- Seus olhos cor esmeralda - (HIATUS)

❝Primeiro capítulo❞

❝Prontos para a nova vida num novo lugar❞

Meses já haviam passado, todos já haviam voltado ao mundo humano. E céus, como isso muda tudo.

Muito tempo se passou desde que a família inteira estava junta. Afinal, Phil já tinha seus oito aninhos quando Emma, Ray e Norman voltaram. Apesar de terem perdido uma fase importante – não só na vida de Phil e das crianças, mas uma fase importante da própria vida – é bom estar finalmente no mundo humano. Não acompanhar um período tão marcante na vida da família é, querendo ou não, entristecedor. Porém como eles não iriam se orgulhar depois de batalhar tanto pela própria liberdade?

Finalmente, depois de anos, os filhos de gado não eram mais destinados a virar alimento. Eles não seriam mais tratados como animais, finalmente teriam uma vida comum, com os problemas comuns de adolescentes comuns sem ter de batalhar pela própria vida diariamente.

É irônico. Quando Emma descobriu a verdade sobre Grace Field, outras crianças estavam preocupadas com quem iriam se sentar no ônibus da escola. Uns choravam pelo joelho ralado, outros choravam pela perda de um ente querido. Enquanto Emma batalhava em Goldy Pond para sobreviver, meninas da idade dela pensavam em meninos e ir para o cinema no final de semana. É um contraste engraçado, até absurdo.

Por mais que Emma tente ignorar, isso muda muita coisa. Ela nunca conseguiu deixar de dormir sem uma faca debaixo do travesseiro, mesmo no conforto do novo orfanato em que ela estava no mundo humano. Qualquer barulho a acordava imediatamente, o pânico subia pelas suas veias de forma indescritível até que ela lembrasse que finalmente estava segura.

O despertador toca, mesmo que não seja necessário acordar a ruiva. Ela tinha acordado de um pesadelo minutos antes, contemplando o teto cheio de estrelinhas que brilham no escuro até que ela tivesse de levantar para partir a escola. Os dedos dela tapeiam a cama até que chegasse na mesa de cabeceira, desligando o despertador e soltando um suspiro pesado e baixo. Ela então puxa seu otimismo novamente, pulando da cama e imediatamente partindo para o banheiro. Ela não hesita em ligar o chuveiro e se despir enquanto espera a água ficar em uma temperatura agradável, pulando para debaixo da água assim que não esteja nem muito frio nem muito quente..

A água caindo a relaxa um pouco, tirando o resto do sono da sua cabeça e a preparando para o dia longo. Ela rapidamente lava seu cabelo e corpo, se enxaguando e desligando o chuveiro antes de se enrolar em uma toalha. Ela então trabalha em suas higienes e no cabelo, que ela passou a cuidar mais após chegar no mundo humano, mas que seguiu com o seu corte curto e rebelde. Aquele alaranjado forte e quente ainda era presente, trazia uma aura forte, representante boa para a Emma.

Quando ela sai, já se põe a se vestir rapidamente. O uniforme dela é simples. Uma saia longa, abaixo do joelho e preta. A camisa é branca e simples, um laço em volta do pescoço e meias altas. Ela parte para fora do quarto, chegando no grande corredor com vários quartos.

O orfanato em que ela estava era especial para as crianças de Neverland. As crianças de Grace Field e algumas de Lambda residiam lá, porém boa parte dos mais novos já haviam sido adotados. É uma realidade dura e complicada, mas é normalmente assim. Pessoas dificilmente adotam os mais velhos, então é apenas esperado que os mais novos já tenham encontrado famílias.

Bárbara teoricamente deveria estar fora da escola. Porém ela resolveu fazer o último ano para retomar os estudos em que perdeu. Vincent e Cilso já poderiam seguir em frente, mas acabaram ficando no orfanato para estabilizarem suas vidas. Vincent seguiu a carreira de medicina. Cislo ficou indeciso e acabou ficando como um garçom em um restaurante pequeno. Zazie era um caso aparte, nem o governo conseguiu concluir como lidar com ele. Ele tem sete anos atualmente, o que complica devido seu físico ridiculamente forte e desenvolvido. Por isso, ele iniciou aulas particulares no orfanato com uma professora especializada para tentar o fazer acompanhar o restante. No momento, ele estava aprendendo a falar e escrever e já mostrava evolução.