I KISSED THE GIRL, I LIKE IT?

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– Ela o que?! – indaga Taehyun, quase gritando ao meu ouvido.

– Homem, se calma. – peço, me encolhendo com o seu grito inconformado.

– Calma, nada! – exclama – Ela tirou o seu BV e desmaia? – questiona possesso, sobre a situação que acabei de contar – Qual o problema dela?!

O meu estômago se embrulha só de pensar no sufoco que foi correr com ela para o hospital e bancar todo o racional e centrado, com a lerdeza que estava sentindo e sendo envolvido após o primeiro beijo que tive com ela e na minha vida toda.

– É sério, ela quase teve um coma alcoólico, então está perdoada. – tento argumentar, engolindo em seco.

– Ela só vai estar perdoada, quando eu dizer que ela está perdoada, o que ela não está mesmo. – rebate, muito brabo, andando de um lado para o outro no cômodo de armazenamento do restaurante dos seus pais.

Eu estava uma pilha de nervos por conta do ocorrido e precisava extravasar contando para alguém ou fazendo algo que me deixasse exausta mentalmente e fisicamente, pensei que estava tendo uma ótima ideia ao me aventurar no restaurante dos pais do Taehyun e ajudá-los, mas desde que contei tudo para ele, o meu melhor amigo estava surtando e tinha esquecido totalmente do nosso propósito ali, no qual era para nós estarmos guardando os mantimentos que chegara.

Felizmente, contar tudo para ele me deixou em um estado de leveza extrema, além de deixar que a ficha do acontecido entre Arin e eu caísse de vez.

– Vamos dar um desconto, hum? – peço, guardando alguns componentes dentro de um dos sacos.

– Eu vou dar a ela um passeio pela janela, isso sim. – resmunga como resposta, voltando a guardar também.

Eu esperava uma resposta mais clara e positiva sobre o acontecido vindo do meu melhor amigo, para me ajudar sobre a situação de alguma maneira e me guiar de certa forma a respeito de como me comportar com a Choi, mas o que eu fiz foi estressá-la com a situação e me deixar de certa forma ainda mais confuso do que já estava em relação a Choi Arin e ao futuro incerto que nos espera.
 
...
 
Seguro um dos vídeo games portáteis do meu irmão mais novo, – já abandonado pelo mesmo há meses, por conta do novo jogo que ganhara – na esperança que Rin-Rin goste desse passatempo, já que ela não curte muito livros cheio de palavras e sem nenhuma figura para qual analisar por um longo tempo. Caminho em direção ao quarto no hospital em que minha melhor amiga estava ficando em observação enquanto pensava em mil possibilidades que podiam acontecer quando nos encontrássemos.

Será que ela lembraria e agiria estranha? Será que ela não lembraria e agiria como sempre? Como eu poderia agir de uma forma que ela não suspeitasse dos meus conflitos internos? Oh céus, será que eu conseguiria agir tranquilamente na sua frente sem ter flashbacks do nosso beijo?

Bato na porta e abro uma fresta, colocando minha cabeça no lado de dentro e vendo a garota em roupas hospitalares se ajeitar na cama antes de pedir pra eu entrar no ambiente. Ao entrar no quarto, vejo-a me analisar até chegar ao seu lado da cama, quando os nossos olhos se encontram um sorriso caloroso se abre em seus lábios e me vejo inquieto, mas consigo refletir o mesmo sorriso no meu rosto.

 – Você veio. – comenta, alegremente, feliz com a minha presença.
– É claro que eu ia vim. – respondo, olhando-a confuso – por que não viria?

– Minha mãe disse que você foi embora quando acordei, então pensei que estaria com raiva de mim. – responde, todo envergonhada, desviando o seu olhar para as suas mãos no colo.
– Por que eu estaria com raiva de você, Rin-Rin?

– Por que me embebedei e parei no hospital? – responde, mas sai como uma pergunta incerta e temerosa.

Vejo-a mordiscar o canto do lábio inferior enquanto mexia os dedos inquieta sob o colo também, os seus olhos permanecem no movimento dos seus dedos enquanto o silêncio se prolonga entre nós dois. 

Será que ela está pensando no nosso beijo? Pensando que a sua bebedeira fez com que ela estragasse a nossa amizade com o beijo que eu não estava esperando dela? Eu precisava tirar essa aura desolada e insegura dela, precisava trazer de volta a aura animadora da minha melhor amiga de volta. 

– Eu estou aqui agora e trouxe uma surpresa pra você. – pronuncio, tentando tranquilizá-la de alguma maneira e o distraí-la ao mesmo tempo.

As minhas palavras fazem com que a Choi me encare de novo, com o olhar brilhando de tanta curiosidade e animação, estendo o vídeo game para a garota sentada na cama e ela pega o objeto como se fosse a sua salvação naquele quarto branco. 

– Para você passar o tempo. – digo, observando a sua felicidade genuína com o jogo portátil.

– Choi Soobin sempre salvando a minha vida. – comenta, sorridente, alternando o seu olhar entre mim e o objeto – o que seria da minha vida sem você?

– Uma eterna angústia. – respondo presunçoso, dando de ombros e sorrindo, ela sorri de volta – como você está?

– Melhor, ainda mais agora que você está aqui comigo. – responde, sem pestanejar, fazendo o meu coração bater rápido enquanto vejo-a juntar as nossas mãos e apertar de leve – Juro que nunca mais vou beber. – a encaro descrente erguendo uma das sobrancelhas com as suas palavras – é sério, se você não estivesse lá, eu teria morrido e ninguém ia perceber.

– É, se você não tivesse me ligado perturbando a minha paz, você estaria em apuros. – concordo, acariciando de leve os nós dos seus dedos.

– Como assim te ligado? – questiona, confusa, fazendo com que eu encontre o seu olhar.

– Você não se lembra? – rebato, aflito.

– Me lembrar de que? – revida, ainda mais confusa, segurando a minha mão com mais força para eu não soltá-la.

Então...

– Você não se lembra de ter me ligado e falado o que falou e.... – a minha voz morre com o balançar da sua cabeça, negando tudo o que aconteceu na noite anterior, negando que se lembrava de tudo.

Então ouço o meu coração rachar lentamente. 

Ela não se lembrava de algo que estaria gravado dentro de mim para sempre. 

Como iria explicar ao meu coração, que se quebrava lentamente dentro de mim, que as minhas esperanças de finalmente libertar esse sentimento guardado teria que permanecer em segredo e enterrado dentro de mim? Com certeza a minha relação com a Choi teria que continuar amigável, mas como o meu coração iria entender e continuar essa relação harmônica entre nós dois agora sabendo como é beijá-la tão docemente? Foi o momento mais certo e perfeito que eu tive, desde do dia que a conheci.

– Soo? – Arin me chama, preocupada com o meu silêncio repentino e isso me desperta para o agora. Eu

– Hum?

– Está tudo bem? – questiona, analisando-me dos pés à cabeça, assinto em concordância e abro um sorriso doloroso, mas isso não a acalma e deixa-a desconfiada – aconteceu algo ontem que não estou me recordando?

Aconteceu. Penso em dizer. Aconteceu que o beijo que foi esquecido por você mudou o meu mundo e desenterrou tudo o que eu lutei, para enterrar e esconder dentro de mim. 

– Não, não aconteceu nada de importante. – respondo, em vez disso, dando de ombros – não tem nada com que se preocupar ou recordar, está tudo bem.

Acontece que eu deixei escapar o sentimento que não deveria por ela e agora eu estou perdidamente apaixonada por Choi Arin, e não tem mais volta.

KISSES BETWEEN US [SOORIN]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant