I

7.9K 312 3
                                    

- Senhora Lana hoje a noite foi incrível, você se superou - diz Baltazar me chamando pelo nome que havia inventado para não saber mais de mim do que o necessário. 

- Eu sei querido, você falou isso várias vezes - digo dando um tapinha em seu rosto, levanto me da poltrona e me sirvo uma taça de vinho

- Eu tenho uma coisa para te falar - diz meio nervoso

- Se for pelo preço ter subido, não se preocupe irei compensar mais -  fico olhando para ele com uma carinha fofa 

- Lana eu te amo - ele diz de uma vez

- Do mesmo tanto que você ama sua esposa? - pergunto com um sorriso sarcástico nos lábios

- Fica comigo!

-  Você sabe que nossa relação não passa disso, no máximo nos encontramos na sua casa de praia - o olho com uma cara seria

- Eu posso te dar uma vida tranquila, mudamos para outro lugar. Não irá mais trabalhar como dominatrix, irei ser apenas seu.

- Eu escolhi trabalhar e não fiscar um milionário para me bancar. - ele abre a boca para dizer algo - Provavelmente terei que ficar dentro de um apartamento o dia todo, e quando você chegar passará no máximo uma noite comigo. Não parece diferente com a nossa situação atual. Foi bom o tempo que passamos juntos. - pego minhas coisas e saio o mais rápido possível do loft.

Entro no carro e ligo o som na tentativa de me distrair

- Hesse - falo no celular

- Oi Agatha

- Cancela o Baltazar - digo ao parar em uma esquina

- Okay, como você desejar. Falando nisso você tem um cliente para as 17:00.

- Que droga, já são 16:20, me passa o endereço. - desligo a ligação e aciono o gps.

Sinto batidas na janela do carro e vejo um garotinho, destravo a porta do passageiro para ele.

- Como foi seu dia hoje Bernardo?

- Bem legal - ele chega perto de mim e me cheira - Hoje a senhora não esta com cheiro de comida. Por que está com essa roupa de couro?

- Que tal eu te levar para o restaurante? - olho para trás para ver sua expressão de entusiasmo. - Qual é o nosso combinado?

- Foi o pai de um amigo que me buscou e me levou para jantar - falamos juntos

- Isso mesmo - batemos nossas mãos - O que ela falou do brinquedo que você levou para casa?

- Ela ainda não viu, escondi ele muito bem. - diz enquanto muda a estação do rádio.

- Esse é meu garoto - mal estaciono o carro em frente ao restaurante e Bernardo sai correndo para dentro gritando por comida.

Bernardo era como um filho para mim, sua mãe uma amiga das antigas não sabia que estava por perto ainda mais viva, conheci Bernardo quando ele era mais novo ele estava esperando sua mãe na porta da escola quando se colocou na minha frente quando estava andando na calçada, falando que eu era parecida com um moça de uma foto que sua mãe mantia guardada, ele me falou de quem era filho e logo começamos essa amizade. É um jeito de ainda ter noticias de sua mãe, apesar de seu rancor não ter sumido até hoje.

Fico conversando com ele até terminar seu sanduiche, quando meu alarme toca ás 16:40 levo Bernardo em casa e vou para o endereço que Hesse havia mandado.

- Então garotão, vamos começar logo a festa - digo direta para Andreo deixando meu casaco cair e minha roupa íntima aparecer e pego o chicote.

- Calma, só vou abrir o champanhe e já vamos começar. - diz, me dando um selinho

Logo ele volta com uma taça na mão me entregando e me beijando com intensidade, já sinto um volume em sua calça. No momento em que começo a abrir sua braguilha a campainha toca. Faço um sinal para que ele fique quieto e levanto seus braços para tirar sua camisa. A campainha toca novamente varias vezes seguidas, ele vai ate a porta e ouço um barulho de algo se chocando.

- Cade ela, Andreo? - ouço uma voz feminina

Droga ele tem namorada, visto meu casaco, bebo a taça de champanhe de uma vez e pego a garrafa, eu que não saio daqui sem nada, ele não vai me pagar mesmo.
Me escondo, escuto ela passando e entrando no banheiro. Saio correndo e antes que ela me pegue

O champanhe acaba quando chego no saguão. Aquele cara o tal de Andreo tem bom gosto esse hotel é de luxo, deixo meu cartão para alguns caras e lanço uma piscadinha para acompanhar.



Tudo esta correndo bem ate mesmo no restaurante Grill, ter um segundo trabalho era um requisito, porque se uma pessoa perguntasse para mim em que trabalho falava que era garçonete. Hesse- meu chefe- percebendo que trabalho com bdsm me auxiliou na criação do meu site discreto para clientes que gostem de dominatrix, e a manter o site sempre com 5 estrelas. O que seria melhor que ser uma garçonete? Muita coisa é claro, mas é o que temos para hoje.

- Agatha, mesa quatro para você. - avisa Suze

- Sim senhora. - caminho ate lá mascando um chiclete

- Boa noite, o que vocês desejam? - pergunto tentando prestar atenção no que escrever

- Você gatinha - um garoto fala e os outros riem

- Não estou no cardápio - retruco e dou uma piscadinha - Você deseja tentar mais alguma ou quer pedir?

- Beleza! - ele levantou como se estivesse se rendendo

Depois disso fizeram os pedidos, comeram e foram embora. Tive que aguentar as cantadas do mesmo cara ate finalmente ir embora

- Tchau meninas ate amanhã. - despeço das meninas, meu turno acabou. Visto meu casaco e meu cachecol, nesse período do ano está fazendo muito frio.

- Hey garota - diz um garoto que estava com o engraçadinho mais cedo

- Hey psicopata que esperou eu sair para falar comigo - digo dando um sorrisinho

- Eu queria me desculpar pelo meu amigo - ele corou

- Ahh, beleza. E que desculpa esfarrapada para vir falar comigo em. - fico do lado do meu carro

- E neh. Então... - disse coçando a nuca

- Então... - o imito - Já sei o que você quer

- Sabe?

- Sim, eu sei. Você está aqui para - colo nos corpos o deixando cara a cara comigo e coloco um papel com meu número no seu bolso, ele pensa que iria fazer outra coisa e rapidamente cobre suas partes baixas com as mãos - Calma ae bonitão - dou tapinha no seu bolso da frente para direcionar sua mão para lá. Ele começa a gaguejar, então o deixo na calçada e vou embora.

MulherOnde as histórias ganham vida. Descobre agora