— Como sabe disso?— Enfim sentaram-se na mesa.

— Foi um palpite— Wangji os serviu generosamente, enchendo mais uma vez as taças com o vinho tinto.— Saiba que as informações daquele filme não tem base, são inadequadas e não é exatamente daquele jeito que acontece.

— Então me mostre como acontece—  enrolou o macarrão no garfo e mastigou prazerosamente, se deliciando com o tempero incrivelmente bom do molho— Estou disposto a aprender e você sabe, Lan Zhan, eu gosto de coisas novas— riu após engolir tomando um gole do líquido.— Aliás, você cozinha muito bem, preciso comer aqui mais vezes.

— Mm— Lan sorriu fino e repetiu seus atos— Wei Ying gostaria mesmo de aprender sobre?— Perguntou ainda duvidoso.

— Sim, eu gostaria— balançou a cabeça eufórico.

— Certo— pigarreou, ajeitando a postura e limpando os cantos da boca com um guardanapo, elegante, como sempre.— Vamos fazer assim: terminamos de comer e explico-lhe depois, ainda está cedo, dará tempo.

O moreno concordou e continuaram a refeição em silêncio, como o professor sempre exigia. Trocavam alguns olhares pouco distantes, o receio ainda era visível nos sóis do outro. Não é todo dia que Wangji saia por ai explicando mais que literatura para um aluno, muito menos beijando ou preparando refeições. Na verdade, ele não fazia nem ideia de qual fora a última vez que fez isso para outra pessoa além de si mesmo.

Por outro lado, Ying encontrava-se curioso, ouvir falar ou assistir algo sobre determinado tema como aquele devia ser imensamente diferente do que na prática. Perguntas íam e voltavam sem parar enquanto seus olhos admiravam a face a sua frente, que por fora parecia apenas fria e intocável, contudo quanto mais se aprofundava, mais se encantava por seus detalhes.

Pensar em tê-lo na forma que fosse o causou borboletas no estômago, ou seria a sua sexta taça de vinho descendo enjoativa? Essa hipótese poderia ser facilmente descartada, sua tolerância ao álcool era boa. Aparentemente, algo naquele momento surgiu pelo Lan, como se as borboletas estivessem pousando em uma flor recém-descoberta.

Parou de mastigar por um momento, desviou os olhos do prato para o mais velho e as borboletas triplicaram, seria isso de fato? Estava apaixonado por Wangji? Esse sentimento estava tão distante de si a tanto tempo que ao menos conseguia destinguir.

Balançou a cabeça, evitando pensar naquilo, talvez fosse realmente o efeito do álcool. Sim, era isso.

— Terminou?— Ouviu a voz do outro meio embargada e confirmou sorrindo amarelo— Venha comigo.

O mais alto levantou-se pegando a garrafa de vinho e a própria taça, indo em direção a sacada que havia dito mais cedo no elevador e os olhos de Wei brilharam.

A entrada tinha portas francesas, com detalhes lindos da cor preta, as quais Lan abriu agilmente, deixando que o vento adentrasse cantante trazendo consigo o cheiro nostálgico da praia, liberando a paisagem do mar sob a lua e as inúmeras estrelas desenhas no céu negro, era maravilhoso e clichê.

— Caralho!— Não pode evitar xingar ouvindo uma risada baixa do mais velho ao seu lado.

Wangji havia posto a garrafa antiga sobre uma pequena mesa de vidro entre duas cadeiras afogadas. Mais uma vez o moreno sentiu-se dentro de uma obra de arte surrealista, o professor apoiava seus cotovelos no corrimão de alumínio gélido, com uma das mãos suspensas e a taça entre os dedos, seus olhos admiraram a lua por um momento e logo após a si.

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