Capitulo 1

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Antes de começar, leia o capítulo de explicações
Chase Narrando

    Neste momento estava na sala do diretor acompanhado pela minha querida mãe. Ela parecia impaciente, com pressa. Coisa que não me surpreende. Ainda me pergunto como ela tivera tempo para esta "conversa".

—Srtª. Hudson , como deve saber o seu filho sempre foi um aluno prestigiado neste colégio... - minha mãe é perfeita a interromper as pessoas. Fato!
—Desculpe Sr. Wilson, mas eu agradecia que o senhor fosse direto ao assunto, não tenho muito tempo para perder aqui.- claro que não.

—Não é perda de tempo Srtª. Hudson. É do seu filho que estamos falando. - rá! Como se isso importasse. Ela só lembra que tem filho quando... bem... quando alguém a lembra.
—Não preciso que me lembre disso. Agora me diga. O que o Chase fez dessa vez?
—Bem... - fez uma pausa, olhou para o documento, que eu acredito serem meus registos, e voltou a olhar para o ser do meu lado — o seu filho nunca deu problemas graves nesse colégio e sempre teve boas qualificações, mas ultimamente as suas notas têm vindo a baixar. Ainda não consegui saber o porquê, e por isso a chamei aqui. Tem algo errado com o seu filho? - perguntou, aparentemente, preocupado.

    Eu apenas o olhei. Mal ele sabe que eu tenho que aguentar todos os dias. Na verdade, ele não precisa saber. Nem ele, nem ninguém. É o preço de uma reputação a manter. Acreditem, viver numa casa em que mais parece o inferno, não é boa reputação pra ninguém. Sou obrigado a ter esta maldita máscara a que eu chamo de sorriso, todos os meus malditos dias. Mas isso não vem ao caso, não é? Não tem a mínima diferença para essa gente. Eles não se importam. Eu sei bem o tipo de "amigos" que tenho. Sou rico e bonito, e isso me faz popular. Ser popular me faz ter muitas garotas, e isso me torna pegador. Tudo isso junto só faz com que eu tenha amigos falsos. Apenas um é meu verdadeiro amigo. Sempre foi, não importa o que eu seja ou de onde eu venha. Thomas era com certeza meu melhor amigo. Ele é como eu e Josh, mas ao contrário dele, Thomas me apoia e está sempre lá quando preciso. Mesmo assim, nem ele sabe o que se passa. Ele desconfia, mas respeita a minha decisão de não contar nada. Thomas me conhece, e quando eu não quero falar, não vale a pena insistir.

—Não tem nada de errado comigo. - falei pela primeira vez naquela sala. Como disse antes, ele não precisa saber. Vi ele me lançar um olhar de dúvida, mas depressa o vi desviar a sua atenção para minha mãe. Esperando sua resposta.
—Concordo. Não tem nada de errado com o meu filho. De certeza que é só uma fase. - respondeu firme —Não é Chase? - perguntou agora me olhando.

    Ela é a pessoa que mais tem a esconder nessa história. Se ela não fizesse o que faz, eu não viveria naquele inferno. Ela está tentando dar uma de mãe agora? Já vem tarde!

—É sim. - sorri forçado para ela e virei minha atenção para o diretor — Não se preocupe Sr. Wilson, eu recupero minhas notas. - tentei sorrir da melhor maneira possível apenas para que ele acreditasse.
—Muito bem - ele pareceu acreditar —mas mesmo assim, acho melhor você ter explicações com um dos nossos melhores alunos. Isso iria ajudá-lo muito -sugeriu.
—Faça o que for preciso Sr. Wilson. O que for melhor para ele, ele fará. - disse ela com a preocupação mais falsa do mundo.
—Eu não quero ter explicações. Não preciso disso.-recusei.
—Você fará o que o Sr. Wilson disser Chase. Será para o teu bem.

    Claro. Para o meu bem e para o dela. Quanto mais tempo eu passar fora de casa, mais ela pode fazer o que sempre faz. Só lhe estaria fazendo um favor. Até que não era má ideia. Seria menos tempo estando naquele inferno. Apenas precisava manter isto em segredo. Tudo pela reputação. Eu gosto da vida que tenho fora daquela casa. Não quero perder isso por uma coisa idiota como ter explicações com um nerd aí. Seria trágico!

