Sorte - Sheibi

Combinado

– Por que você é tão irritante assim? – Gabi questionou suspirando e eu espalhei beijos pelo seus ombros tensos agora.

– Relaxa! – Pedi ganhando ela na manha. – Você não precisa se preocupar com a Jordan. Ela não é você. – Falei sem dar chances para que ela pensasse nisso.

– Não! Ela é linda, campeã, inteligente, uma ótima jogadora e é foda pra caralho. – Gabi falou.

– Acho que você está observando demais a Larson. Devo ficar com ciúmes? – Brinquei e observei pelo canto ela revirar os olhos. – Você sabe que você é tudo isso e muito mais do que disse, né!? – Disse a forçando a me encarar. – Você é linda. – Dei um selinho. – Inteligente. – Outro selinho. – É a melhor passadora do mundo. – Beijei outra vez. – Também coleciona medalhas e corações por aí. – Cerrei os olhos dando outro selinho e ganhei um sorriso sem graça dela. – Tem um jeito que me deixa louca. Você é foda pra caralho. – Repeti sua última frase.

– Exagerei? – Gabriela perguntou sem graça e eu ri segurando seu queixo.

– Não! Eu também ficaria assim por mim. – Fiz graça antes de beija-lá de maneira urgente.

– Você é tão irritante. – Disse mordendo meus lábios.

– Eu sei. Como você caiu no meu charme? – Resolvi provocar com voz rouca e ela riu.

– É uma longa história. Acho que você gamou primeiro. – Gabriela disse arqueando as sobrancelhas em um nítido sinal de desafio.

– Talvez. – Dei os ombros. – Não tenho culpa se você me deixa assim.

– Assim como? – Gabi provocou e eu suspirei.

– É difícil colocar em palavras. Prefiro mostrar

Avisei a empurrando em direção a cama.

...

Dois dias depois

– "Você com raiva, me atacando
E eu só com um beijo dou o troco
'Cê sabe que a gente não tem moral
Pra viver longe um do outro
Como se duas facas se riscassem procurando o corte
São dois corações disputando quem é o mais forte."

Gabriela finalizou enquanto dedilhava a última nota do seu violão.

– A Gabriela tá tocando violão, gente. Tá tocando muito bem. – Falei gravando um story. A ponteira percebeu e sorriu.

– Tô aprendendo.

Ela deu um tchauzinho enquanto eu continuava deitada. Suspirei notando a mais nova guardar o instrumento em sua case. Ela se aproximou lentamente me olhando e eu abri os braços entendeu seu recado. Ela se aconchegou em meu abraço.

– Nosso último dia aqui. – Sussurrei não querendo acordar desse sonho.

– Sim. – Ela suspirou e me encarou me lendo por completo. – No que você tanto pensa?

– Em nós. – Mantive o tom baixo e encarei seus olhos. – E agora?

– Vamos deixar acontecer. – Gabriela disse compreensiva e fez um carinho em minha bochecha. – Ficarei em Minas até o ciclo olímpico começar.

– Eu já estou com saudades de você. – Falei sincera sentindo meu peito apertar de forma dolorosa. – Podemos nos ver sempre?

– Sempre que você quiser, Sheilla. – Ela disse sorrindo e se esticou para me dar um selinho.

– O que nós temos? – Perguntei encostando sua testa na minha. Eu precisava saber disso.

– Temos o que você estiver pronta para ter. – Ela me respondeu calmamente analisando meu rosto. – O que nós temos? – Devolveu a pergunta.