– Não sei, mas eu acho que gosto de você. – Eu respondi com toda a sinceridade que tinha em mim. Senti o peso em meu peito se desfazer por completo.
– Eu também gosto de você. – Gabriela respondeu sorrindo de forma tão linda e não resisti em selar nossos lábios. – Somos amigas acima de tudo. Porém temos benefícios. – Ela disse sapeca e eu gargalhei.
– Que tipos de benefícios? – Não resisti perguntar.
– Se não tivéssemos atrasadas, eu faria questão de te lembrar. – A mais nova respondeu e eu sorri boba.
– Tudo bem. Teremos muito tempo para você me lembrar.
Respondi roubando uns beijos antes de finalmente soltá-la. Não podíamos perder o horário do voo. Sabia o quão exaustivo seria nosso tempo no aeroporto. Seriam longas horas, mas o que me conforta é que finalmente verei minhas pequenas. Meu coração ficava minúsculo de tanta saudade de Ninna e Liz. Minhas pequenas já não eram tão pequenas assim. Eu estava ansiosa em saber que encontraria com elas. Mas minha alegria se dividia com o dilema de deixar Gabriela. A vida real batia cada vez mais a porta. Tínhamos acordado algumas coisas, mas algo me incomodava e eu não sabia como falar pra ela. Após algumas horas estávamos aguardando o embarque no aeroporto de Remini. Talvez eu tome coragem até o Brasil para dialogar com ela o que eu precisava.
...
Desembarcarmos no aeroporto de Guarulhos no Brasil após longas horas. Foi uma dor imensa perder a VNL mas com sensação de dever cumprido, a seleção feminina de voleibol estava no processo de restruturação. Me despedi de cada uma das minhas companheiras de grupo como se fosse a última vez, afinal eu não sabia se estaria no próximo ciclo olímpico. Eu, Gabriela, Lore, Macris, Carolana, Carol e Rosamaria iríamos rumo a Minas Gerais, então guardaríamos nossas despedidas para quando desembarcássemos no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.
– Só não entendi o que a Pink tá fazendo aqui. – Gabriela perturbou Rosamaria e eu ri ao seu lado.
– Está nítido. – Lore perturbou e Rosamaria ruborizou ao lado de Carol.
– Vocês são insuportáveis. – Rosa disse andando na frente de todas nós e Gabi cutucou Gattaz.
– Corre atrás dela, Carol. – Implicou e Carol revirou os olhos.
– Sheilla, controla essa mulher. – Gattaz e eu levantei os braços em sinal de rendição.
– Não posso fazer nada.
– Lógico que não, você tá rendida por ela. – Rosamaria falou alto e eu arregalei os olhos. Foi a vez de Gabi ficar vermelha.
– Espera! Não acredito! – Carolana disse alheia e finalmente ligou os pontos. – Porra! Vocês estão juntas? – Questionou.
– Jesus, Carolana. – Agora foi a vez de Macris entregar. – Você está muito devagar.
– É, minhas caras. Sou a única solteira do rolê.
Lore reclamou e seguimos com nossas implicâncias até o portão de embarque. Ao chegarmos, eu e Gabi sentamos lado a lado, um pouco mais afastadas das meninas e eu tentei iniciar o diálogo com o que tanto perturbava minha mente.
– Posso te pedir algo? – Falei tímida e ela me olhou.
– Lógico, Sheilla. – Ela disse preocupada.
– Promete não ficar com ninguém? – Pedi com certo aperto. Não sabia ao certo o motivo do meu pedido, aliás eu nem tinha esse direito. Ela pareceu surpresa com meu pedido. Talvez quisesse curtir sua vida.
– Prometo! É o nosso combinado. – Gabriela respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo e olhou para todos os lados, assegurando-se de que ninguém tinha à atenção em nós. Ela me roubou um selinho. – Vamos viver o hoje. Para de pensar tanto no amanhã.
Ela me pediu e eu concordei sorrindo leve. De fato, esses dias seriam duros para mim.
...
– Mamãe! – Liz correu até meus braços sendo seguida por Ninna.
– Oi, meus amores. Que saudades de vocês. Meu Deus! Eu proíbo vocês de crescerem assim.
Abracei com força minhas meninas enquanto as enchia de beijos. Mostrei alguns dos presentes que comprei para elas e fiquei um tempo curtindo minhas filhas. Quando elas tiveram sua atenção roubada por um brinquedo novo, fui em direção ao meu quarto deixando a mala no canto. Observei a cama gigantesca para uma pessoa só. Suspirei passando a mão no rosto e segui até o banheiro com o intuito de tomar meu banho. Após finalizar o mesmo, percebi que meu celular estava desligado. Peguei o carregador e observei a tela brilhar inúmeras notificações quando o mesmo ligou. Mas apenas uma notificação me fez sorrir como boba.
Gabriela: Será que é cedo pra falar: Saudades, Sheilla Castro?
Sheilla: Não! Está tarde até... estou morrendo de saudades. Ainda dá tempo para você dormir aqui.
Gabriela: Hum... Tentador! Não insiste, eu posso não resistir.
Sheilla: Essa é a intenção.
Gabriela: Ai ai, Sheilla... Nos vemos amanhã?
Sheilla: Com certeza, senhorita Gabriela. As meninas tem natação de tarde. Podemos tomar um café?
Gabriela: Podemos! Até um chá se você quiser.
Sheilla: GABRIELA!
Gabriela: Hahaha brincadeira mas nem tanto. Te ligo mais tarde, ok?
Sheilla: Espero que seja sério.
Aguardo sua ligação 🖤
Sorri feito boba mais uma vez antes de jogar o celular em qualquer canto e voltar a dedicar o tempo as minhas pequenas. A babá me auxiliava enquanto minhas filhas não parava de falar. Eu estava tão animada com eles que o sorriso não saia do meu rosto. Eu sentia que pela primeira vez depois da minha separação as coisas começavam a se encaixar. No final do após colocar as meninas para dormir, recebi uma ligação que fez meu coração disparar. Eu aguardei o dia inteiro por essa ligação.
– Sheilla, precisamos conversar sobre nosso combinado.
A voz do outro lado da linha se pronunciou e eu engoli em seco. Odiava quando quebravam promessas.
Continua...
...
Como estamos? Uns ciúmes básicos por aqui e deixo os créditos ao grupo do Twitter hahaha
Deposite aqui sua ameaça para que eu volte logo e conte o que a Gabriela aprontou.
Não se esqueçam de votar.
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Sorte - Sheibi
FanfictionO que fazer quando o coração escolhe um caminho diferente? Sheilla Castro, uma das maiores jogadoras de voleibol se viu frente a um caminho que nunca imaginou. Perigo ou sorte? Talvez seja um pouco dos dois quando seu coração decidiu se entregar a G...
Combinado
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