Capítulo 20 - Almoço dominical

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G abraçou os pais apertado, dava para ver que tinha muito tempo que não se viam. Logo apareceu o irmão dele e ele tratou de me apresentar:

- Pessoal, esta é a Helena. Uma amiga minha lá do prédio.

- É um prazer! - disse o homem mais velho – Sou Éder.

- E eu sou Alexandra. - falou a mãe dele

- Já eu sou o irmão mais velho do Gustavo: Luís. Seja bem-vinda!

- Obrigada! - sorri

- Agora vamos e entrem logo que a comida está pronta só esperando vocês. E não quero que esfrie. - falou Éder

A casa da família, se comparada com a da minha, é bem menor, mas é muito bonita. Tem ainda o chão de caquinhos, em tons vermelhos, amarelos e azuis, que há muito se perdeu na casa de meus pais em meio a tantas reformas. Na verdade, aquela casa parecia que tinha parado no tempo, parecia uma casa que eu via na rua durante a minha infância. Confesso que acabei observando um pouco demais e o Gustavo percebeu.

- O que foi? Admirando a casa? - questionou

- Sim! É muito bonita. - respondi

- Ela é desse jeito deve ter uns 30 anos. Gostamos tanto dela que nunca quisemos mudar nada. - comentou o pai de Gustavo – Afinal, foi nessa casa que nossos meninos cresceram.

Adentramos a casa e a mesa já estava posta para nós cinco. Sentamo-nos de nos servimos da especiaria da Alexandra: Estrogonofe. Começamos a desfrutar da refeição, que estava uma delícia – e devo confessar que era melhor que o meu mesmo – quando o assunto a mesa se iniciou.

- Alias, filho, - a mãe desta vez – estamos muito felizes que anda trabalhando bastante.

- E achamos lindas as fotos daquela menina... Como é o nome mesmo, querida?

- Echii! – respondeu o irmão, desta vez – E como conseguiu o contato dela irmão? Ninguém sabe quem ela é!

- Bom, ela que acabou falando comigo. Disse que olhou meu perfil e gostou das fotos. Mesmo sendo um fotógrafo desconhecido, quis me dar uma chance.

- Pior que depois eu dei uma olhadinha nas outras coisas dela e fala sobre muita coisa interessante. Não acha, Helena?

- Sim, a Echii escreve sobre muitas coisas importantes. Eu acompanho trabalho dela desde o começo. - menti

- Acho que todas as moças deviam conhecer. Claro que a visão de alguns é bem diferente, acabei lendo alguns comentários, mas acho que ela faz um trabalho bem legal, dando força para muitas outras. Quem me dera na minha época tivesse algo desse tipo.

- Leu os contos, mãe? - Gustavo perguntou curioso

- Claro que li! E gostei muito. Ela escreve muito bem!

Eu estou ficando com o ego inflado com todos estes elogios. Sabe, tem horas que digo que sou super feminista, mas estou um pé atrás com tudo o que estão falando. Claro que eles vão ter orgulho do filho deles. Mas, não deixo de pensar se eles fossem meus pais e eu fosse a garota que tirou fotos seminua para a internet. Deve ser só a minha insegurança batendo, mas eu realmente fico pensando nessas coisas, até porque, vivo vendo um irmão sendo idolatrado.

Eu fiquei apenas observando aquela família conversando e sentindo até um pouco de inveja, pois eu nunca tive tanta abertura assim para falar com meus pais. Nunca tive coragem de falar o que estava pensando e até coisas simples, por exemplo, como tinha sido a escola, sobre tirar uma nota baixa. Todo o mínimo deslize, tanto meu (especialmente) e da minha irmã mais nova com o passar do tempo também, era motivo de comentários e sermões de horas. Mesmo já depois de adulta! Na verdade, se eu der mole, ainda recebo sermão da minha mãe, só reparar a insistência dela com o assunto do meu ex, mesmo que já tenha dois anos que terminei com ele.

O bate-papo a mesa estava leve e divertido. Nem se parecia com um almoço de família e logo num domingo. E eu me senti tão bem recebida e a vontade que mal senti a hora passar.

Terminamos de comer e eu ajudei Alexandra a arrumar tudo, era o mínimo que podia fazer. Eu e ela estávamos na cozinha, enquanto os homens conversavam na sala, nós duas também falávamos sobre alguma coisa. E ela logo quis saber da vida amorosa do filho:

- Sua relação com meu filho, qual é? São só amigos mesmo?

- Sim, amigos coloridos, na verdade.

- Coloridos? - ela sorriu – Meu filho olha de um jeito tão bonito pra você.

- Você acha? - fiquei sem graça

- Do que eu conheço dele, com certeza te admira muito! Desde novo é assim com as meninas.

- Assim como?

- Paixões platônicas! Ele nunca teve muitas namoradinhas, sabe? Diferente do irmão!

- Gustavo chegou a me contar da época da adolescência. A minha também não foi nada fácil!

- Eu imagino. Mas, você é a primeira moça que ele traz aqui.

- Sério? - desacreditada

- Eu e meu marido estamos até surpresa. Nunca o vi tão feliz!

Apenas sorri. Aquela senhora queria era me deixar de ego inflado.

Não demorou para que terminássemos a limpeza e era a hora de ir embora. Gustavo e eu acordamos que não ficaríamos muito tempo. Despedi-me de todos e agradeci a hospitalidade.

Assim que eu e Gustavo fomos para a varanda e consequentemente para o portão para sair, eis que vejo a face conhecida dos meus pesadelos. Sim, aquele que não deve ser nomeado, mas só de citar já se sabe quem é.

Eu estava tão relaxada e alegre que eu simplesmente congelei, observando-o se aproximar. Não estava preparada – de novo – para outra aparição surpresa dele.

Contemporânea EróticaWhere stories live. Discover now