21. Poesia para Netuno

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O loiro estava com o piercing em seus lábios, desta vez optando por um dourado de argola, o material feito e protegido por um feitiço quanto a sua dominação. Os cabelos loiros com mechas pretas estavam bagunçados, algumas mechas soltas em seus olhos brancos de energia. O uniforme preto com o coturno delineava bem seu corpo, a blusa de regata deixava bastante exposto suas runas e tatuagens.

Harry piscou os olhos, tentando manter-se concentrado com aquela encarada que recebia. Seus sonhos estavam cada vez piores e ele se recusava a se tocar, achando um absurdo fazer isso pensando no loiro.

A tensão que consumia seu corpo crepitava em sua mente todas as noites.

— Oh, meu bem, eu irei — provocou Draco, o andar lento como um felino. Harry deu dois passos para frente. — E só vou parar quando você implorar.

Potter sorriu lascivo, girando a espada em seus dedos e posicionando do jeito que Ron tinha ensinado.

— Eu nunca fui de implorar. — Fez biquinho, fingindo-se de cínico. — Normalmente as pessoas pedem para eu não parar.

Draco entendeu o duplo sentido, dando uma risadinha desacreditado.

— Vai ser tão bom te ouvir pedir. — suspirou longamente, os passos cada vez mais próximos. — "Eu me rendo, Draco, eu me rendo".

Harry travou o maxilar, sentindo a raiva se instalando com um comichão no seu corpo. Apertou a espada de raios com mais força, os olhos dourados se tornando mais denso.

Alguns elementais estavam sentados na arena, observando a luta entre os dois. Era um bônus para Harry que poderia mexer com todos os elementos se concentrasse, mas era uma vantagem de ataque para Draco que sabia que ele não tinha ainda uma boa destreza.

Ele era desequilibrado e pensava muito antes de atacar, acabando deixando sua guarda baixa e vulnerável.

Draco foi o primeiro a avançar, escorregando com a mão no chão para dar uma rasteira em Harry que deu um pulo de última hora, rolando para o lado.

O moreno golpeou o lado esquerdo de Draco, o vendo rebater com sua lança. Os dois se encararam, rindo quando um raio explodiu no céu.

— Movimentos previsíveis — informou o tenente. — Sua dianteira está muito lenta. Consigo ver que seu pé esquerdo está meio manco, trate de mascarar que está ferido.

Harry assentiu, começando a aplicar as instruções e um golpe tão certeiro que zuniu no ouvido de Draco.

— Muito bom — incentivou. — Equilíbrio com sua espada. Seus dedos estão escorregando demais, não se esqueça que você está mexendo com raio. São voláteis demais.

— Me dá um tempo! É a primeira vez que eu luto com uma arma elementar — argumentou irritado. — Está falando muito para quem disse que ia me fazer implorar.

Draco atacou tão forte com a lança que Harry só teve tempo para bater sua espada contra, a respiração dos dois se entrelaçando conforme o rosto se aproximava. Os narizes estavam quase encostando um no outro, o suor descendo pela testa e os olhos brilhando poder.

Os dois sorriram, parecendo cada vez mais desafiados.

— Alguém sentiu uma energia gay aqui? — sussurrou Vênus a Izzy que assistia ao treino. — Não? Então tá...

Izzy encarava os dois com uma postura rígida, os olhos azuis pareciam feito pedras. Pansy a encarou, enfiando mais uma uva dentro da boca e dando uma risada bem-humorada, sabendo que estava certa.

— Acho que Draco não o está usando, docinho — implicou Pansy. — Ele gosta do Potter.

Izzy engoliu em seco, enfiando o rosto nas mãos. Já tinha visto isso acontecer antes.

Elementais e o Herdeiro de Godin | DRARRY (HIATUS) Where stories live. Discover now