Diário de uma Weasley - Entre o Bem e o Mal

46 | Lombor

- Não que isso seja da sua conta, mas fui expulso. - Falou ele secamente.

- Por que? - Questionou Rosália erguendo seu corpo.

- Devem ter visto seu histórico duvidoso. - Disse Ambêr olhando para Rosália que ergueu as sobrancelhas.

- Que vocês se conhecem, eu sei. Mas o que aconteceu para vocês se odiarem tanto? - Rosália permaneceu centrada nos dois.

- Quer contar a história Lombor? - Ambêr fez um bico engraçado no rosto.

- Com todo prazer Weasley. - Ele ajeitou-se no banco. - Tudo começou em maio de 1992 em um tarde ensolarada, quando eu infelizmente esbarrei com essa pimentão ambulante.

- Esbarrou?? Você literalmente deslocou meu ombro. - Ambêr vosiferou irritada batendo as mãos no banco.

- Que seja. - Continuou ele. - A partir daí nós odiamos de primeira, já que Ambêr quase me matou.

- Foi sem querer, já lhe expliquei. - Ambêr atingiu o ombro do rapaz com um tapa, o loiro grunhiu.

- Deixa eu contar essa maldita história, abóbora estragada. - Ele passou os dedos pelo ombro. - Depois disso nós acabamos em uma detenção na aula de poções, culpa da Ambêr, que falou palavras de baixo calão ao professor. - Ele sorriu pela primeira vez depois que a ruiva chegou ali.

- Você explodiu as poções de propósito por birra, e colocou a culpa em mim.- Sorriu ela divertida como se estivesse tendo uma deja vú. - Logo depois disso quando fomos para a detenção....

- Quem tá contando a história? Eu ou você ?? - Ele beliscou o braço da ruiva.

- Eu sei que todo esse ódio é resultado de amor reprimido. - Rosália fez círculos imaginários com a unhas em sua mão.

Zacarias Lombor colocou a mão no peito como se estivesse realmente ofendido e Ambêr arregalou os olhos e cruzou os braços incrédula.

- Resumindo. - Continuou Zacarias ignorando Rosália que riu abertamente. - Ambêr e eu explodidos a sala de poções por culpa dela claro, e perdemos pontos para nossas casas. - Ele finalizou.

- Por causa de uma simples detenção? Deve ter alguma coisa a mais que não então citando na história. - Sugeriu Rosália com a mão no queixo. Zacarias cruzou os braços desconfortável e forçou a garganta. Ambêr olhou para seus pés ignorando novamente a morena a sua frente, realmente a Dongkes's estava certa, havia alguns pontos que foram ocultados pelos dois.

- Fiquei sabendo do seu irmão, como estão lidando com isso ? - Perguntou Lombor com aspereza.

A morena bufou entristecida.

- Mamãe é a que sofre mais com tudo isso, eles eram muito apegados, ela tem chorado por diversas noites. Já papai passa horas do seu dia investigando o caso junto com o Ministro em pessoa. Estamos tentando lidar. - Ela forçou um sorriso tímido porém cheio de tristeza.

- Sinto muito. - Sussurou Ambêr com os olhos marejados. Rosália deu um sorriso amarelo em agradecimento. Zacarias arqueou as sombrancelhas em dúvida ao ver Ambêr sair apressadamente da cabine, porém ignorou.

✔︎

Quando todos os alunos terminaram de comer e o nível de barulho no salão começou a aumentar, Dumbledore tornou a se levantar. As conversas morreram imediatamente e todos se
viraram para o diretor. Ambêr estava se sentindo descontrolada e desesperada. Anna mantinha a expressão dura, mais cedo quando ainda estavam no expresso - Rosália havia embargado no assunto mais delicado no momento. Ambêr também notou o pavor no olhar de Draco assim que o nome da Dongkes's foi chamando pelo chapéu ( sendo selecionada obviamente para a Sonserina).

- Bem, agora que estamos todos digerindo mais um magnífico banquete, peço alguns minutos de sua atenção para os habituais avisos de início de trimestre - anunciou Dumbledore.
- Os alunos do primeiro ano precisam saber que o acesso à floresta em nossa propriedade é proibido aos estudantes... e a esta altura alguns dos nossos antigos estudantes já devem ter
aprendido isso também.

