1. Disnfuncional

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O relógio de pulso Cartier marcava exatamente 11:25 quando Safira abrira a porta de seu Porsche e ia de encontro ao portão da escolinha de seu afilhado, Théo.

Ela havia chegado 5 minutos mais cedo e se odiou por isso. Isso significava que teria que fingir não perceber a presença dos paparazzis, que não haviam saído de sua cola, desde que a mesma deixará seu condomínio, pelos próximos longos segundos.

Impaciente, a morena começara a bater seu salto fino na calçada gasta, enquanto tentava prestar atenção em qualquer mínimo gesto que não envolvesse o flash de uma câmera.

— Se continuar batendo esse pé, vai dar a devida atenção que eles tanto esperam.

— Porra, Bruno! — Safira sobressaltara. — O que você está fazendo aqui, criatura? — ela questionara e enfim, dirigira seu olhar ao do rapaz que estava, agora, em sua frente.

— Vim buscar o meu afilhado.

— Como assim veio buscar o seu afilhado? A Bia me pediu pra levá-lo para casa.

Bruno soltou uma risada.

— O Lucas me pediu a mesma coisa.

— Merda! — Safira exclamou e em seguida colocou seus óculos escuros. — Você não deveria estar aqui.

— Deixa eu adivinhar... você, mais uma vez, preocupada com o que a mídia sensacionalista vai pensar se te ver por aí com um homem?

— Você não entenderia.

— O que eu não entenderia? — Bruno perguntou e logo foi se aproximando. — Não entenderia que se eles soubessem o que fazemos a 4 paredes, todo o mundo saberia disso em menos de 5 minutos? — ele questionara sussurrando em seu ouvido.

— Espaço! — ela disse e logo em seguida o afastou. — Você vai ser apenas o bom amigo que você é, vai fingir que irá me abraçar e quando fizer, vai colocar a chave do seu carro no meu bolso de trás, entendido?

— Safira, você sabe muito bem que não precisa de desculpas para que eu coloque a mão na sua bunda. Eu faço isso por vontade própria!

— Bruno! Nós temos uma situação aqui e eu preciso me safar dessa. Coloca a porra da chave no meu bolso, agora! Eu vou para a casa deles com o seu carro, você pega o Théo e vai pra lá com o meu.

— E como você pretende se livrar do foco deles?

— Eu vou fazer hora no estacionamento. Agora, vai! Abraço. Chave. Bolso. Bunda. Não. Bruno. Você. É. Um. Idiota.

•••

Safira havia se dirigido até o estacionamento em que Bruno costumava deixar seu carro. A cada passo que ela dava com aquele salto, a vontade de o arremessar longe e ficar descalça aumentava. Ela ia o caminho todo rezando e pedindo aos deuses para que os paparazzis a deixassem em paz.

Para sua infelicidade, assim que adentrara o estabelecimento, fora reconhecida e ao menos umas 5 pessoas que ali estavam, pediram por uma foto.

— Safira, então é verdade que você e o Bruninho estão namorando? — uma adolescente eufórica fizera questão de perguntar.

— Não, não estamos namorando. Somos apenas bons amigos. — ela respondeu dando um sorriso amarelado.

Antes que a bombardeassem com novas perguntas, o toque estridente de seu celular soou. Ela agradeceu mentalmente por ter sido salva daquele assunto que, para ela, era extremamente desconfortável.

Dysfunctional | Bruno Rezende Where stories live. Discover now