Talvez, dessa vez, eu escute Nickolas. 

     Sinto a cobra passando entre meus dedos e acaricio sua pele escamosa

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     Sinto a cobra passando entre meus dedos e acaricio sua pele escamosa. 

     — Anjinhoooo! Você voltou? — a voz, a qual já estava acostumada a ouvir sem ver nenhuma imagem, fala estridente. 

     — Acho que sou eu quem tem alucinações, não você. — murmuro e a risada entrecortada é carregada pelo vento.

     — Então ainda não aprendeu a controlar — sussurra em meu ouvido, Lily rasteja em meu braço se enroscando.

     — Eu posso controlar isso? Ir e voltar quando quiser? — O riso irritante volta.

     — Mas é claro que sim! É sua mente, afinal. — A mão com garras passa meu pescoço, não diria que em forma ameaçadora, mas sim carinhosa.

     Franzo a testa.

     — Como?  

     — Não posso dizer — ecoa pela floresta.

     — Por quê? — Levanto com a cobra ainda em meu braço.

     — Porque seria fácil demais, chato demais. 

     — Então como acha que vou controlar?! — Irrito-me, cansada dessa brincadeira.

     — Descubra sozinha. — Ri alto, cada vez mais exagerado. — Não se preocupe, assim que recuperar as memórias tudo ficará mais fácil. Ou não... — A voz some, deixando o ar cheio de dúvidas. Dessa vez, é a voz quem vai primeiro, e eu fico.

     Estranho quando não sinto meu corpo cair e ser jogado novamente para a realidade.

     — O que houve? — sussurro para mim mesma.

     Lily aperta meu braço, como em um ato para se comunicar. Na primeira vez estranho meu pensamento, então percebo a situação: estou presa em uma floresta que aparentemente só existe para mim e outro ser, moro com vampiros e uma bruxa, sou um demônio. Uma cobra tentar se comunicar não é a coisa mais estranha que já aconteceu comigo. 

     — O que foi? — Sento nas folhas secas, algumas negras e outras já virando pó. Lily desliza do meu braço e segue por uma trilha no meio da floresta. A sigo.

     É estranho pensar que de tantas vezes que já vim aqui, nunca me interessei em explorar a mata. 

     Sigo o rastro da cobra por entre várias árvores, os troncos retorcidos e os galhos com poucas folhas. Aqui não tem lua, muito menos estrelas, é a mais pura escuridão. Porém vejo com facilidade, como se estivesse iluminado.

     Paro diante de uma caverna, por incrível que pareça a primeira coisa em qual penso é a lembrança que entrei em uma gruta com Drak. Lily se enrola em minha perna e caminho entrando no local.

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