Diário de uma Weasley - Entre o Bem e o Mal

29 | Biblioteca

A porta da sessão reservada foi destrancada com um feitiço simples da varinha de Ambêr, a garota olhou para os lados conferindo que ninguém além dos dois estavam ali, a ruiva deu passos cautelosos até chegar em um dos corredores logo passando os olhos pelos livros.

- Não tem nada aqui de importante, não sei porque escondem. - Malfoy sussurou perto do pescoço da ruiva.

Ambêr olhou para ele e cheirou o ar, ela arqueou as sobrancelhas.

- Você sabia que tem cheiro de riqueza? Chega a ser irritante. - Ela murmurou cheirando de leve o pescoço do rapaz.

- É claro que sei. - Sorriu convencido esticando a mão e pegando um livro de Poções Avançadas.

Mais de meia hora depois o dois jovens ainda resmungavam em busca dos livros, Malfoy sentado em uma mesa enquanto olhava o conteúdo de diversos livros e Ambêr xingando um palavrão de dois em dois minutos. Passos secos e fundos foram ouvidos do lado de fora da Sessão Reservada, Draco que já tinha guardado os livros em seus devidos lugares colocou a mão na boca da ruiva puxando sua cintura. As respirações pesadas e envolvidas sendo seguidas pelos passos que se aproximavam do corredor onde estavam.

- Tem alguém aí? - Ambêr e Draco ouviram a voz estridente do zelador.

Alguns minutos depois puderam ver sua gata peluda e asquerosa passar cheirando o ar, Ambêr estava de costas ainda com o corpo colado no loiro, o loiro conseguia ouvir o coração da ruiva que estava disparado não diferente do seu.

A gata parou no corredor ficando estática, esticou seu pescoço maus uma vez e recuou.

- Vamos. - O zelador murmurou chamando sua gata que voltou dando pulos frenéticos.

Draco ainda relutante tirou a mão da boca da ruiva e escutaram a porta se trancando com duas voltas no trinco, Ambêr virou-se para o rapaz com os olhos arregalados, eles estavam tão perto que podia até mesmo escutar o coração um do outro sem qualquer esforço. Draco não hesitou em puxar Ambêr pela cintura novamente e juntar seus lábios, as borboletas apareceram de uma vez na barriga da ruiva, seus lábios perfeitamente encaixados em um selinho longo, ela rapidamente caiu em si empurrando o peito do loiro.

- E você dizendo que não iria mais acontecer. - Ele sussurou dando outro selinho na ruiva.

- E não vai. - Ambêr empurrou o ombro do loiro, logo pegando os livros e guardando na bolsa. - Não sou seu tipo de garota Malfoy.

- Temos uma ligação, é bem óbvio que você é meu tipo de garota. - Ele mostrou o pulso mais uma vez.

- Uma ligação que vai ser quebrada. - Ambêr relutou. - Não sou o tipo de pessoa que você beija a hora que quer e depois humilha na frente de todo o salão, isso te lembra algo? Vamos deixar algo claro, nenhum de nós dois vai expor isso a ninguém. - A ruiva encarou o silêncio como um sim.

O loiro manteve a expressão dura e fria enquanto a ruiva terminava de pegar os livros e enfiar dentro da bolsa, ela pegou sua varinha e saiu de perto do loiro que bufou alto.

✔︎

Quando Ambêr acordou no sábado de manhã, levou algum tempo para se lembrar da razão pela qual se sentia tão infeliz. Então, a lembrança da noite anterior a engolfou. Ela se sentou e afastou as cortinas da cama, com a intenção de desabafar com Anna, - mas encontrou a cama da amiga vazia; obviamente já fora tomar o café da manhã. A ruiva se vestiu com um vestido vermelho e alguns detalhes em preto, pegou sua varinha colocando na bota e desceu pela escada circular.
A perspectiva de chegar no salão é encarar a cara pálida e nojenta do loiro não agradava a ruiva, portanto ela passou direto para a mesa da Grifinória.

- Olá bom dia. - Disse Anna entregando uma pilha de torradas para a ruiva.

- Bom dia, quer dar uma volta depois do café? - Perguntou Ambêr dando uma mordida em sua torrada.

- Boa ideia. - Respondeu a morena agradecida e voltando a comer.

