- Bom... - ele começa, mas demora a formular o que diria em seguida - Acho que vou deixar você se concentrar por aí. Por mais que seja sua hora de almoço e você esteja tão livre quanto eu, mas... - deixei uma risada nasalada escapar.

- Tudo bem. Não façam bagunça, vocês dois. Ao fim do dia, ou talvez um pouco antes, dependendo de como estiver por aqui, eu chego em casa. E aí eu e você podemos conversar melhor, ok? - ouço-o suspirar fundo, algo que logo era eu quem fazia.

- Ok. Eu te amo, babe - sorrio feito uma boba ao ouvi-lo me chamar de "babe".

- Te amo, loiro - digo em contrapartida, lembrando do sorrisinho apaixonado que ele tentou esconder quando o chamei do mesmo jeito pela manhã, e eu tinha certeza que aquele mesmo sorrisinho voltava a aparecer agora.

Ligação off

Assim que desliguei o telefone, guardei o aparelho no bolso da minha calça jeans e me foquei no almoço sobre a mesa em minha frente. E enquanto eu bebia um longo gole do meu copo de água, Diana chega e me olha por um breve momento até que eu baixasse o copo de volta, como se perguntasse a ela qual era o problema.

- A senhorita está esperando alguém hoje? - ela semicerra os olhos, sorrindo maliciosamente, e eu rio, negando com a cabeça. Pelo ênfase que ela deu ao pronome, pude ter uma ideia de quem ela se referia.

- Não. Hoje estou esperando dar saudades dele até minha hora de voltar para casa - ela gargalha enquanto se acomodava na cadeira defronte à minha.

- Muito bem. E como estão os preparativos, se é que me entende, futura senhora Jones? É Jones, não é? - concordo com a cabeça, sentindo um friozinho na barriga ao voltar a pensar naquilo a que ela se referia, o que automaticamente me fez olhar de relance para a joia no meu dedo anelar.

Isso já está virando mania.

- Estão sendo feitos aos poucos. E obrigada por me lembrar disso mais uma vez e me deixar nervosa; preciso de uma meditação agora para me acalmar e me concentrar no trabalho depois de novo - ironizo e ela pisca um dos olhos, sapeca, na minha direção.

- Perdão. Mas não posso deixar você esquecer de que tem a sua madrinha favorita para convidar ainda - levo uma das mãos ao rosto, disfarçando para não explodir em risos com a audácia dessa mulher.

- Baixe a bola ou eu reconsidero - ela semicerra os olhos para mim, sendo ela quem precisava se conter para não rir dessa vez.

[...]

- Oh, e doutora... Me perdoe por não ter procurado um médico antes... Não sei porque fui tão bobo em pensar que aqueles sintomas não eram nada - o mesmo homem de antes falava, envergonhado, para mim ao fim do dia, e eu sorrio gentilmente.

- Não se preocupe com isso, senhor Thompson. Houve, sim, um pouco de descuido. Mas não é para mim que você deve pedir desculpas; você ainda teve sorte de vir ao médico antes de acontecer algo pior. Agora você já estabilizou, os remédios estão fazendo efeito... É só continuar com a dosagem diária como eu recomendei, que a pressão vai se manter estável - ele concorda com a cabeça, olhando de relance para a filha, que estava ao lado da cama onde ele se encontrava - E que sirva de alerta, não é verdade? Qualquer sintoma estranho pode significar alguma coisa. Quanto antes puder tratar, mais fácil de resolver. Estamos entendidos?

- Estamos, sim. Obrigado, mais uma vez! A você e aos outros médicos também; foram todos muito profissionais. Admiro essa profissão - sorrio pelo comentário do meu paciente, enquanto ele apertava minha mão, e agradeço com um aceno de cabeça.

- Obrigada, doutora! Vou continuar cobrando meu pai para tomar a medicação sempre bem regrada agora - pisco um dos olhos para a jovem mulher diante de mim, enquanto apertava a mão da mesma também.

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⏰ Last updated: Dec 19, 2023 ⏰

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