- Eu volto pra terapia, posso fazer esse esforço. - Ela levou uma de suas mãos até o meu rosto e fechei meus olhos suspirando fortemente. Tinha um fio de esperança que tudo pudesse ficar bem.

Abri meus olhos e vi que ela
me analisava, sua mão ainda estava em meu rosto. Fiquei parada esperando seu próximo atoa. Meu coração acelerou instantaneamente quando ela encarou meus lábios, seu rosto se aproximando. Segurei sua mão em meu rosto e me afastei um pouco. Ela agarrou um nuca encostando sua testa na minha. Fechei os olhos fortemente fazendo o possível pra não fraquejar. Eu não podia fazer aquilo por mais que eu quisesse.

- Não faça isso. - Pedi em um fio de voz. Ela parecia agoniada. Sua respiração quente se misturando com a minha. Seus lábios roçaram nos meus e me senti fraca. Meus pensamentos em conflito entre querer e achar tudo aquilo muito errado. Luísa estava vulnerável, eu não podia fazer aquilo.

- Me deixa te mostrar como pode ser bom. - Luísa sussurrou e senti os pelos do meu corpo arrepiados. Ela roçava o nariz no meu, sua boca tocava a minha vez ou outra. Parecia que ela estava me possuindo de tanto desejo.

- Por favor, não faz isso. - Pedi me afastando um pouco a todo custo. - Você não está bem. - A encarei tentando me afastar e Luísa ficou me olhando de forma estranha. Era sempre a mesma coisa. Não era a primeira vez que Luísa tentava me beijar. Eu ficava no conflito de fazer ou não, mas sabia que aquilo não era certo.

- Não posso ter alguém por que fui estuprada? É isso? - Ela disse nervosa se afastando de mim bruscamente. Respirei fundo a puxando pelo braço pra perto de mim de novo, mas ela relutava.

- Você pode ter quem quiser quando estiver mentalmente saudável pra isso. Não posso me aproveitar da sua vulnerabilidade. - Falei verdadeiramente e ela suspirou parando de relutar. A puxei para perto de novo e ela enfiou seu rosto em meu pescoço se agarrando a mim. Senti quando ela voltou a chorar. Fechei os olhos respirando fundo. Era muito difícil lidar com ela, e ficava cada dia pior. Eu me sentia esgotada. Ela parecia estar um bagunça e eu não sabia como arrumar.

- Eu não estou confusa, Juliette. Eu gosto de você.

- Para de falar isso. Sou a única pessoa que você tem, você está confundindo as coisas. - Me arrastei um pouco deitando na cama e ela continuou abraçada a mim.

- Eu nunca mais vou ter nada na minha vida, tudo graças a ela. - Luísa chorava e eu sentia um aperto no peito. Eu odiava tanto Carolline pelo que fez com Luísa, eu mal podia explicar. Odiava ouvir seu nome, odiava vê-la com aquele sorriso cinico no rosto, sempre se aproveitando das pessoas e se achando melhor que elas. Eu a odiava. - Não é justo ela viver normalmente enquanto eu não consigo nem sair na rua, não é justo.

- Se acalma. - Pedi a abraçando como se isso fosse a confortar de alguma forma. - Ela vai pagar pelo que fez. - Falei friamente encarando a parede. Eu não sabia como e porque tinha tanta vontade de ver Carolline sofrendo. Ela estava impune vivendo sua vida depois de ter estuprado e quase matado uma mulher. Luísa se levantou e se sentou na cama, fiquei a encarando esperando o que ia dizer.

- Eu não vou viver em paz enquanto Carolline não ter o que merece. - Luísa falava encarando um ponto fixo na parede, parecia estar pensando ou criando mil coisas em sua cabeça.

- O que quer fazer? - Perguntei curiosa. Eu tinha a mesma sede que ela de vingança.

- Quero que ela sofra.

- Quer denuncia-la? Sabe que não temos provas contra ela, não é? - Lembrei e Luísa me encarou.

- Temos sim. - Ela disse e tocou sua barriga. O bebê era a prova do estupro. - Mas eu não vou denuncia-la agora. - Luísa sorriu parecendo estar criando mil planos malignos contra Carolline em sua mente. - Seria muito fácil colocar ela na cadeia. Ela tem que sofrer antes, ela e Sarah. É tudo culpa delas.

STOLEN [ INTERSEXUAL ] SARIETTE Where stories live. Discover now