YOUR LOVE SAVED ME | Jenlisa

Chapter 2

Com tudo o que aconteceu, Lisa acabou se esquecendo que tinha combinado com o Sunan de sair a noite, mas de qualquer forma ela estava sem vontade alguma de sair.

Estava em seu quarto, encolhida na cama e por mais que tentasse parar, as lágrimas insistiam em escapar, os flashs do que aconteceu invadiam sua mente o tempo todo a torturando.

Duas batidas foram depositadas na porta mas ela não se deu ao trabalho de virar pra ver quem era e segundos depois sentiu um peso na cama atrás de si.

— ei, o que houve? — era o Sunan. Lisa continuou calada enquanto ele acariciava seu braço.

— achei que íamos sair — ele diz neutro e ela discretamente enxuga suas lágrimas.

— eu não estou me sentindo bem — diz baixo ainda de costas pra ele.

— você sempre dá desculpa — diz impaciente respirando fundo.

— não é desculpa, Sunan — ela responde chorosa.

— tanto faz, eu vou... — ele diz se levantando.

— eu fui abusada — diz baixo o interrompendo sem se mexer.

— você o que? — pergunta incrédulo e ela se senta na cama.

— fui abusada — diz baixo enxugando as lágrimas.

— como assim abusada? — pergunta com as mãos na cintura frustrado.

— hoje o jardineiro da casa me pediu ajuda e quando fui com ele até o quartinho de limpeza ele me prendeu lá e me obrigou a ter relações com ele — conta entre alguns soluços passando a mão no rosto.

— assim sem mais nem menos? — indaga e ela o olha sem acreditar.

— isso tá muito mal contado, Lisa — diz negando com a cabeça olhando pro lado.

— o que quer dizer com isso, Sunan? — a garota pergunta incrédula.

— quero dizer que você deve ter provocado e quando ele quis você deu uma de difícil, agora está aí se fazendo de coitadinha — diz franzindo o rosto movimentando as mãos no ar.

Lisa simplesmente não acreditava no que acabara de ouvir, como alguém pode ser tão frio assim? Ainda mais quando esse alguém é seu namorado?.

— você não me engana, Lalisa — diz sarcástico.

— Sunan, eu fui abusada e você está insinuando que eu quis que isso acontecesse?! — indaga com a respiração super descontrolada.

— abusada o caralho! todo mundo sabe que você se oferece, já discutimos várias vezes por isso — responde irritado.

— não! Discutimos várias vezes por você é ciumento e possessivo! — rebate em um tom mais alto com lágrimas querendo escapar.

— por que você me dá motivos, sua puta — ele disse com um olhar de nojo.

— não vou cair nesse papinho de abuso, se isso aconteceu, foi por sua culpa — diz cruzando os braços enquanto ela segurava o choro.

— vai embora — ela diz virando o rosto e ele murmura incrédulo.

— vai embora da minha casa, Sunan! — diz mais alto. Ele ri com sarcasmo e depois sai batendo a porta.

Quando ele saiu, Lisa abraçou suas pernas e começou a chorar, chorava compulsivamente já perdendo o fôlego, impossível de respirar.

De tudo aquilo que ele disse, uma coisa tinha ficado em sua mente, "a culpa é sua" , mesmo não sabendo como, aquilo tudo não poderia ser culpa de mais ninguém, sem ser dela.

Ela não entendia o porquê disso ter acontecido, ela não se ofereceu, como seu namorado havia insinuado, suas roupas não estavam curtas, o que de errado ela havia feito? esses pensamentos e perguntas torturavam Lisa a cada segundo.

(...)

— filha, você vai se atrasar para ir a escola — sua mãe diz passando os dedos em sua franjinha.

Ontem Lisa acabou dormindo em meio as lágrimas, e ao amanhecer seu corpo parecia ter sido atropelado, sua cabeça doía e seus olhos estavam inchados e ardiam.

— meu Deus, você está queimando em febre — ela diz preocupada passando a mão pelo rosto e pescoço de Lisa.

Ela não disse nenhuma palavra se quer, também não se moveu direito, só conseguia manter os olhos fechados pela enorme dor de cabeça.

— vou buscar um remédio pra você — ela diz arrancando um suspiro de Lisa.

Depois que sua mãe saiu pra pegar o remédio, Lisa acabou pegando no sono de novo, e novamente ela foi acordada pela mãe, que havia ligado a luz fazendo Lisa abrir os olhos com uma certa dificuldade.

— levanta um pouco — Liana a puxa cuidadosamente pelo braço pra que ela ficasse quase sentada.

Sua mãe lhe deu o remédio em sua mão e ela o colocou na boca bebendo água em seguida, ao terminar entregou o copo em sua mão novamente e se deitou fechando os olhos. Sua mãe suspirou passando a mão em seu cabelo, não gostava de ver sua filha assim doente, afinal, qual mãe gosta de ver o filho mal.