No matter what, run

Comincia dall'inizio
                                    

O Bruce não passa de um jovem com necessidades às quais eu posso dar uma ajuda. Não digo que seja um passatempo mas também não é nada mais do que um amigo com benefícios.

- Sabes o que eu acho, devias assentar, ele é bom rapaz. – Eleanor voltou a falar quando ia a sair.

Ele não é bom rapaz.

- Prefiro seguir o meu instinto. – Respondi, com um sorriso um pouco forçado e voltei a mover-me até ao quarto.

- Tu e o teu estúpido instinto! –ela praguejou e eu suspirei já longe do seu alcance.

Obrigada Eleanor por insultares umas das coisas boas que eu sei que tenho.

As horas passaram sem que desse por isso. Mason, o típico britânico pontual, já me esperava mal sentado e acompanhado de uma cerveja. Sorriu ao ver-me do lado de fora do café e chamou a empregada loira para me servir e ele poder comentar futuramente o quão boa ela era.

- Devias de ter melhor postura, isso não é nada sexy... - Foram as minhas primeiras palavras para o loiro mal sentado.

- Sem dúvida que as tuas saudações são as melhores.

Continuou a gargalhar levando as pessoas à nossa volta a observar-nos.

- As pessoas precisam de sorrir mais, já viste como nos olham?

- Nem toda a gente tem motivos para sorrir Jenny. Sabes que há...

O loiro começou com o seu discurso monótono acerca da lamentável sociedade e eu não escondi o meu desinteresse. Não é que isso não fosse importante, contudo, se nos limitarmos ao meu lado da vida nunca seremos verdadeiramente felizes e coisa que eu aprendi é que pensamentos positivos trazem coisas positivas.

Ao notar que analisava o moderno papel de parede, demasiado colorido, de braços cruzados ele suspirou e deu-me um toque no pé. Olhei-o, como ele pretendia, e sorri-lhe com um ar doce.

- Tenho uma prenda para ti. – Esticou uma pen preta para o meu lado da mesa. – A nova temporada de Anatomia de Grey e Mentes Criminosas.

Falou entediado e se eu não o conhecesse diria que é o inglês mais aborrecido desta cidade. No entanto, ao longo dos anos, descobri que ele é apenas um carismático loiro.

- És o maior, sabias? – Abracei-o em agradecimento e ele gargalhou com o meu ato.

- Elas sempre o disseram, mas, vindo de ti é muito mais fiável!

Mason tinha uma expressão maliciosa não deixando dúvidas para o duplo sentido da sua afirmação. Agradeci ao inabitual elogio e acariciei o pedaço de tecnologia. Um corpo delineado apareceu ao meu lado e pousou um café a minha frente e, depois de uma troca de sorrisos e olhares pouco profundos, encaminhou-se para trás do balcão. Revirei os olhos em desaprovação e levei a chávena branca aos lábios.

- Vais dizer que não é um bom partido? – Mason proferiu orgulhoso da sua escolha ao recostar-se.

Dei de ombros e lambi os lábios. O sabor amargo de café sem açúcar assolou-me novamente e eu sorri levemente. O loiro intercalava o olhar entre mim e a loira.

- Acho que devíamos mudar de café. – Expus calmamente. – Não tem boa música, o papel de parede é horrível e não é propriamente confortável.

Olhei-o, sabendo que ele detestava tanto este espaço quanto eu e apenas insistia em cá vir por causa da empregada loira de lábios vermelhos. Sorriu falsamente.

- Nem penses ir para um com um empregado jeitoso, não estou disposto a ouvir-te! – Barafustou coisas sem muito sentido e eu decidi interromper.

- E se tiver uma loira ainda melhor? Oh, esqueci-me, tu estás caidinho por esta!

Uma tosse aguda foi ouvida, a minha cabeça rodou nessa direção e um sorriso formou-se. Olá miúda que deixa o Mason ainda mais idiota! O loiro obrigou-se a sorrir embora estivesse constrangido e irritado com as minhas atitudes demasiado descontraídas. Ela pousou a conta na mesa, desta vez mais timidamente e afastou-se, mais uma vez, sem proferir uma palavra.

- Calada eras arte...- Comentou quase sem abrir a boca e manteve o olhar enfurecido sobre mim.

Copiava o número dele para o verso branco da conta enquanto palavras pouco elogiosas eram ditas acerca de mim. Peguei no dinheiro e deixei o loiro magoado nos seus pensamentos dramáticos.

- Jennifer! – A voz de Mason soou no café e um silêncio instalou-se instantaneamente. – Não faças isso.

Olhei para ele e sorri. Entreguei o papel à miúda com o meu melhor sorriso, paguei e voltei para a mesa. Devias ter sido mais gentil.

- Não sabes estar quieta pois não? – Ignorei a voz de Mason ao pegar nos meus pertences. – Nem imaginas a vontade de te matar...

Gargalhei.

- Tenho de ir. Vens? – Disse sem grande interesse.

Decidi não responder ao sensível rapaz e continuar com o meu sorriso e à vontade provocando uma maior irritação visivelmente engraçada.

- Isto não tem piada!

Voltei a rir e um suspiro de derrota foi ouvido.


***

Votem e comentem se vos agradar!



UnforgettableDove le storie prendono vita. Scoprilo ora