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- Eu não tenho nada para falar com você Pedro. Nada!

- Mas eu tenho e você vai me ouvir! - Ele se coloca na minha frente, impedindo que eu desse qualquer passo para entrar no meu carro.

Ele não entendia.
Não importava o quanto eu tenha evitado falar com ele, as vezes que eu pedi para ele não se meter nisso, ele não entendia.

- Olha, eu não tenho nada a ver com a sua vida. Você tem razão, é a sua vida e o seu casamento. - Sinto uma vontade incontrolável de chorar, mas não queria fazer isso na frente dele. - Mas eu não vou assistir ele acabar com você da forma que ele está fazendo e ficar quieto, ouviu bem?

- Você não tem nada a ver com a minha vida Pedro. Você mal me conhece. - Ele abre a boca para falar algo eu o impeço - Por favor, não se meta nisso. Por favor!

- As vezes eu acho que você não ouve o que fala sabia? Olha o que ele fez com você Luísa!! Isso é amor?

- O que você entende de amor? - Ele leva as mãos na cabeça e começa a andar de um lado para o outro até que para na minha frente novamente.

- Não se trata de mim, não estamos aqui falando sobre mim. Presta atenção no que eu estou tentando te dizer por um momento.

E por um momento eu paro pra olhar pra ele com a atenção que ele merece. Por um momento eu coloco o que é mais importante na frente de tudo o que eu tenho medo.

- Tudo bem, pode falar. - Ele me encara surpreso ao me ver baixar a guarda para ouvi-lo.

- Ele está te destruindo Lu. Por dentro e por fora. Primeiro ele apaga o brilho em seu olhar, depois ele te deixa cheia de marcas... Isso é grave. É muito grave. - Eu me viro de costas para ele tentando evitar o choro que mais uma vez se acumula em minha garganta.

Uma parte minha sabe que ele está certo. Não só ele, mas Pilar. Mas a outra parte tem medo do que possa acontecer. Se Eugênio chegou a esse ponto por criar coisas em sua mente, imagina o que é capaz de fazer se eu der motivos pra ele, como uma denúncia?

Eu não gosto nem de imaginar.
Eu estou com medo, mas não quero preocupar ninguém. É meu dever resolver as coisas. Meu e de mais ninguém.

- Pedro eu... - Eu começo a falar mas logo sou interrompida por ele.

- Me promete que vai pensar em tudo o que eu te falei? Promete que não vai se submeter a qualquer abuso que ele tente contra você. - Ele coloca as mãos sobre os meus ombros e me vira fazendo com que eu fique frente a frente com ele novamente.

- Eu vou resolver isso, eu prometo Pedro.

- Entenda essa nossa conversa como um apoio que você tem a qualquer momento que você precisar ok? Eu - Um sorriso de alívio se forma em meus lábios.

- Obrigada por tudo - Eu sorrio para ele na intenção de não preocupá-lo e de mostrar que eu ouvi o que ele disse e que eu faria algo por mim.

Para me salvar.

- Não tem de que. - Ele me abraça uma vez e leva sua boca próximo ao meu ouvido - Não me afasta de você de novo não... Por favor! Eu quero estar sempre perto para te proteger. Eu quero que você saiba disso!

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A conversa com Pedro fica martelando em minha cabeça enquanto eu dirigia. Eu precisava pensar, refrescar a mente depois de nossa conversa, tanto que mandei uma mensagem pra Pilar avisando que tinha ido pra casa e esperava ela lá ao invés de aqui no estacionamento.

Eu sei que ele tem toda razão, o problema é que eu não consigo não me ver como umas das partes da culpa de tudo isso.

Nesses dias que ele esteve fora, eu senti medo pelo seu sumiço, mas ao mesmo tempo alívio de poder ser dentro e fora da minha casa a mesma pessoa, sem máscaras ou desculpas.

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