— Por favor! — reforço. — Só quero continuar minha vida. Não vou te denunciar nem nada, prometo!

— Me denunciar seria idiotice!

— Eu vou voltar para casa e começar minha faculdade, você não será nada além de uma lembrança ruim. — estava sendo sincera, eu não queria nada que o envolvesse na minha vida.

O desgraçado gargalha.

Sorrindo do meu pedido ele se aproxima e passa levemente as costas da mão na minha bochecha.

— Não peça coisas imbecis, coelhinha! Se está aqui é porque tem que ser. Sua vida de antes não importa mais, a jogue fora.

— Não! — viro o rosto cortando o contado de sua mão áspera em mim.

— Só irá sofrer se não deixar o passado para trás, agora é vida nova.

— Você destruiu a minha família! — fungo. — Não pode me dizer para deixar isso para trás como se não valesse nada.

— A escolha é sua. Lembrar todos os dias da vida que sonha é meio deprimente, por que é só isso que ela vai ser, um mero sonho.

— Desgraçado! — xingo apertando os olhos. Eu não poderia aceitar isso.

— Cuidado com o que diz, menina! — avisa.

— Não vai me manter aqui contra minha vontade, eu não aceito. Eu…

— E pretende fazer o que?! Pular até sua casa ou cavar um buraco até lá como um perfeito roedor? — semicerra os olhos. — Não perca seu tempo.

Perca de tempo tentar conversar com uma pessoa que se considera o dono do mundo. A raiva e dor que eu estava sentindo naquele momento me sufocava.

— Vou fugir na primeira oportunidade, pode ter certeza, criminoso de merda. — grito alto colocando para fora o mal estar e me assusto quando sinto algo pesado no meu rosto.

Ele havia me estapeado.
Ele não mediu sua força, apenas bateu.

Meu lado esquerdo ardia, coloco minha mão por cima e o encaro a imagem do meu agressor.

— Nunca levante a sua maldita voz para mim, Hellouise! — esbraveja apontando no meu rosto.

— Não falei nenhuma mentira, eu quero ir embora. — grito cada vez mais alto com esperança de alguém o tirar de perto de mim. — Socorro!

Tudo em vão…

O segundo tapa me atinge em cheio e me desequilibro tombando para o lado. Grito mais uma vez quando meu cabelo é puxado para trás, seus dedos apertavam os fios com força exagerada enquanto me levava para o meio do quarto.

— Não vai conseguir nada se aproximando da minha mãe, ela sabe que não pode nada aqui dentro e você já pode ficar ciente disso também. — diz no meu ouvido. — Eu sou a lei, você obedece a mim! Se eu mandar você comer merda, você vai e come. Se eu quiser esfregar sua cara no asfalto, você vai e fica de joelhos no chão esperando que eu o faça. Não me teste com sua revolta de menina ferida, eu não caio nessa.

— Me sol-ta! — falo baixinho.

— No seu corpo há muitas marcas e eu preciso da sua pele cuidada para nosso casamento, se não fosse esse fato, te quebrava na porrada. — diz e choro segurando sua mão nos meus cabelos. — Talvez desse jeito você entenda de uma vez que gritos e malcriações só te levarão para o fundo do poço. Vou te poupar até lá, porém, não abusa da sua sorte.

Condenada Pelo Mafioso - Série Acorrentadas (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now