ℙℝ𝕆𝔹𝕃𝔼𝕄𝔸 , 𝑲𝒂𝒛 𝑩𝒓𝒆𝒌𝒌𝒆𝒓

𝒅𝒐𝒏'𝒕 𝒕𝒉𝒂𝒏𝒌 𝒎𝒆 𝒚𝒆𝒕

“ Quanto pra alugar? ” Ela perguntou, sua língua nativa desconhecida após meses de Kerch gutural.

"Duzentos e cinquenta soberanos. "

Ela quase riu. Duzentos e cinquenta soberanos por uma caixa de madeira sobre rodas? E chamaram Kaz de criminoso?

"Eu não acho que você me ouviu direito." Echo hesitou quando ela enfiou a mão nos bolsos de seu vestido, os dedos enrolando em torno da largura de um objeto familiar.

O metal frio do anel chamuscou sua pele enquanto se aquecia no brilho quente do sol pela primeira vez que foi arrancado de seu dedo. Ele deslizou pela tenda do comerciante e o som foi o suficiente para fazer os dentes de Echo rangerem.

"Quanto pra alugar? "

O comerciante empalideceu com a insígnia estampada no metal.

" Minhas desculpas." Ele gaguejou.

"Cinqüenta é cinquenta soberanos. "

"Obrigado por seu gracioso negócio. "

Echo guardou o anel no bolso. Ela desprezava sua família, mas eram momentos como aquele, quando o medo de seu nome bastava para reprimir até mesmo as mentes mais gananciosas, ela não podia negar seus usos.

Santos , ela pensou com o coração pesado, eu pareço Kaz .

Se a carruagem não era muito exterior, o interior era ainda menos. Jesper, sendo abençoado pela estatura impossível de Zemini, puxou a palha mais curta. Suas pernas esticaram o comprimento do compartimento, deixando-o sem escolha a não ser apoiar os pés em cima das saias amarrotadas de Echo. Ela olhou para as solas enlameadas de suas botas com uma careta. Kaz estava firmemente preso à porta da carruagem, colocando a maior distância possível entre ele e Echo. Se fosse qualquer outra pessoa, ela teria ficado ofendida, até mesmo com raiva. Mas era Kaz. Ela não pôde deixar de ficar aliviada que o menino não tinha exigido toda a extensão da almofada para si mesmo. Foi um progresso.

O menino se voltou para Arken com um olhar tão intenso que poderia envergonhar o General Kirigan.

"Eu não contratei você simplesmente para nos fazer atravessar a Dobra. Você está conosco porque contrabandeou Grisha para fora do Pequeno Palácio, e essa é a localização do nosso alvo."
Inej franziu a testa.

"Invocador do Sol."

"Suposto." Kaz brincou.

E, como esta era a sexta vez que a Echo ouvia essa discussão em poucas horas, ela começou a fazer uma espécie de véu improvisado com o material de um de seus vestidos. Foi, francamente, a coisa mais difícil que a Echo já tinha feito. Alguma tristeza profunda agitou o que restava de seu coração enquanto ela rasgava aquela obra de arte de veludo em pedaços, mas ela não podia negar que quanto mais perto eles chegassem da Dobra, mais provável era que seu rosto acendesse aquela pequena brasa de reconhecimento na mente de um estranho. Então a merda realmente iria bater no ventilador.

"Você disse que tem um contato que pode nos levar para dentro." Kaz disse, olhando para Arken com os olhos estreitos.

"Como vou saber se podemos confiar nela?"

A resposta dos condutores foi concisa. "Nina cresceu lá."

"A maioria dos Grishas cresceu no Pequeno Palácio." Echo murmurou, seu tom impossivelmente sombrio. "Muito poucos trairiam seu general, e menos ainda nos ajudariam a sequestrar seu bem mais precioso."

Seus dedos atrapalharam o tecido. Embora ela pudesse manipular um baralho de cartas com um movimento dos dedos, Echo nunca tinha conseguido a arte ágil de amarrar nós. A última pessoa a assumir a tarefa fútil quase a jogou ao mar. Foi um destino que não soou muito condenatório, até que você percebeu que o navio estava voando e que a distância até o solo era muito, muito longa para cair. Kaz estava olhando para ela com uma sobrancelha levantada enquanto seus dedos tropeçavam e vacilavam até que sua personalidade impossivelmente obsessiva agarrou o pacote de pano de seus braços.