Repetidamente Ambêr escreveu as palavras no pergaminho, não
com tinta, como logo veio a perceber, mas com o próprio sangue. E sucessivamente as palavras eram gravadas nas costas de sua mão, fechavam e reapareciam da próxima vez que ela tocava o pergaminho com a pena.

A noite desceu à janela da Umbridge. Ambêr e Harry não perguntaram quando teria permissão de parar. A ruiva tinha os cabelos amarrados em um coque desleixado, o rosto completamente vermelho e seus olhos inchados por conta das lágrimas.

– Acho que já pode ir Sra.Weasley, já foi o bastante. – Falou ela sorrindo falsamente. –Quanto a você Sr.Potter, ficará mais um pouco.

Ambêr saiu da sala sem dizer uma palavra. A escola estava bem deserta; com certeza passara da meia-noite. Caminhou lentamente pelo corredor, então, ao virar um canto, e certa
de que ela não o ouviria, ela parou e olhou para o chão sentindo a tontura lhe pegar.

– Espero que tenha um bom motivo por me deixar esperando por 2 horas, Ambêr. – Ambêr escutou uma voz esganiçada murmurar atrás de si. Draco caminhava em direção a ruiva que estava de costas, ele não parecia contente.

– Não é hora para sua besteiras. – Disse Ambêr com um fio de voz. Draco ficou em frente a ruiva com os braços cruzados pronto para uma discussão.

Ambêr estava fraca e pálida isso era visível, seu corpo estava encostado em um grande pilastra do corredor. Seus cabelos bagunçados ainda em um coque, seu rosto com rastos de lágrimas e sua mão vermelha como se estivesse em contato com ferro em brasa.

– Quem fez isso com você Ambêr? – Draco quase rosnou segurando a companheira carinhosamente pela cintura quando viu que ela quase não se sustentava.

Não fazer coisas banais durante a aula. O corte nas costas de sua mão direita abriu e começou a sangrar.

Não fazer coisas banais durante a aula. O corte ficou mais fundo, aferroando, ardendo.

Não fazer coisas banais durante a aula.O sangue escorreu pelo seu pulso.

Draco olhou para as repetidas frases na mão da ruiva e sentiu o desespero misturado com a raiva dentro de si.

– Pra que você quer saber? – Ambêr resistiu encarando os olhos do loiro, apoiando uma mão na parede ainda tonta.

– Diga logo. – Ele ordenou com um tom na opinião de Ambêr parecido com preocupação.

– E você por acaso que importa ? – A ruiva choramingou quando ele tocou seus dedos nas costas de sua mão.

– É lógico que me importo. – Ele olhou para ela suplicando por uma resposta. – Diga, honey.

– Umbridge. – Disse ela fechando os olhos, logo sentindo o loiro lhe pegar no colo estilo noiva e virando o corredor.

✔︎

Na noite passada Draco havia levado Ambêr para a ala hospitalar, onde a mesma havia passado a noite em observação. Madame Pomfrey por outro lado ficou intensamente desgostosa quando Draco Malfoy lhe explicou a situação da companheira. A última coisa que lembrava era de Draco fazer tranças em seu cabelos antes da mesma dormir.

– Bom dia flor do dia. – Disse Hermione assim que Ambêr abriu os olhos pela manhã.

– Bom dia. – Sibilou ela, olhando em volta com os olhos entre abertos. O corpo da ruiva estava coberto pelos lençóis da enfermaria, ao seu redor Fred, Jorge, Hermione, Ron, Ginny, Harry, Anna, Thomas e Astoria olhavam para ela com preocupação. Mas a única pessoa que ela queria realmente falar não estava ali. Draco.

Se eu soubesse que você iria passar mal, teria te trazido. – Harry gemeu preocupado.

– A culpa foi daquela ogra. – Disse Astoria com rispidez. – Quando eu vi que você não iria aparecer para nosso passeio noturno, sabia que havia algo suspeito. – Falou Astoria mais para si mesmo do que para os outros.

– Não se preocupe irmãzinha iremos explodir a sala dela. – Garantiu Fred enraivecido.

– Iremos vinga-la. Aliás mamãe também ajudará, pelo ou visto, já que ficou furiosa. – Completou Jorge comendo alguns dos doces que Draco mandara Astoria colocar ali pela manhã.

– Ficamos preocupados com você Ambêr. Escutei Madame Pomfrey dizer que Minerva já está sabendo do que aquela sapa fez. – Informou Hermione de braços cruzados, revoltada.

– Eu juro que se ela tocar um dedo em você novamente eu a mato. – Anna bradou.

– Nós ajudamos. – Disseram os gêmeos oferecendo chocolate a irmã.

– Quem trouxe isto ? – Perguntou Ambêr erguendo o corpo da cama e espiando de esgueira.

– Não sabemos, mas tem um bilhete. – Disse Ginny curiosa.

– Só não abrimos porque Astoria não deixou. – Disse Fred sorrindo para a morena que ignorou. Ambêr pegou a cesta de chocolate ao seu lado e apanhou o papel.

Espero que goste dos chocolates. Sei que são os seus preferidos. Desculpe por sair antes que acordasse, Madame Pomfrey me expulsou assim que acordei.

thuribaby >3

Diário de uma Weasley - Entre o Bem e o Mal Where stories live. Discover now