Sal se sentia tão sozinho.

Foi apenas um dia, mas a abstinência de Larry não falar com ele já era demais. Isso atingiu uma corda profunda em sua alma. Ele estava vivendo no mundo de seis meses atrás, vagando em uma névoa de confusão e vazio. Ele estava sentindo o gostinho de um mundo sem Larry e não queria isso por um único segundo. Isso o mataria.

Ouvir a apresentação do Sanity's Fall naquela noite irritou Sal por vários motivos. Uma parte dele estava com raiva de Red, por tirar o dueto dele. Uma parte dele estava com raiva de Larry, por ignorá-lo o dia todo. Uma parte dele estava com raiva do mundo, por ferrar com ele repetidas vezes. E uma parte dele estava com raiva de si mesmo. Porque ele causou isso. Ele e sua incapacidade de parar de ser um fracasso.

Após a apresentação, Sal esperou na escada do palco. Ele estava pronto para sorrir e tentar apoiar Larry tanto quanto pudesse. Mas Larry passou direto enquanto olhava para seus pés com olhos vazios. Travis e Neil pararam para falar com Sal, então não era coisa da banda. Era uma coisa do Larry. E isso o deixaria louco.

A noite inteira ele chorou baixinho no banheiro do ônibus. Ash estava sentada do lado de fora, esperando por ele. Ele se recusou a deixá-la entrar. Ou qualquer um. Ele apenas agarrou seu próprio cabelo e rezou para que tudo fosse consertado na manhã seguinte. Mas não foi. Ainda estava tudo cinza e frio.

Ele só queria Larry.

Ele não aguentou mais no sábado após uma entrevista em que Larry nem apareceu para assistir. Isso era o mínimo que ele poderia ter feito. Ele 'sabia' que não havia nada em sua programação. Mas ele não fez nada. Ele nem estava tentando. Ele nem mesmo iria ficar longe e fingir ser seu rival. Ele simplesmente se mandava.

Então Sal apareceu no ônibus. Os Sally Face Killers tocaram um set inteiro primeiro naquela noite, um show violento e cruel para animar as multidões antes da Batalha das Bandas no dia seguinte. Aconteceu logo após a entrevista. Travis estava lá, mas Larry não. Larry estava aparentemente escondido no ônibus.

Então Sal apareceu no ônibus.

Ele entrou, recebido por Neil. Larry viu Sal e imediatamente pareceu se virar. Sal não estava aceitando essa merda de jeito nenhum. Ele pediu a Neil que fosse embora educadamente, olhando para Larry o tempo todo.

Sal ficou ali em silêncio, os braços cruzados, olhando para Larry através de sua máscara. Larry não olhou para ele, preferindo brincar com os dedos e focar seus olhos no chão. Sal encarou um momento a mais antes de suspirar e tirar a camisa. Ele a jogou no chão aos pés de Larry, finalmente fazendo com que ele olhasse para ele. Seus olhos escuros estavam cheios de confusão.

"Então." Sal disse. "O que você quer?"

Ele franziu a testa. "O que?"

"Oh, então ele finalmente fala." Ele revirou os olhos. "O que você quer? Como você quer isso?"

"Do que você está falando?"

Sal acenou para si mesmo. "O que você quer? Porque parece que vamos ter que voltar a foder para você prestar atenção em mim. Então o que você quer?"

"Você está sendo estúpido." Ele cruzou os braços com força contra o peito.

“Não, aparentemente não. Já que você finalmente está falando comigo."

"Coloque sua camisa de volta."

"Não!" A voz de Sal de repente aumentou. "Não. Não vou vestir a camisa. Porque você está finalmente falando comigo pela primeira vez em todo o maldito fim de semana. Então, obviamente é isso que está acontecendo e a camisa vai ficar de fora."

Nós Não Temos Que DançarOnde histórias criam vida. Descubra agora