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Coloco minhas chaves em cima da mesinha e tiro meu sapato, os deixando ali, perto da porta mesmo. Um dos meus hábitos que Eugênio odiava.

- Boa noite amor! – escuto aquela voz atrás de mim, e paro no meio do caminho o movimento de deixar minha bolsa sobre o sofá.

- Eugênio? – pergunto me virando em sua direção.

Ali estava ele, parado com suas roupas habituais e seu sorriso de sempre. Como se nada tivesse acontecido em nossas vidas.

- Surpresa? – ele pergunta vindo em minha direção, e só agora percebo que ele carrega duas taças de vinho nas mãos, e ao chegar perto, me estende uma. – Eu pensei em te ligar e avisar, mas tive um problema com meu celular. – fala me olhando, ainda com a taça estendida.

- Não, obrigada! – falo olhando da taça pra ele.

- Renegando vinho? Você ama!

- Sim, mas ... eu ... eu tive uma dor de cabeça hoje mais cedo e tomei um remédio e não ... não queria misturar! – falo me afastando um pouco.

- Entendi! – ele fala colocando a taça sobre a mesa mais próxima e antes de por a dele ao lado, dá mais um gole em seu vinho. – Eu pedi uma massa pra nós dois. Daquele restaurante que você ama e ...

- Eugênio, a gente precisa conversar! – falo de uma vez antes que a coragem vá embora.

O vejo me olhar de cima abaixo.

- Agora? Eu acabei de chegar de uma viagem de quase 4 dias fora, tudo que eu queria e planejei foi um jantar com você, um bom vinho, a gente matar as saudades um pouco e ...

- A gente precisa conversar! – falo mais uma vez interrompendo sua fala. – A gente precisa conversar sobre o que aconteceu!

- Aconteceu que eu perdi a cabeça, me deixei levar pelo ciúme! Luísa, você sabe que eu jamais bateria em você em outra situação!

O vejo se aproximar um pouco mais e na mesma hora dou um passo pra trás.

- Você tá com medo de mim? – ele pergunta me olhando.

Eu estava com medo dele?
Sim, eu estava com medo dele.

- Eu vou ... vou tomar um banho e desço pra gente conversar, tá?

Sem esperar por uma resposta sua, subo as escadas rapidamente e me tranco em nosso quarto. Respiro fundo tentando me acalmar e por meus medos de lado.

Eu precisava falar com ele tudo que planejei, não podia desistir.

.

Saio do banho e pego meu celular, Pilar ainda devia estar em cirurgia, ela não havia respondido minhas outras mensagens. Mando uma mensagem pra ela, avisando que Eugênio estava aqui. Desço as escadas lentamente, sempre procurando por ele, o vejo sentado na mesa esperando por mim. Confesso que a idéia de sentar e jantar com ele, por si só já me embrulhava o estômago.

Assim que ele me vê, se levanta e puxa a cadeira pra mim.

- A massa deve ter esfriado um pouco, mas acho que nada que tenha mudado seu sabor. – ele fala, e vejo o prato de massa na minha frente, e logo depois ele se sentando na cadeira.

- Saúde! – ele fala levantando sua taça, e na mesma hora dando uma garfada em sua comida.

Eu apenas me limito a olhar pro meu prato e revirar de cá pra lá o que estava ali.

- Eugênio, eu ... eu pensei bastante nesses dias que você esteve fora, e depois de tudo que aconteceu eu ..

- Eu já te pedi perdão! Você sabe que eu jamais faria aquilo com você em meu estado normal!

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