28.Parting at the River of Three Crossings

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Yeon precisava de um contato longo e perto o suficiente para que conseguisse usar o punhal, então jogou a criatura entre a carcaça do metrô, quando sentiu um cheiro familiar. Imediatamente olhou para o lado e viu o irmão escondido entre duas grandes latas de lixo, sua distração durou apenas uma fração de segundo, mas foi tempo suficiente para que Yong espetasse a barra de ferro em seu ombro e o prendesse numa coluna. Foi o segundo lugar que Mi-rae havia previsto, e como ela havia frisado, foi um ferimento grande e profundo, sentiu a camisa preta encharcar do seu lado direito.

Essa foi a distração perfeita, com a queda, o punhal havia parado longe e não estava mais no campo de visão de Yeon, agora tinha apenas a espada e tentava mantê-la firme em sua mão. Sua visão escureceu durante alguns segundos, enquanto tentava retirar a barra de ferro presa em seu ombro, foi impossível não soltar um gemido de dor enquanto o fazia. Sabia que havia se machucado bastante, e agora mais do que nunca precisava derrotar aquela criatura, pelo bem dele e do irmão.

Yong se divertia com a cena e ele faria o que pudesse para que Yeon sofresse o triplo de tudo que ele passou durante mais de 700 anos de prisão. Até que sua atenção foi desviada pela presença de um rapaz no corredor há uns dez metros de distância dos dois. Ao ver o rapaz, e o lamento da raposa, soube que se tratava do dono do corpo em que ocupava.

Antes de se virar e ir em direção do rapaz, viu que Yeon tinha tirado praticamente toda a barra de ferro do ombro, e fez questão de enfiá-la novamente, fazendo com que o antigo espírito da montanha soltasse um urro. A criatura andou em direção a Rang, que não se surpreendeu nem um pouco ao ver que era o seu corpo, e por mais que tivesse preparado, ele era apenas um humano agora, e o soco no estômago que levou o fez voar e cair nas latas de lixo, onde estava escondido anteriormente.

— Ou você é muito corajoso, ou muito burro.

Rang tossiu tentando se recompor do golpe que havia levado, e por mais que conseguisse desviar de alguns socos, foi atingido novamente e voltou a cair no chão. O Yong poderia acabar com ele muito facilmente, mas dosava a força dos chutes, para que Rang só sentisse dor. E enquanto o rapaz se contorcia, ele disse:

— Você achou mesmo que ia conseguir me vencer? Você? Nesse corpo moribundo? Sem chance.

— Só assim você consegue se sentir superior, não é? — Rang disse antes de levar outro chute. — Batendo num humano...

— De jeito nenhum, o seu irmão ali... — o Yong parou de falar ao ver que Yeon não estava mais no lugar que ele o havia deixado preso.

Quando olhou para trás foi atingido com toda força pela raposa, seus movimentos com o braço direito estavam um pouco comprometidos, mas Yeon sabia movimentar a espada perfeitamente com ambas as mãos. O seu único problema era o ferimento do ombro, por ser muito profundo, não cicatrizaria logo, o sangue escorria e já havia chegado na sua mão.

Yong sabia que a raposa estava perdendo a força, afundou o dedo no ferimento que havia causado, fazendo com que Yeon caísse de joelhos. Ele era uma criatura sádica, não matava nenhum adversário fácil, primeiramente o faria sofrer muito antes de dar o golpe de misericórdia, e esperou Yeon se manter quase de pé para chutá-lo para longe outra vez. Dessa vez não deu brecha para que a raposa conseguisse se defender, Yong intercalava entre chutes, socos e algumas pancadas com a barra de ferro que havia recuperado, onde feriu Yeon com um corte próximo a costela, entre o abdômen e o tórax. Seus olhos laranja, voltaram para a cor normal, já não conseguia fazer muita coisa.

֎

Enquanto dirigia, Yu-na pensava que parte da situação em que estava era culpa sua. Era certo que a sua intenção era apenas conversar sobre a briga que eles tiveram e tentar entender o que se passava na cabeça de uma (ex) raposa, não contava receber o telefonema de Rang ali, ainda mais porque sabia que era uma despedida. E agora vendo Ji-ah aflita ao seu lado, a fazia achar que deveria ter conversado com Yeon e não com ela, talvez as coisas não tivessem no caminho que estavam agora. O telefone de Ji-ah a tirou desses pensamentos culposos.

I'll be there: uma segunda chanceWhere stories live. Discover now