A BRINCADEIRA VAI COMEÇAR

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- Nenhuma de vocês tem noção do que minha filha passou. - Os olhos de minha mãe se encheram de lágrimas. Eu não sabia do que ela estava falando. - Ela tem que ir pra um tratamento, não pra prisão. Ela precisa de ajuda.

- Do que você está falando? - Perguntei confusa. Ela estava chorando muito. Ficamos todas olhando-a sem entender.

- Quero que saiam daqui. Me deixem em paz pra pensar em como vou tirar minha filha daquele lugar. Só me deixem em paz. - Ela saiu andando pra dentro de casa e fiquei olhando. Eu queria saber do que ela estava falando. Também precisava pensar pra onde eu iria. Eu não trabalhava, não sabia como iria me sustentar. Estava tudo desmoronando sobre mim.

- Ei... - Senti alguém tocar meu braço e me virei. Era Juliette. Ela me olhava com preocupação. Suas mãos alisando meus braços como se soubesse que eu estava me segurando pra não explodir. Fiquei a encarando sentindo meus olhos encherem de lágrimas. Eu não conseguia mais segurar. - Está tudo bem. Eu estou aqui.

- Sarah, pegue suas coisas. - Luísa se juntou a Juliette tentando me acalmar. Eu não conseguia mais segurar o choro. Estava agoniada. - Você vai ficar na minha casa.

- O que? - Juliette exclamou espantada. Levei as mãos até meu rosto esfregando com força.

- Não comecem. - Pedi ao máximo tentando controlar minha voz e meu nervoso.

- Isso aí. Não comecem. O negócio é manter Sarah segura. Ela vai ajudar vocês e isso está custando muito pra ela. - Annalise falava e eu só conseguia pensar em que diabos minha mãe estava falando sobre Carolline. Algo tinha acontecido e eu não sabia.

- Ela pode muito bem ficar na minha casa. - Juliette falou e coloquei as mãos na cintura encarando ela e Luísa que pareciam discutir aonde eu ia ficar.

- Por Deus, Juliette. Larga de ser vagabunda. Nem você sai da minha casa porque se sente mais a vontade lá. - Luísa falou e Juliette revirou os olhos. - Vou ter que escrever na testa que não quero pegar sua namorada pra você acreditar?

- Ela não é minha namorada. - Juliette disse séria e Luísa riu.

- Sério que vocês vão discutir isso agora? - Mari entrou na conversa e respirei fundo. Que diabos arrumei pra minha vida.

- Na sua casa que ela não pode ficar, Mari. Seu piriquito pega fogo perto dela. - Luísa foi sarcástica. Elas estavam me irritando tanto.

- Não quero nada com essa talha dessa garota!

- Não fale assim dela! - Juliette se alterou e foi interrompida por Annalise.

- Já chega! - Annalise gritou e elas pararam com a discussão na mesma hora. - Você tinha mesmo que ficar com todas elas? Por Deus, agora segure seus b.o. - Annalise se despediu e foi saindo dali.

Decidimos depois de muita discussão que eu ficaria no apartamento de Luísa. Eu não me sentiria bem na casa de Juliette com a mãe dela lá que achava que Juliette namorava Carolline. E também eu não sabia como agir ficando na casa dela do nada. Querendo ou não, nossa relação era diferente e definitivamente "morar junto" não era o momento.

Entrei na minha casa sentindo um frio na barriga. Estava com medo da minha mãe brigar ou algo assim. Iria pegar minhas coisas e sair de lá. Era o certo a se fazer. Não sabia o que iria fazer da vida agora, mas teria tempo pra pensar.

Abri a porta do meu quarto e encontrei minha mãe sentada na minha cama. Algumas fotos estavam espalhadas pela cama e ela segurava uma caixa com alguns CD's dentro. Ela pareceu perceber minha presença ali e me encarou fazendo um calafrio percorrer minha espinha.

- Preciso te mostrar uma coisa. - Minha mãe disse e engoli seco. Eu sinceramente não aguentava mais nada.

...

STOLEN [ INTERSEXUAL ] SARIETTE Where stories live. Discover now