— Hellouise, me diga onde está o pen-drive e eu paro de mexer com ela. — negocia.

Eu falaria. Se eu soubesse, eu não guardaria para mim, nem permitiria que tocassem um dedo nela. Mas eu não sei do que ele fala.

— Eu não sei nada sobre um pen-drive. — fungo apertando os olhos.

Enrico rosna irritando-se.

— Franco! — aponta para a mesa fazendo um movimento estranho.

Um loiro vem segurando um alicate estilo medieval e entrega ao homem de cabelos castanhos.

— O pen-drive, Elisa! — diz e encaixa o alicate em uma das unhas dela.

Eu sentia o medo dela, o orgulho e a coragem. Só não queria que os dois últimos levassem suas escolhas ao máximo. Bato os pés no chão e consigo fazer a cadeira ir para frente impulsionando o corpo. Não tenho tempo de chegar até eles, Enrico faz sinal para seus homens me segurarem e o mesmo ruivo de antes se alegra ao me dar mais um soco tirando minha consciência.

Não sei por quanto tempo fico desacordada, quando abro os olhos, Enrico está limpando as mãos em um pano,sem o blazer e sua camisa está ensanguentada. Viro o rosto buscando encontrar o rosto de Elisa e me frusto quando a vejo de costas para e mim e de frente para Enrico. Ao seu redor a retalhos de sua roupa e sangue.

— Que bom que acordou, Hellouise. — bate na minha coxa e a aperta. — Pronta para me dizer o que sabe?

— Eu não sei de nada, senhor.

— Não minta. Não quero te machucar. — fala se agachando próximo a mim. — Contudo, terei que fazer se não colaborar.

Minha visão ainda estava turva e meu corpo cansado, não consegui lhe dar uma resposta.

(…)

No dia seguinte, ele fez a mesma coisa. As mesmas perguntas e puniu todas as vezes que não respondia. Ele não veio muito para perto de mim, descontava sua raiva em Elisa. E eu não podia fazer nada para impedir. Minha irmã sangrava e gemia de dor a cada segundo no chão imundo.

Estava sem forças e eu não podia mover um dedo para ajudá-la.

— Não entendo como vocês gostam de sofrer. — Enrico diz.

— Vamos para fase três,senhor. — pede o ruivo.

— Não!

— Filho da puta! — xingo baixo.

Não era intenção fazer-lo ouvir,no entanto, sua aproximação repentina me provou o contrário.

— Abusada demais, coelhinha! — diz e levanta a mão na minha direção.

Faço careta pelo apelido.

Para minha surpresa ele não me bate, somente segura meu rosto com força. Agora de perto, percebo o brilho dos seus olhos, azuis perfeitos, bem parecidos com os meus.

— Ela está sofrendo… — digo sentindo seu olhar na minha boca. — Pare com o sofrimento dela,por favor!

Tento puxar meu rosto e sua mão aperta ainda mais. Ele não me ajudaria, eu não via bondade em suas íris. Eu precisava tentar mudar a situação da minha irmã.

— Faça o que quiser comigo.

Enrico me solta e olha para o corpo de Elisa com desdém. Antes que eu perceba algo, saca a arma e dá dois tiros secos no seu abdômen. Meu corpo fica estático, sem reação. Ele faz sinal para seus homens e logo estão próximo a mim desatando as amarras.

Corro para perto do corpo da minha irmã e noto que ainda respira, bem fraco mas ainda tem pulsação. Quando olho pros lados, não há ninguém na sala. Eu grito, grito tudo que queria ter falado quando a via sentir dor. Não estava aguentando.

— He-lô! — olho para minha irmã assim que ouço sua voz fraca.

— Shi, não força. Vai ficar bem.

— Me des-culpa! — pede tossindo.

— Não, agora não. Vou te desculpar quando estivermos em casa e seguras.

Passo a mão no seu rosto,suado.

— Ele não tem culpa do que eu fiz. Só protegeu os interesses dele. — tosse. — Eu fiz besteira e estou pagando por isso. Me desculpa, irmã.

— Pare de defender quem te maltratou. — choro abraçando-a.

— Ele me machucou muito menos do que pensa. Eu já estava quebrada, eu precisava disso.

— Não fale isso!

— Brilha, brilha estrelinha
Lá no céu pequenininha
Solitária se conduz
Pelo céu com tua luz. — canta devagar e me desespero ao lembrar da música.

— Brilha, brilha, estrelinha
Lá no céu pequenininha
Brilha, brilha, estrelinha
Lá no céu pequenininha — canto a outra parte sentindo meu coração aquecer.

— E o seu coração numa caixinha vou guardar. — diz por fim, fechando os olhos.

— Não fecha os olhos, Elisa. — mexo seu rosto. — Elisa!

Testo sua pulsação e aquela dor que um dia experimentei volta para mostrar o quão eu tinha a perder.

Meus irmãos. Minha família.

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Condenada Pelo Mafioso - Série Acorrentadas (DEGUSTAÇÃO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin