- Isso é moleza. - Disse Draco com a voz arrastada, suficientemente alta para todos ouvissem. - Só podia ser, se a Weasley fêmea conseguiu fazer... Aposto que você não tem nada de perigoso, tem?- Disse ao hipogrifo. - Tem, seu brutamontes feioso?

Aconteceu num breve movimento das garras de aço; Draco soltou um berro agudo e no momento seguinte assuntando Ambêr que levou a mão a boca. Hagrid estava pelejando para enfiar a coleira em Bicuço, enquanto o bicho fazia força para avançar no garoto, que caíra dobrado na relva, o sangue aflorando em suas vestes.

- Estou morrendo! - Gritou Malfoy enquanto a turma entrava em pânico. - Estou morrendo, olhem só para mim! Ele me matou!

- Você não está morrendo! Está fazendo drama. - Disse Ambêr, torcendo a boca. Hagrid, que ficara muito pálido, caminhou em direção ao rapaz.

- Alguém me ajude...preciso tirar ele daqui... Hermione correu para abrir o portão enquanto Hagrid erguia Malfoy no colo.

- Deveria deixar ele aí no chão como adubo para as plantas. - Falou Ambêr ríspida.

✔︎

Draco não reapareceu nas aulas até o fim da manhã de quinta-feira, quando os alunos da Sonserina e da Grifinória já estavam na metade da aula dupla de Poções. Ele entrou cheio de arrogância na masmorra, o braço direito enfaixado e pendurado em uma tipoia, agindo, na opinião de Ambêr que revirou os olhos, como se fosse o sobrevivente heroico de uma terrível batalha.

- Como vai o braço, Draco? - Perguntou Pansy Parkinson, com um sorrisinho insincero. - Está doendo muito? Quer ajuda ?

Ambêr olhou a situação ao seu lado e mordeu o interior da bochecha, reprimindo algum tipo de reação.

- Está - Respondeu o garoto, fazendo uma careta corajosa. Ignorando totalmente a última pergunta da sonserina.

- Vá com calma, vá com calma - Disse o Prof. Snape gratuitamente.

A classe estava preparando uma poção nova naquele dia, uma Solução Redutora. Draco armou seu caldeirão bem ao lado do de Ambêr de modo que os dois ficaram preparando os ingredientes na mesma mesa.

- Professor - Chamou Draco. - vou precisar de ajuda para cortar as raízes de margarida, porque o meu braço...

- Weasley, corte as raízes para Malfoy - disse Snape erguendo a cabeça para Ambêr.

A ruiva largou sua adaga sobre a mesa e se dirigiu a mesa lotada dos sonserinos, que não ousaram levantar o olhar a ela. Talvez estivessem com nojo demais para olhá-la, ou apenas não ligassem. Mas para Ambêr isso não importava.

- Corte bem direitinho. - Falou Malfoy com uma voz fina enquanto colocava a mão na cintura.

- Se você não calar a boca eu vou cortar outra coisa. - Ambêr olhou na direção dos seus pés, e o loiro logo engoliu um seco.

Draco e Ambêr eram acostumados a brigar com frequência, o loiro implicava com ela diariamente, sem pudor algum, mas com ela era de certa maneira diferente, de alguma forma Draco não sentia tanto prazer em puxar os seus cabelos ruivos no meio da aula ou de pintar o seu cabelo hidratado e bem cortado de loiro platinado ( embora já tenha tentado. ) Ele olhou mais uma vez para os cabelos ruivos e macios de Ambêr, sentindo uma grande vontade de pegá-los. Ele balançou a cabeça negativamente, afastando o pensamento.

Nos últimos dias o loiro tem passado longas horas refletindo sobre a atração inesperada que vem sentindo pela ruiva, mas é claro que ignorou isso, não queria brigas com seu pai, por causa de besteiras. Tudo isso começará no ano anterior quando se tombaram nos corredores da Torre de Astronomia, e acabaram investindo em uma briga.

- Aproveite, e descasque o pinhão do senhor Malfoy. - Falou Snape com um tom de voz perigoso.

Ambêr bufou e começou seu trabalho, Draco soltava risos abafados de vez em quando, chamado a atenção da ruiva que pisou forte em seu pé, fazendo ele resmungar de raiva.

- Não está cortando direito. - Murmurou o rapaz, em reclamação.

- Então já que está tão insatisfeito com minha ajuda, deveria tirar essa tipoia do braço e parar com esse teatro de quinta.

- Como ousa insinuar algo tão idiota assim de mim ?

Ambêr pisou no pé do rapaz novamente fazendo o tropeçar no ar e cair de bunda no chão, grunhido de dor.
Ele reprimiu o grito de dor quando viu várias cabeças sonserinas virando-se para analisar a situação.

Ele odiava ter que brigar com ela em público.

Odiava ter que apanhar para ter um mínimo de conversa com ela.

Diário de uma Weasley - Entre o Bem e o Mal Where stories live. Discover now