- Vocês viram o Ron ? - Perguntou Harry chegando na mesa.

- Hum... vi... estava na sala comunal.

- Ele ainda acha que eu me inscrevi?

- Bem... não, acho que não... não para valer - disse Anna sem jeito.

- Que é que você está querendo dizer com esse não para valer? - Olhou para Anna.

- Ah, Harry, não está na cara? - respondeu Hermione desesperada, se metendo no meio da conversa. - Ele está com ciúmes!

- Com ciúmes? - repetiu o garoto sem acreditar. - Com ciúmes de quê? Será que ele quer fazer papel de babaca na frente da escola inteira? - Harry olhou para a ruiva.

- Olha - disse Hermione pacientemente -, é sempre você que recebe todas as atenções,você sabe que é. Sei que não é sua culpa - acrescentou ela depressa, vendo Harry abrir a boca indignado.
- Sei que você não quer isso... mas, bem... sabe, Ron tem todos aqueles irmãos competindo com ele em casa, e você é o melhor amigo dele e é realmente famoso, Ron é sempre deixado de lado quando as pessoas veem você, e ele aguenta isso sem
reclamar, mas acho que mais essa vezinha foi demais...

Ambêr embora permanece calada, concordava com algumas palavras da morena, mas ainda sim ficou quieta.

- Ótimo - disse Harry com amargura. - Realmente ótimo. Digam a ele que troco de lugar quando ele quiser. Diga a ele que o meu lugar está às ordens... gente olhando de boca aberta para a minha cicatriz para todo lado que vou...

- Não vou dizer nada a ele - falou Ambêr com rispidez. - Diga você mesmo, é o único jeito de resolver isso, conversem.

- Não vou correr atrás dele para fazer o ego dele crescer! - disse Harry para a ruiva, tão alto que várias corujas pousadas em uma parte da mesa levantaram voo assustadas. - Talvez ele acredite
que não estou me divertindo quando me partirem o pescoço ou...

- Isso não tem graça - disse Hermione baixinho. - Não tem a menor graça. - Ela parecia extremamente ansiosa. - Harry, estive pensando... você sabe o que precisamos fazer, não sabe? Depressa, assim que voltarmos ao castelo?

Ambêr ainda olhava para Harry com as sobrancelhas levantadas, calculando alguma das maneiras de bater no menino com educação.

- Sei, tacar no Ron um bom chute na bu......

- Escrever a Sirius Você tem que contar a ele o que aconteceu. Ele pediu para você o manter informado de tudo que estivesse acontecendo em Hogwarts... é quase como se ele esperasse que uma coisa dessas fosse acontecer. Trouxe pergaminho e uma pena comigo... - Disse Ambêr com aspereza.

- Corta essa! - exclamou Harry, olhando à volta para verificar se havia alguém ouvindo; mas o Salão estava muito deserto. - Ele voltou ao país só porque a minha cicatriz doeu.
Provavelmente invadiria o castelo furioso se eu contasse que alguém me inscreveu no Torneio Tribruxo...

- Sirius iria gostar que você contasse a ele - disse Hermione com severidade. - Ele vai descobrir de qualquer jeito...

- Como?

- Harry isso não vai poder ser abafado - disse ela seriamente. - Esse torneio é famoso e você é famoso. Eu ficaria realmente surpresa se já não tiver saído alguma coisa no Profeta
Diário sobre a sua entrada no torneio... você já aparece em metade dos livros que tratam do Você-Sabe-Quem, sabia... e Sirius iria preferir saber por você, eu sei que sim. - Disse Anna ainda zangada com a maneira de como o menino tratou Ambêr.

- OK, OK, vou escrever - disse Harry atirando o último pedaço de torrada no prato. Os quatro ficaram parados observando o pão por um instante.

- Vou usar a coruja de quem? - perguntou Harry, quando subiam as escadas. - Ele me disse para não usar Edwiges outra vez.

- Pergunte ao Ron se você pode pedir emprestada...

- Não vou pedir nada ao Ron - disse o garoto decidido.

- Bom, então peça uma das corujas da escola, qualquer pessoa pode pedir - disse Anna.

Ambêr puxou Anna pelo pulso indo para o dormitório, enquanto Harry e Hermione subiam para o corujal.