No outro dia, Sirius, Marlene, Lily, James, Allie e Lupin ocuparam uma das cabines da locomotiva que os levariam de volta para Londres. Dorcas havia ido se sentar no vagão da Lufa-Lufa e Peter não foi achado em qualquer cabine da Grifinória.

— Ouvi dizer por aí que talvez Hogwarts feche pelos próximos anos. – Sirius comentou enquanto, de mau gosto, deixava Lene fazer tranças nos seus cabelos.

— Bobagem. Dumbledore é o maior bruxo de todos, não vai deixar nada acontecer com Hogwarts. – Potter rebateu, concentrado em ler um dos livros que Lily também lia.

— Isso é por causa dos ataques aos trouxas e aos bruxos mestiços? – Lilian indagou, fazendo o Black assentir.

— Mas qual lugar seria mais seguro senão Hogwarts? – Allie inquiriu.

Não gostava de admitir, mas aquele assunto lhe arrancava arrepios. Os seus pelos do braço se arrepiavam ao pensar que não estaria segura no castelo que fora sua casa por tantos anos. Seu coração acelerava levemente. E claro, Lupin podia sentir tudo isso. Por isso, não estranhou quando os braços longos do garoto envolveram seu corpo de maneira protetora para acalmá-la.

— Esse é o problema. – Sirius bufou – Hogwarts não é mais segura. Há bruxos das trevas mais jovens do que vocês pensam.

— Não me surpreenderia. – Lupin comentou, cansado. Seus dedos estavam entrelaçados aos de Allie enquanto ambos se sentavam no chão da cabine. – Alguns alunos não procuram nem mesmo esconder a sua fúria.

— Bartô Jr que o diga. – Lene comentou baixinho, puxando uma onda de silêncio naquela cabine.

[...]

Ao chegarem à Londres, demoraram bons minutos para se despedirem. Lilian, Dorcas, Marlene e Allie permaneceram abraçadas por muito tempo, prometendo a si mesmas que iriam escrever cartas para contar tudo sobre o Natal. Os Marotos haviam

encontrado Pettigrew, que se despedira emocionado dos amigos. Potter e Black se abraçaram por bons segundos para que Sirius ganhasse um pouco de força para enfrentar mais um feriado com a sua família. E assim se foram.

Lupin e Allie seguiram para fora da estação de trem timidamente, quase não falando uma palavra sequer. Estavam tímidos. Nunca haviam dado um passo tão grande com alguém.

— Remus! Que bom te ver. – um homem saiu de perto de um carro antigo, abraçando Lupin com força. – E essa deve ser a senhorita Allison.

— Allie, esse é meu pai. Lyall. – Remus explicou.

— Senhor Lupin, é um prazer conhece-lo. – ela ganhou um abraço desajeitado do pai dele.

Lyall era um homem alto, apesar de não ser tão alto quanto o próprio filho. Usava óculos de armação modesta e os cabelos eram desarrumados igual ao do filho. Tinha uma postura dura consigo mesmo e Allison lembrou-se de quando Remus a contou sobre a noite da sua transformação.

Ouvir os gritos de dor e desespero do próprio filho misturado ao choro agoniado de sua mulher havia lhe mudado para sempre. Um homem que antes era conhecido por sua incrível genialidade no Ministério havia caído em sua própria desgraça. Não conseguia se arrepender, no entanto, de se afastar do seu trabalho. A família havia ficado melhor daquela maneira. O seu único arrependimento, aquele que não o deixaria jamais, era ter fadado o próprio filho a viver uma vida terrível.

— Me chame de Lyall. E vamos antes que vocês congelem aqui.

Lyall fez questão de que Allie se sentasse no banco da frente, deixando com que o filho de um metro e noventa e três se sentasse desengonçadamente no banco de trás.

𝐓𝐀𝐋𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐎 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍  || remus lupinOù les histoires vivent. Découvrez maintenant