos que você dá quando ela chuta forte. Se eu pudesse, tirava isso de você, a dor, a insônia...

— Não iria tirar sua filha também? Você está doido pra ela nascer.

— Tiraria se fosse seguro, mas sei que ainda é cedo.‒ Íamos entrar na trigésima quinta semana.

— É cedo, mas ela está encaixada, por isso chuta a costela, faz pressão na minha bexiga e no meu quadril. Às vezes acho que ela quer mesmo sair, que está brava e luta pra descer... parece que vai me rasgar.

— Só mais um mês, querida. ‒ Beijei seu ventre.

— Um mês e vamos ter um lindo bebê e privação de sono por muito, muito tempo!

— Nós vamos nos sair bem juntos, eu prometo. ‒ Pra mim só restava a tentativa de tranquilizá-la.

— Eu sei, o meu consolo é que tenho você. Um bom pai, um bom companheiro. Temos de fazer isso juntos, Jamie, vou precisar de você mais do que já precisei até hoje.

— E você me tem, meu amor, não precisa se preocupar com isso. Eu só não estarei aqui se um ato divino me levar.

— Cale a boca, nem brinque com algo assim! Se você morrer, eu te mato! Você me engravidou, agora tem a obrigação de estar nessa comigo. ‒ Claire falou séria, brava com a minha brincadeira de mal gosto.

— Você tem alguma dúvida de que estarei do seu lado, cuidando da nossa peixinha? ‒ Deitei minha cabeça suavemente na barriga super inchada. Eu fazia isso para sentir Brianna direto na minha pele, sentir os movimentos como se ela estivesse dentro de mim também.

— Não. ‒ Ela disse simples, olhando dentro dos meus olhos. — Eu não tenho nenhuma dúvida de que posso contar com você. Olha esse lugar, é mágico, Jamie, você construiu um quarto dos sonhos para sua filha.

— Eu fiz pra ela, mas é pra você também, porque você topou essa gravidez por você, mas sei que foi mais por mim e sou muito grato. Eu sei que você está com dor e cada dia mais inquieta e eu gostaria mesmo de poder ajudar mais, mas não me arrependo de nada disso.

— Eu também não. A dor vai embora no próximo mês e apesar da privação de sono, teremos uma bebê rosadinha e da nuquinha cheirosa. E mal posso esperar!

— Eu também, minha Sassenach, é tudo que mais desejo.

E Brianna de fato queria sair... a qualquer custo.

Na noite do dia 21 de novembro, com trinta e seis semanas de gravidez, ainda cedo demais para nascer, Claire começou a ter contrações e sentir dor. Foi uma madrugada terrível, eu não sabia o que fazer e estava com tanto medo que me senti paralisado. Passei cada hora acordado, em alerta, com Claire deitada na cama, brava.

— São só contrações de Braxton Hicks, não são de verdade, meu cérebro só está testando o meu corpo. ‒ Claire falava com os dentes cerrados sentindo dor.

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