— Dormir conta? — ri baixinho. — Estou no início da gestação. Não vou ter nada além de mijadeira, sono e cansaço.

Rimos.

   — Que tal domingo agora?

   — Pra quê? — estranhei.

   — Encontrar minha mãe. — ele diz. — Pode passar a noite no hotel onde estamos hospedados.

   — Ah, não. Da única vez que passei a noite fora, esse bebê aconteceu. — entrei na defensiva. — Eu ainda estou em choque sobre a gravidez. Estou tentando agir normalmente sem pensar muito no que está acontecendo em minha vida.

Ele segurou minha mão, sorrindo.

   — Vamos passar por isso juntos, fujona. — ele olhou para a tela de seu celular. — Neste domingo, às 19h. Eu te busco. Pode ser? Depois te trago em segurança para sua residência.

Respirei fundo.

   — Mas já avise ela para não insistir em casamento. — ressaltei. — Não quero ficar presa à uma pessoa por causa do meu bebê.

   — "Nosso" bebê.

   — Foi mal. Ainda não me acostumei. — fui sincera.

   — Tudo bem. Ainda é uma novidade para mim também. — ele murmura.

Depois de comer seu lanche, ele pagou o mesmo e me deu uma gorjeta generosa.

***

      Sim. No domingo, lá estava eu, me arrumando. E me arrependi por esquecer que ele disse que o jantar seria em um hotel, pois fui com roupas muito... Simples, para a ocasião.

Ao descer do carro em que Felipe me buscou, vi o imenso e mais luxuoso hotel da cidade. Uma diária aqui custaria o olho, um pulmão, fígado e uma orelha.

   — Sua família deve ser bem abastada, não? Quero dizer, uma diária aqui deve ser em valores altíssimos. Então, por que você não trabalha em uma clínica particular ou do mesmo nível?

   — Digamos que lá era mais tranquilo.

Concordei e apenas o segui. Entramos no elevador e ele nos mandou para a superfície. Parecia toda reservada e senti minhas mãos suarem. Eu estava me sentindo deslocada.

Lá, fomos recebidos por uma mulher com uns 50 e poucos anos. Ela esbanjava elegância e etiqueta até pra respirar.

Acho que todos os ricos são assim, né? Como que o filho dela não tem essa característica?

   — Mãe, está é Kristal. — ele me apresentou.

   — Olá, senhora. — estendi minha mão para ela.

   — Olá, Kristal. Pode me chamar de Vera. E então? Gostaria de me acompanhar em uma conversa antes de servir o jantar?

Sem resposta, ela me arrastou para um sofá chiquérrimo. Dei uns tapinhas nas minhas roupas, querendo tirar algum pó ou sujeira para não manchar o móvel. Só então me sentei.

   — Aceita um suco, querida?

   — Sim, por favor.

   — O que prefere? Açúcar, adoçante ou mel? — ela murmura, segurando minha mão.

   — Duas colherzinhas de açúcar deve bastar.

Grávida do Príncipe Where stories live. Discover now