Desilusão

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Olhei para ele, e disse que precisariamos conversar, no momento que ele iria me responder alguém bateu na porta, chamando-o. Ele se afastou de mim, pegou sua calça que estava caida no chão, vestiu-a e disse que eu poderia ficar a vontade no casarão, mas de forma alguma saisse para fora.

Como ele poderia querer me fazer de prisioneira, então é isso, ele só me quer para me humilhar, porque se realmente estivesse gostando de mim como disse ele não me proibiria de sair e conhecer o local, aliás, nunca havia ido a uma fazenda, e ele agora estava me proibindo de conhecer.

Outra batida soou na porta, ele beijou minha testa, deixando-me ali sozinha, desorientada e ridicularmente furiosa comigo mesma por ser uma besta e não perceber que eu estava sendo enganada novamente, parece que ser enganada uma vez era pouco, mas ele está muito enganado se pensa que eu irei deixar ele me fazer de idiota, não perde por esperar, na primeira oportunidade eu irei fugir.

Olhei pela janela, já estava escuro lá fora, só havia o claro de uma fogueira onde algumas pessoas estavam sentadas conversando e sorrindo, a menininha estava brincando com outro menino mas não conheço as pessoas ainda, tirando a Maria, Steban e o Sr, Bigode que se chama Damião e pelo que eu acho nem irei conhecê-los, pois quero sair daqui o mais rápido possível. Não serei prisioneira de ninguém, peguei uma jaqueta de frio que a mulher mãe da menina trouxe pela manhã e vesti, coloquei uma bota e resolvi encontrar a Maria, ela é uma senhora muito acolhedora e me faz muito bem.

Passei pelo corredor, vi que ele também possui algumas obras de arte, isso fez meu peito apertar, pois meu pai era amante de artes e aqueles quadros me fez lembrá-lo, ao virar na sala ouvi vozes em um quarto ao lado, e foi o mesmo usado de manhã por Damião e Steban, com certeza esse deve ser o escritório dele, as vozes estavam um pouco alteradas e a curiosidade falou mais alto, encostei na porta para ouvir o que eles estavam falando, e não pude acreditar no que ouvia, aquela conversa só fez confirmar as minhas suspeitas.

Damião disse:

— Mas tem certeza que você irá fazer isso com ela?

Steban respondeu:

— Ela é uma vagabunda, pensa que me engana, as coisas que eles fizeram naquele cassino não tem perdão.

— Mas chefe, ela é muito articulosa esse é realmente um risco que iremos correr sem contar o chefe do cartel que virá atrás dela. Você sabe que ela é dele.

Meu mundo girou, não consegui acreditar naquelas palavras. Nada fazia sentido, ele não me conhecia, porque supostamente me salvou se está me ridicularizando desta forma? o que ele ganha me enganando, se ele queria me aprisionar ele tem o poder para isso, não precisava ter o trabalho de me envolver.

Atordoada virei bruscamente para sair dali, acabei esbarrando em um vaso de flores que estava ao lado sobre uma mesinha, o barulho foi estrondoso e naquele momento eu não sabia o que fazer, meu corpo ficou trêmulo e minha cabeça começou a latejar e o medo tomou conta do meu corpo, se ele me pegasse ali eu nem sei as consequências, foi então que...

Uma noite para te perder Where stories live. Discover now