— Vou deixar vocês dois a sós. — E assim o médico saiu, deixando-me com aquela bomba no meu colo. Ou no ventre.

Quando comecei a sentir as coisas ao meu redor pararem um pouco de girar, foquei em Eduardo, que estava na minha frente segurando um copo de água.

Peguei-o de sua mão e levei-o à boca, ainda tremendo.

— Você está grávida, Giovanna... — eu não conseguia identificar se seu tom de voz era felicidade ou incredulidade.

Mas eu estava em total desespero.

Não que eu não quisesse ter um filho, ou que não fosse algo... bom, de certa maneira.

Mas naquelas circunstâncias? Do meu chefe?

Eu estava grávida do meu chefe, do primeiro homem que me levara para a cama. Eu estava entrando em pânico.

Eduardo ainda me encarava com aquele sorriso que para mim era uma incógnita. Ele me olhou nos olhos, franziu as sobrancelhas e ficou sério por alguns instantes.

— É meu?

Só nesse momento que reparei em sua mão na minha barriga, acariciando onde crescia um bebê.

Fiz apenas que sim com a cabeça, sem forças para discutir aquele assunto com ele. É claro que o bebê era dele. Ele fora meu primeiro e único homem.

Mas enquanto confirmava, lágrimas começaram a rolar do meu rosto.

Várias questões começavam a passar na minha cabeça. Como eu cuidaria de uma criança? E a minha faculdade? Eu não poderia colocar mais esse peso sobre meu pai, ele já tinha minha mãe para se preocupar.

E quando eu não pudesse mais trabalhar? O que seria daquele bebê? Quem me ajudaria?

Coloquei o copo de lado e levei as mãos ao rosto, encobrindo o choro e começando a soluçar.

Eu ainda estava tremendo quando Eduardo muito gentilmente segurou minhas mãos, descobrindo meu rosto.

Ele me encarava como se eu fosse um bicho estranho, que ele não conhecia e tinha medo de se aproximar.

Eu estava ali, olhando para o meu chefe e agora pai do meu filho. O homem com quem eu não deveria me relacionar.

Em um impulso de desespero levantei e sai em disparada pela porta. Eu precisava respirar, de ar. Estava me sentindo presa dentro daquelas quatro paredes brancas.

Quando parei de correr, dei-me conta de que estava no estacionamento, que era a céu aberto.

A tarde já havia caído, e havia um sol lindo se pondo. Mas eu não conseguia absorver nada daquela beleza.

Ainda respirando ofegante, sentindo meu coração pulsar a uma velocidade assustadora em meu peito, olhei para todos os lados, buscando onde eu poderia me refugiar.

Mas Eduardo apareceu logo atrás de mim, chamando-me.

— Por favor, se acalma. Respira.

— Como você posso ficar calma? Eu estou grávida, Eduardo — gritei.

Falar aquela frase em voz alta foi o mesmo como digerir uma verdade dura.

Eu me senti culpada no mesmo instante por estar naquele estado, culpando um serzinho que mal existia ainda, e não tinha culpa naquela história.

Respirei fundo, tentando controlar minha respiração.

— Eu não posso ter um filho agora. Não com uma mãe de cama, enfrentando uma depressão. Eu não consigo dar conta disso sozinha.

Desta vez o medo me pegou forte, fazendo novamente todos os músculos do meu corpo tremerem e lágrimas brotarem do meu rosto.

E Eduardo fez a coisa que eu menos esperava naquele momento. Ele me abraçou.

Passou os dois braços pelo meu corpo, rodeando-me inteira e apertando-me contra o seu corpo. E eu não esperava sentir-me tão acolhida naquele momento.

— Você não está sozinha. Eu estou aqui com você. E não vou te abandonar com nosso filho.

Ele repetiu essas frases em meu ouvido, baixinho, até que eu comecei a parar de chorar. Assim que meu corpo foi relaxando dentro do dele, fui levada a sentar, no chão, no meio do estacionamento e com Eduardo de terno.

Ele dobrou as pernas, fazendo com que eu me sentasse entre elas, mas sem nunca me soltar de seu abraço.

— Promete não me abandonar? — não deveria ter falado isso, mas não falei soando com segundas intenções. Era apenas um apelo de uma pessoa com medo, que começava a ver o seu futuro virar de cabeça para baixo.

— Prometo. Vou ficar do seu lado o tempo todo.

Ele puxou minha cabeça de encontro ao seu peito, colocando meu ouvido de encontro com o seu coração.

E o barulho daquele turu turu foi me acalmando cada vez mais.

Grávida do meu Chefe MilionárioWhere stories live. Discover now