capítulo catorze: arrisque-se

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O plano foi totalmente falho, obviamente. Tive duas garotas em meu encalço e só conseguia pensar na diabinha e no modo como ela estaria reagindo se eu a pegasse da mesma forma como estava pegando as meninas. E quando eu a vi, parada no corredor, olhando para a cena com os olhos saltados e a expressão pincelada por choque, raiva e desejo, contrariando tudo o que estava pensando no momento, quis que percebesse através dos meus atos que até mesmo quando não estava com ela, pensava nela.

Que até quando estava cercado por mulheres, era nela em quem eu pensava e quem eu desejava.

Foi uma péssima forma de mostrar isso, afinal, seria muito mais fácil falar em um diálogo sincero, só que não sou bom com palavras e às vezes é difícil não ser um babaca, mesmo que eu me esforce muito para não ser um quando se trata dela.

Pasha não parecia chateada, magoada, enganada e nem nada do tipo quando decidiu me puxar pela gola da camiseta e me enfiar em um quarto qualquer. Na real, Pasha parecia ter ficado visivelmente desafiada, pronta para me fazer sentir o que sentiu quando me flagrou naquela situação. E, sinceramente, devo dar meus parabéns, pois consegui entender exatamente o que ela sentiu através do seu jogo, já que senti exatamente a mesma coisa.

Eu me senti desafiado através das faíscas das suas íris, me senti excitado pela forma como sua mão passeava deliberadamente pelo meu corpo, e, claro, me senti ainda mais pela forma como retirava cada peça das suas roupas, olhando-me daquele jeito ardente e hipnotizante que só ela consegue. Me senti pronto para ela, para querer ela e para fazer qualquer coisa com ela.

Eu só queria Pasha Stratford naquela festa, naquela cama, naquele chão ou em qualquer lugar que quisesse. Queria estar com ela, sobre ela, embaixo dela ou dentro dela.

Então quando a ruiva fez o que fez, me mandando memorizar a cena do seu corpo seminu e logo depois catando suas roupas e me expulsando, havia entendido o troco.

Nada de provocações daquele tipo mais.

Suspiro e estiro meus pés na cama, logo após contar para Daisy tudo o que havia acontecido na festa ontem. Nós dois estamos assistindo o filme O Estranho Mundo de Jack sozinhos no meu trailer, pois meus amigos estão todos no Fast Rocket e eu, definitivamente, não quero estar lá hoje. A garota de cabelos vermelhos, que até então não tinha nada para fazer, topou me fazer companhia para que eu pudesse desabafar sobre tudo o que estava inundando minha mente.

Gosto de compartilhar essas coisas com ela. Daisy não me julga, não me condena e nem fica afirmando toda hora o quão idiota e com pouco tato eu sou. Ela sempre fica calada para que eu possa contar as coisas, faz observações pertinentes aqui e ali, não toma partido e é sempre bastante sincera com o que precisa ser dito. E embora nós dois não tenhamos uma amizade super forte, já que quando estamos juntos sempre ficamos ocupados com outras coisas, me sinto à vontade com ela. Não sei o porquê, mas tem algo em seu jeito e em sua personalidade que reconforta qualquer um.

— Essa garota é maravilhosa — Daisy se refere à Pasha logo depois de parecer processar tudo. Ela tem um sorriso divertido pincelando seu rosto agora, enquanto me fita de rabo de olho. — Preciso urgentemente ter umas aulas com ela sobre como colocar um homem em seu devido lugar. A tática que ela usou para te dar o troco foi ótima, John. Tenho certeza que você se sentiu tão afetado por aquilo quanto ela ficou por ter te visto beijar duas garotas bem na frente dela.

Reviro os olhos de brincadeira.

— Ela é perversa, Flinch — conto, e sou sincero. Apesar da garota ao meu lado estar grudada no filme que se desenrola, está atenta a conversa, pois confirma meu comentário e solta uma risadinha. — Ela desfrutou do meu corpo gostoso, tirou a porra da roupa bem na minha frente, tocou na minha mão e a conduziu por algumas partes do seu corpo, como se aquilo não fosse me deixar à loucura, e depois simplesmente foi embora. — Passo as mãos pelo meu rosto ao ter as cenas pipocando em minha mente, soltando um grunhido logo depois. — Eu deveria denunciar ela só por ter me deixado tão duro.

ENCONTRE-ME NA NEVE | #2 Da Série The Hurricane Freedom MC Onde histórias criam vida. Descubra agora