—É por pouco tempo Chase. É só até recuperar suas notas. Depois não irá precisar de mais.-explicou.
—Tudo bem - me rendi —mas será fora da escola né? Quero que isso fique em privado. - expliquei. Não queria que os outros ficassem sabendo disso.
—Isso será escolha sua - ele sorriu —poderá escolher o local e... - batidas na porta o interromperam —entre! - ordenou por fim.
—Mandou me chamar Sr. Wilson?

    Eu conhecia aquela voz. Não me virei. Apenas fiquei olhando minhas mãos que estavam sobre minhas pernas. Era Charli, a maior nerd da escola. Era ela que eu e Josh sempre escolhíamos para zoar. É claro que havia outros "escolhidos", mas ela era a maior vítima do colégio desde sempre. Ela era de longe a melhor aluna. Eu sei pouco dela. Mas pelo seu aspecto, dá para ver que não é rica como todos os outros por aqui. Não sei nem como ela consegue pagar um colégio caro desses. Ela era completamente diferente das outras meninas. Ela sempre andava com roupas estranhas ou fora de moda, como quiserem chamar. Sempre usava o cabelo preso fazendo-o parecer mais curto do que aquilo que ele provavelmente era. E andava sempre com uns óculos que pareciam vindos da pré-história de tão horríveis que são. Provavelmente não via bem sem eles. Ela era, por assim dizer, horrível. Ou como nós costumamos chamar, uma aberração. Mas tem uma coisa nela que me chamou a atenção recentemente. Uma coisa que eu sempre reparei, mas que nunca liguei. Ela nunca sorri. Nunca a vi sorrir verdadeiramente como se estivesse feliz. Só a vi sorrir uma vez. Um pequeno sorriso tímido em seus lábios. Um sorriso pra mim. Todos os dias ela é zoada por mim, Josh e mais de metade do colégio. Muitos dias eu a deixo chorando, muitos dias eu a vejo vagando pelos corredores, sozinha. Ela não tem amigos. Pelo menos que eu saiba. Como eu já disse, sei pouco dela. Eu sou a pessoa que ela mais deve odiar por fazer tudo o que faço, e mesmo assim, o primeiro sorriso que vejo dela, por muito pequeno que seja, é pra mim. Não faz sentido, certo? Não na minha cabeça. Esse sorriso surgiu quando ela me pegou olhando pra ela no meio de uma aula. Porque eu olhava pra ela? Simples, eu e Josh tínhamos zoado ela mais uma vez, e mais uma vez eu a deixei chorando. Mas ela estava naquela aula prestando atenção e parecia que nada tinha acontecido. Era como se ela fosse de ferro e não quebrasse. Eu estava pensando nisso mesmo, mas olhando pra ela, até que ela vira o rosto em direção a mim. E então ela sorriu corando. Timidamente, mas sorriu. Sim, Charli era um mistério. Eu não sabia onde morava, ou quem eram seus pais. Isso não é normal. Toda a gente desse colégio conhece toda a gente. Mas o fato de ela ser misteriosa não era coisa que devesse me interessar. Eu zoava ela e me divertia com ela. Ela era nosso brinquedinho. Apenas isso.

—Mandei chamar sim Charli. Feche a porta e aproxime-se, por favor. - elevei meu rosto até ao rosto do diretor. Ele estava sorrindo. Senti ela se aproximar de mim. Ela parou do meu lado, de frente para o diretor e pude perceber que ainda não se tinha dado conta de que eu estava ali. —Você está aqui porque é a melhor aluna desse colégio e eu acredito na sua capacidade para ajudar seus colegas.
—Muito obrigada Sr. Wilson. Mas o que o sr. quer dizer com isso? - percebi na sua voz o quanto estava séria. Como sempre, sem sorrisos.
—Preciso que você ajude um de seus colegas Charli. Preciso que dê explicações a Chase. - disse agora apontando para a cadeira em que eu estava sentado.

Elevei mais o rosto até poder olhar para ela. Ela ainda olhava para o diretor. Parecia estar a absorver as informações que lhe foram dadas. Ela virou o rosto lentamente para me olhar e aí eu pude ver o choque em seus olhos.

Continua...

Fiz sexo com uma nerd | Chacha |Where stories live. Discover now