Alguém pegou uma estrela?

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ALGUÉM PEGOU UMA ESTRELA?

Um comerciante guiava Tsukishima Kei por inúmeros corredores minúsculos e imundos, até que chegassem diante de uma alta e larga porta dourada, Kei pensaria que estava a caminho da sala de um trono se não fosse pela quantidade exagerada de trancas na mesma, o que quer que estivesse preso atrás dali, ou era precioso ou absurdamente perigoso. 

— As estrelas... Elas estão aí dentro? — Perguntou Tsukishima com cautela, vendo que o comerciante sorria cada vez mais, os dentes tortos e amarelos se tornando visíveis.

Ele e sua tripulação de portas haviam seguido uma pista em uma pequena ilha no fim do mundo e ela os guiou até seu Oráculo, e de lá, fora empurrado para a ilha que estava agora, um lugar tão zorra de sua zona que simplesmente disse a algum dos aldeões que era rico e curioso e já lhe levaram direto para as mãos daquele comerciante, jurando que ele garantia a autenticidade de seus produtos.

A mão de Kei não saiu de dentro do casaco por nenhum segundo, segurando sua arma para o caso de alguma armadilha. Havia muitas chances de estar sendo, mais uma vez, levado direto para uma emboscada.

— Por que tantas fechaduras na porta?

— Bem, segurança… E eu acredito ter dito A estrela, jovem senhor, possuo apenas uma, tive a sorte de encontrá-la e tomo cuidado para que não fuja, não posso perder algo de tamanho valor — corrigiu-se, puxando um conjunto de chaves de dentro de seu bolso, presa a uma grossa corrente enferrujada. O ranger metálico sendo o único barulho no corredor enquanto as trancas iam se abrindo uma por uma.

Kei balançou a cabeça, embora tivesse certas dúvidas. Consultas com seu Oráculo não eram 100 por cento garantidas, fora o último retorno que fizera a sua ilha e o Oráculo lhe mandara ali em menos de dois minutos de conversa.

Cinco anos atrás, Kei não estava a procura de uma estrela, mas ao ouvir que precisava de uma para encontrar seu irmão a muito desaparecido, ele não hesitou em roubar um navio e navegar até ali, com a pouca tripulação que montou Cinco anos depois, ele havia menos pessoas em sua tripulação do que antes, mas ainda buscava as Estrelas, sem sequer ter a confirmação de que elas poderiam cair.

Hinata e Kageyama, seus co-capitães, permaneceram no navio até às segundas ordens. Kei não arriscaria perder mais de seus homens em busca de algo que poderia ou não existir, já havia caído em dois golpes e escapado quase morto de uma ilha repleta de Corsários.

Até hoje, nunca havia ouvido falar de alguém capaz de capturar uma estrela de verdade, não tinha conhecido ninguém que não fosse um farsante e estivesse preparando uma armadilha para sonhadores que iam atrás de comprar sua estrela.

Até mesmo o homem na frente de Kei não demonstrava poder para tal coisa. Quanto mais Kei ouvia o comerciante falar, mais dúvidas tinha se era ou não verdade.

O homem não era grande coisa, baixo e curvado demais para alguém com condições de pegar até mesmo uma borboleta, imagine uma estrela. Estava mal cuidado e sujo, a pele pálida em um tom doente que beirava o verde, os cabelos longos pareciam não ver um pente a décadas e tinha tantos fios cinzas e nós que Kei não conseguia desviar o olhar.

— Entre, jovem senhor — o comerciante disse e Kei parou de pensar na aparência do homem para encará-lo. Um tiro, seria eficaz contra aquele homem, bastava lhe acertar a testa e todos seus problemas estariam resolvidos, isso se a estrela fosse verdadeira e estivesse lhe esperando atrás daquela porta podia pegá-la e zarpar com sua tropa. — Não está curioso para vê-la?

— Mostre-me o caminho. 

— Com prazer. 

O comerciante entrou primeiro e Tsukishima foi logo atrás, passos lentos e cuidadosos.

Todas as estrelas do mundoWhere stories live. Discover now