Capítulo 2

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Percy's POV

Primeira semana do verão, acampamento lotado, um dia lindo, é claro que todos estão aproveitando a tarde ensolarada e cheia de atividades, então não é uma surpresa quando entro no chalé de Atena e minha namorada está sozinha, com uma pilha de papéis na mesa na sua frente.

Quando me aproximo, reconheço que alguns desses papéis são as matérias que estarei cursando nesse período. Ela está encaixando nossos horários, noto. Meu sorriso é automático, detalhes assim ainda fazem coisas engraçadas com o meu coração.

Paro atrás dela, sabendo que provavelmente ela nem notou que eu entrei aqui, e me abaixo o bastante para abraçar seu corpo e estalar um beijo no seu rosto.

— O que está planejado para quando formos para a faculdade até agora? — pergunto, porque ela com certeza está pensando em cada detalhe.

— Vamos poder almoçar juntos, e eu só vou pegar uma aula a mais que você, então sobra tempo para outras coisas no fim do nosso dia. — ela conta sem me olhar, terminando de escrever alguma coisa enquanto me sento do lado dela. — Escolhi nossos dormitórios também, são bem pertos um do outro, escolhi os que tinham a melhor vista, e o meu fica ao lado de uma escada de emergência.

— Escada de emergência? — pergunto curioso, mas logo o que Annabeth chamaria de "sorrisinho típico" meu desenha meus lábios. — Seus planos envolvem um jeito fácil de eu invadir seu quarto, Sabidinha?

Ela finalmente para o que está fazendo para me olhar, seus olhos se estreitam para mim, mas hoje sei identificar quando ela está brava comigo de verdade e quando ela está brava por eu verbalizar algo que deveria ter ficado apenas na minha mente.

— Não, minha janela vai estar sempre trancada pra você, Cabeça de Algas. — ela retruca revirando os olhos, mas antes que ela vire o rosto eu me antecipo para um selinho demorado que contém minha risada.

Obviamente que não passa disso, já que ela mal deixa eu beijá—la inocentemente aqui no chalé de Atena. Usar seu boné da invisibilidade para escapar para o meu chalé à noite para dormir comigo? Tudo bem. Mas nos beijarmos no seu chalé? Jamais.

Claro que eu entendo porque, e apesar da implicância boba, é um simples fato no nosso relacionamento, não está relacionado com besteiras — não sempre, pelo menos — mas com o fato de que desde nossa experiência no tártaro, descobrimos que dormir juntos afastam pesadelos, além de ser muito mais confortável, então vez ou outra damos um jeito de isso acontecer, seja aqui ou na cidade, o que inclusive quase matou Annabeth de constrangimento uma vez, já que ela perdeu a hora, não foi embora, e minha mãe nos encontrou dormindo no meu quarto.

Depois dessa experiência traumática, de um discurso vergonhoso da minha mãe para mim sobre sexo seguro e como tratar minha namorada, ela concordou que Annabeth dormisse lá em casa algumas vezes, mas ela com certeza não sabe de todas, e minha Sabidinha prefere assim, ela idolatra minha mãe, então alguns limites estão bem traçados.

Ela volta a comentar sobre nossos planos, sobre como está preocupada com quem será sua colega de quarto, sobre nossas malas, algumas coisas sobre o acampamento que ela quer deixar organizado, enquanto eu apenas a escuto. Antes, eu achava que não fazia muita diferença eu estar ali porque ela não estava necessariamente falando comigo, ela consegue se perder bem na própria mente enquanto faz planos, mas com o passar do tempo eu aprendi a notar alguns detalhes, como a forma como ela arrasta sua cadeira para perto de mim, como sua perna sempre está tocando na minha, como mesmo que ela tome frente dos nossos planos, ela sempre compartilha cada detalhe comigo e me dá abertura para opinar. Dificilmente eu discordo de alguma coisa, os planos dela costumam funcionar muito bem para nós, mas fico contente em como parece adulto quando sentamos juntos para planejar nossa vida juntos.

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