- Falou o cara que nos mandou para a Floresta no primeiro ano. - Reclamou Ambêr.

- Houve duas mudanças em nosso corpo docente este ano. Temos o grande prazer de dar as boas-vindas à Prof
a Grubbly-Plank, que retomará a direção das aulas de Trato das Criaturas Mágicas; estamos também encantados em apresentar a Profa.Umbridge, nossa nova responsável pela Defesa Contra as Artes das Trevas.

Houve uma rodada de aplausos educados, mas pouco entusiásticos, durante a qual Ambêr e Harry trocaram olhares ligeiramente alarmados; Dumbledore não dissera por quanto tempo Grubbly-Plank iria ensinar.

O diretor continuou:

- Os testes para entrar para os times de quadribol das casas serão realizados...
Ele interrompeu o que ia dizendo, com um olhar indagador à Profa.Umbridge. Como ela não era muito mais alta em pé do que sentada, por um momento ninguém entendeu por que
Dumbledore parara de falar, mas então a professora pigarreou:

- Hem, hem. - E ficou claro que se levantara e pretendia falar.

Dumbledore pareceu surpreso apenas por um instante, então, sentou-se com elegância e olhou atento para a Profa.Umbridge, como se ouvi-la fosse a coisa que mais desejasse na vida.
Os outros membros do corpo docente não foram tão competentes em esconder sua surpresa

- Obrigada, diretor - disse a professora, sorrindo afetadamente -, pelas bondosas palavras de boas-vindas.

Sua voz era aguda, soprada e meio infantil, e mais uma vez Ambêr sentiu seu estômago revirar.

- Bem, devo dizer que é um prazer voltar a Hogwarts! - Ela sorriu, revelando dentes muito
pontiagudos. - E ver rostinhos tão felizes voltados para mim!

Ambêr olhou para os lados. Nenhum dos rostinhos que viu parecia feliz em vê-la.

- Estou muito ansiosa para conhecer cada um de vocês, e tenho certeza que seremos grandes amigos!

- Desculpe eu não faço amizades com vacas em extinção. - Murmurou Ambêr um pouco alto, as gargalhadas dos seus amigos saíam abafadas.

A Prof. Umbridge fez uma pausa e uma reverência aos seus colegas, mas nenhum deles lhe retribuiu o cumprimento. As sobrancelhas escuras da Profa McGonagall tinham se contraído de tal modo que ela decididamente parecia um falcão.

- Todo diretor e diretora de Hogwarts trouxe algo novo à pesada tarefa de dirigir esta escola histórica, e assim deve ser, pois sem progresso haverá estagnação e decadência. Por
outro lado, o progresso pelo progresso não deve ser estimulado, pois as nossas tradições comprovadas raramente exigem remendos. Então um equilíbrio entre o velho e o novo, entre a
permanência e a mudança, entre a tradição e a inovação...

Na mesa da Corvinal, Cho Chang conversava animadamente com as amigas. Alguns lugares adiante de Cho, Luna Lovegood puxara o seu Pasquim.

Ambêr não pareceu ligar para o discurso da professora que era ignorada pela metade do salão. Zacarias que residia na mesa da Corvinal estava em uma competição de quem pisca primeiro, com a ruiva que cravou as unhas na mesa em insistência.

- ... porque algumas mudanças serão para melhor, enquanto outras virão, na plenitude do tempo, a ser reconhecidas como erros de julgamento. Entrementes, alguns velhos hábitos serão conservados, e muito acertadamente, enquanto outros, antigos e desgastados, precisarão ser
abandonados. Vamos caminhar para a frente, então, para uma nova era de abertura, eficiência e responsabilidade, visando a preservar o que deve ser preservado, aperfeiçoando o que
precisa ser aperfeiçoado e cortando, sempre que encontrarmos, práticas que devem ser proibidas.

A bruxa sentou-se e foi aplaudida somente pelo corpo docente que acompanhou Dumbledore.

" Essa velha vai dar trabalho. " pensou Ambêr.