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"Não é possível".

- Você acha que vai dar muitos problemas a papai ? - Perguntou Ginny preocupada.

- Acho que não, afinal ele só quis ajudar. Ninguém se é punido por fazer o bem. - Respondeu Ambêr olhando para as duas.

- Você está bem Ambêr? - Hermione questionou ao ver a amiga confusa.

- Estou preocupada. - A ruiva olhou para as duas meninas.

- Com o que ?

- Meu pulso está começando a arder. - Falou Ambêr cabisbaixa.

Hermione e Ginny trocaram olhares assustados e logo soltaram gritinhos felizes. Os ouvidos sensíveis de Ambêr certamente não gostaram disso.

- Não é motivo para vocês comemorarem. - Falou Ambêr com rigidez.

- Claro que é, significa que você está perto do seu companheiro. - Ginny sorriu. - Ao menos você terá sorte.

- Eu não pretendo encontra-lo. - Ambêr fechou o livro com força.

Se ambos os companheiros cruzarem o caminho um do outro, a sorte virá carregada de ódio e desgraça, seu pulso queimará, não por horas, nem por dias, e sim por anos, até que a marcação manual seja concluída.

- Não sei do que está reclamando Ambêr, uma hora ou outra você irá ter que encontrá-lo, não vai querer ficar sozinha pra sempre não é ? - Ginny sorriu presunçosa. - Afinal todos na família encontraram os seus, você não irá ser diferente.

Ambêr puxou o ar do fundo dos pulmões e buscou manter paciência.

- A única coisa que eu queria é que você calasse a boca, Ginerva. Do meu futuro cuido eu. - Resmungou Ambêr.

- Ema está certa Ginny. - Disse Hermione monótona sem tirar os olhos do livro.

Ginny bufou.

Ambêr guardou o livro e virou-se em direção a sua cama, afundando seu corpo nos cobertores e finalmente fechando os olhos.

✔︎

Havia no ar uma inquestionável tristeza de fim de férias quando Ambêr acordou na manhã seguinte. A chuva forte continuava a fustigar a janela enquanto ela vestia uma jeans e uma blusa branca de alças; trocaria pelas vestes de escola no Expresso de Hogwarts.

- Arthur! - gritou ela para cima. - Arthur! Mensagem urgente do Ministério!

Ambêr se achatou contra a parede quando o Sr. Weasley passou correndo, com as vestes de trás para a frente e desapareceu de vista. Quando Ambêr e os outros entraram na cozinha, viram
a Sra. Weasley remexendo, ansiosamente, nas gavetas do guarda-louça.

- Tenho uma pena em algum lugar aqui! - Dizia ela, enquanto o Sr.Weasley se curvava para a lareira falando com...

A cabeça de Amos Diggory estava parada no meio das chamas como um grande ovo barbudo. Ele falava muito depressa, completamente indiferente às fagulhas que voavam ao seu
redor e às chamas que lambiam suas orelhas.

- ... os vizinhos trouxas ouviram estampidos e gritos, então foram e chamaram a... como é mesmo o nome?... plícia. Arthur, você tem que ir lá...

- Tome! - disse a Sra. Weasley sem fôlego, empurrando um pedaço de pergaminho, um tinteiro e uma pena amassada nas mãos do marido.

- ... foi pura sorte eu ter sabido - continuou a cabeça do Sr. Diggory -, precisei vir ao escritório mais cedo para despachar umas corujas, e encontrei o pessoal do Uso Indevido da Magia de saída... se a Rita Skeeter souber dessa, Arthur...

- Que é que Olho-Tonto diz que aconteceu? - perguntou o Sr. Weasley, ao mesmo tempo que desenroscava a tampa do tinteiro, molhava a pena e se preparava para escrever. Os olhos do Sr. Diggory reviraram nas órbitas.

- Disse que ouviu intrusos no jardim. Disse que se aproximavam sorrateiramente da casa, mas que foram atacados pelas latas de lixo.

- Que foi que as latas de lixo fizeram? - perguntou o Sr. Weasley, escrevendo
freneticamente.

- Fizeram um estardalhaço e dispararam lixo para todo lado, pelo que sei - falou o Sr.Diggory. - Aparentemente uma delas ainda estava voando a mesmo quando a plícia apareceu...

O Sr. Weasley gemeu.

- E o que aconteceu com os intrusos?

- Arthur, você conhece Olho-Tonto - disse a cabeça tornando a revirar os olhos. - Alguém andando pelo jardim dele na calada da noite? Mais provavelmente era algum gato com neurose de guerra vagando por ali, coberto de cascas de batatas. Mas se o pessoal do Uso Indevido da Magia puser as mãos em Olho-Tonto, ele está perdido, pense na ficha dele, temos que livrá-lo com uma acusação menos séria, alguma coisa no seu departamento, qual é a penalidade para explosão de latas de lixo?

- Talvez uma advertência - respondeu o Sr. Weasley, ainda escrevendo muito depressa, a testa vincada. - Olho-Tonto não usou a varinha? Não chegou a atacar ninguém?

Ambêr cansara do assunto e voltou a subir as escadas.

Diário de uma Weasley - Entre o Bem e o Mal Onde as histórias ganham vida. Descobre agora