Capítulo 2

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Beatriz

Graças a Deus já estava em casa, terceira feira foi chata como sempre e olha que eu só estudei, nem cheguei a ficar no tédio em minha casa.

Hoje minha prima nem vinha pra cá, já que ela passou a tarde toda ontem aqui em casa, então sem chances dela colar.

Esquentei a comida de ontem à noite e comi, acompanhado de uma bela coca gelada, amo.

Depois de almoçar fui lavar todas as louças, que não era poucas, lavei todas elas ao som do Xamã.

Sim, eu também gosto dele, gosto de toda a galera do famoso "abacaxi" e do pessoal daqui de BH, me amarro no estilo deles, "bandido", tudo gato, tatuado, nas mãos um baseado, aí minha pressão, juro!

Meus pais olham pros garotos que eu fico e choram, eu também, só não disse por onde.

Nunca escondi pra eles os meninos que eu fico, o estilo deles não é muito favorável pros meus pais, mas quem pega mesmo? Eu! Então sem k.o,eles só pedem cuidado quando eu vou me envolver com alguém, porém eu nunca me envolvo 100%.

Eu gosto da sinceridade, gosto também que todos agem na transparência comigo, da mesma forma que eu sou sincera com as pessoas, quero que elas sejam comigo, mas infelizmente nem sempre é assim né!

Uma coisa é certa, não devemos colocar expectativa em nada, infelizmente não podemos depositar nossa felicidade em algo e muito menos em alguém, pessoas vão e vem, nem sempre vamos ter quem queremos e o que queremos.

A vida é sim feita de escolhas, mas não só nossas. Ah se tudo dependesse de nós mesmo, as coisas iriam ser mais fácies porém que graça teria?! Disse eu, a mimada pelos pais.

Mimada assim também né, não sou que nem aquelas meninas que pede tudo pros pais, tipo o celular da última geração, uma roupa bem cara só porque quero chamar atenção, bolsas, saltos, essas coisas, eu só peço o básico.

Acho que isso vai de criação, meus pais não me criaram de um jeito de pessoas ricas, por mais que somos, a minha criação foi de pessoas humildes, até porque os meus pais não nasceram ricos, eles construíram o império deles pra que eu pudesse ter uma vida boa, com uma boa condição.  

Por eles ter feito isso, eu acabo sendo julgada como filhinha de papai e de mamãe, mas eu não ligo, tem gente que é julgado por bagulho que nem noção tem. Tipo as pessoas da favela, jamais vou achar ruim da forma que eu sou tratada, posso ser chamada do que for, por eu ganhar tudo de mão beijada, mas nunca vou reclamar! Porque tenho consciência que tem pessoas que sofrem mais do que eu, por não ter a vida boa, então eu simplesmente me calo diante a essas situações.

Dou risada quando vejo uma pessoa branca, com boa qualidade de vida, falando que sofre preconceito.

O preconceito que eles tanto falam é uma piada ali outra aqui, nada demais.

Preconceito mermo é quando vc vai em uma loja e o pessoal ficam te seguindo, quando os pilantras das polícias te param querendo ver a notinha do seu celular, perguntando se tem passagem na polícia e tudo mais, quando vc não consegue um trampo da hora porque é preto ou de comunidade, pra mim é isso que é o tal do preconceito.

Agora falar pra mim que sofre preconceito por ser branco e rico, eu dou risada mesmo! Tô nem vendo.

Meu celular começou a tocar sem parar, olhei no visor e vi que era a minha prima, vive sem mim não pô!

Ligação on

Cecília:Que demora pra atender um telefone,tava fazendo o que? Sua casa já está limpa, o dever de casa vc nunca faz, deve que estava comendo né! Só isso que sabe fazer - começa a me implicar

Minha preferida Where stories live. Discover now