Prólogo

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Meu pai sempre me disse para ser a melhor em tudo que quisesse fazer.

Afinal, de que adianta vir ao mundo e viver se não é para ser a melhor?

Como eu ainda estava no ensino médio, esse lema, por enquanto, se restringia a:"seja sempre a que escuta cada palavra do professor e responde a todas as perguntas que ele fizer, Júlia". "Seja a melhor agora e vai ser no futuro também". Em resumo, meu pai queria que eu fosse uma nerd, mas ele também queria que eu tivesse uma vida funcional, que eu praticasse tênis e andasse sempre bem arrumada, como uma verdadeira dama.

O problema é que a dama aqui queria dar um chute nas bolas do maldito professor de literatura. O cara mais petulante, rígido e mal-humorado que eu já tive a desgraça de conhecer.

Professor Lúcio Bortoluzzi – se fala "bôrtôlutci" – ou, como os alunos dele gostavam de chamar, Prof. Lúcifer, dava aula para o 3° ano e apenas na minha escola, pois era professor de universidade. Ainda não sei como ele veio parar no Instituto de Ensino Sócrates (IES).

Ele media em torno de 1,80m e, até onde eu sabia, tinha uns vinte e tantos ou trinta e poucos anos. Eu apostava em mais de 30. O cabelo era negro como se tivesse sido pintado, músculos suficientes para não ser considerado um homem fraco e olhos azuis claríssimos, analíticos e cruéis. O cabelo estava sempre quase arrumado, como se ficasse passando muito a mão ali, e a boca era fina.

Ele sempre parecia que tinha acabado de sair de uma transa – antes de o conhecer, eu não sabia se era assim mesmo, porém, as meninas do terceiro ano o descreviam dessa forma. Diziam que o apelido de Lúcifer vinha não só pelo ser maligno que ele era, mas por sua beleza, afinal, Lúcifer não era o anjo mais bonito de Deus?

Só que, nesse exato momento, tudo que posso pensar é "puta merda".

E por quê?

Bem, Lúcio Bortoluzzi está fodendo na escadaria do meu prédio.

Ok, vamos voltar para que tudo fique compreensível.

Estava quase atrasada para a escola. Se fosse rápida o suficiente conseguiria chegar antes do início da primeira aula. Assim que saí de casa, vi que os elevadores não estavam funcionando e entrei em desespero. Eu morava na cobertura, trigésimo andar, teria de voar escadas à baixo para ter uma chance de chegar cedo. As minhas chances eram mínimas de chegar no primeiro horário.

Nunca havia chegado atrasada antes, não cairia sem lutar.

Já descera dezessete andares. Os primeiros até consegui correr — obrigada aos treinos de tênis —, mas, depois de um tempo, fiquei cansada demais e comecei a só andar mesmo. Era inevitável, sabia que estaria atrasada para o primeiro horário e não queria me atrasar para o segundo também. Aí já era humilhação demais.

Enquanto descia as escadas, pensando que estava perdendo uma aula de química que eu não podia perder, comecei a escutar gritinhos femininos. Desci o mais rápido e silenciosamente que consegui, apertando as mãos em volta das alças da mochila com força, por apreensão. Quando cheguei ao décimo segundo andar vi dois corpos se movendo com força contra a parede.

A mulher era loira, tinha as unhas fincadas nos ombros dele, a saia azul estava embolada na cintura dela e a camisa de botão estava aberta, assim como o sutiã, as pernas dela envolviam o homem com força, enquanto ele estocava dentro dela com selvageria, o que só a fazia gemer mais alto, a cabeça dela estava encostada em seu ombro, me impedindo de ver o rosto de ambos. Meu corpo esquentou e não consegui desgrudar os olhos da cena, mesmo sabendo que não deveria estar vendo aquilo.

Ele tirou as mãos da parede e agarrou a bunda da mulher, apertou e a levantou, só para trazer o quadril dela de encontro ao seu com mais força, aumentando assim a energia da penetração. A loira gemeu mais alto e levantou o rosto. Então, a reconheci, era Tatiana, uma menina da minha escola que tinha se formado uns dois anos antes e que agora trabalhava na botique chique da mãe. A tinha visto uma ou duas vezes no prédio, sabia que morava ali, entretanto encontrar ela transando não era o tipo de visão que queria ter.

De alguma forma, conseguiu beijar o cara mesmo com a selvageria da transa e o homem levou uma mão ao rosto dela, puxando seu cabelo loiro e liso. Foi só quando eles separaram a boca que eu reconheci aquele perfil. Engasguei e segurei minha boca para não fazer nenhum barulho. Meu coração batia contra minhas costelas e meus pulmões puxavam mais ar do que o necessário.

Lúcio Bortoluzzi estava transando na escadaria do meu prédio. Ela não tinha sido aluna dele, mas ele tinha visto ela pela escola, e a idade... A velocidade dos movimentos se tornou mais intensa e ambos gemeram alto, sem nenhum tipo de doçura ou suavidade. Meu coração pareceu entrar em um acordo com as estocadas, batendo em sincronia com o choque dos corpos. Tatiana encostou a testa no ombro, me deixando ver melhor o aquele rosto.

Tinha certeza que nunca mais ia esquecer aquela cena, ela estaria tatuada nas minhas pálpebras até depois de eu morresse. Tatiana entregue à Lúcio, com as bochechas vermelhas e arfando, as mãos agarrando qualquer parte dele que pudesse pegar e aquela expressão desesperada de tesão. Ele a mordeu.

Aquilo era prazer puro e animal.

Ela pareceu desmontar quando chegou ao orgasmo, pois ele teve que a segurar com mais força. Quase podia sentir como se fosse em mim. Meu corpo estava respondendo a algo que não me dizia respeito.

Estava prestes a subir e passar o resto do dia em casa tentando esquecer aquela cena, quando ele puxou o corpo de Tatiana contra o dele de forma brusca, gemendo alto quando chegou ao orgasmo.

Arfando, Lúcio virou a cabeça e me encontrou ali, eu vi a leve surpresa em seus olhos e foquei apenas no rosto dele, olhando no fundo dos seus olhos. O calor do meu corpo se espalhou como fogo. Seus olhos estreitados e agressivos, sua feição tão arrogante e no controle, mesmo ali, todo desalinhado.

Assustada, subi correndo e as últimas coisas que notei foram os cabelos bagunçados e os lábios inchados e avermelhados. Era assim que ele ia para a aula. As meninas estavam certas, era mesmo a aparência de alguém que tinha acabado de transar. Também notei que o membro do meu professor não era nada pequeno, como, meses atrás, eu tinha tido o erro de comentar, atraindo a ira infernal do Prof. Lúcifer contra mim.


...

E aí, me contem, o que acharam do prólogo?

Já começa estourando a boca do balão.

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Lembrando que essa não é a versão oficial e final do livro, ainda vai melhorar!

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