Voltaram?

O carro da família Byers passara a placa onde estava escrito "Hawkins". No peito de El, Will e Jonathan estava presente uma felicidade indescritível, sobretudo no dos mais novos, que iriam reencontrar os amigos (no caso da menina, o namorado; do rapaz, o melhor amigo). Já o mais velho veria a namorada, uma das poucas pessoas com quem falava e que o entendia realmente.

Apesar de não se ir encontrar com ninguém importante e sentir terrivelmente a falta de Jim Hopper, Joyce sorriu ao perceber a felicidade dos filhos (já considerava El sua filha).

Ao estacionarem o carro junto à casa dos Wheeler, o coração dos três jovens bateu com mais força, tal era a saudade dos amigos, que não viam há muito tempo.

Saíram do carro, com o coração aos pulos. Ao chegar a porta El e Will sorriram nervosamente um para o outro, e bateram à porta.

Foi aberta por um jovem de cabelo preto e pele clara, mais alto do que da última vez que o tinham visto. Eleven saltou para o seu pescoço, abraçando-o como se fosse a última vez em que o veria, e Mike retribuiu alegremente. Inexplicavelmente, a menina sentiu algo, uma energia dentro de si, como se finalmente estivesse completa.

Will observava a cena, feliz por ver o amigo, mas, ao mesmo tempo, queria algo mais, queria estar no lugar da "irmã". Contudo, sabia que não era possível, e não iria fazer nada para estragar o relacionamento deles. Se Mike estava feliz assim, ele estava bem.

Entretanto, apareceram também outros três jovens: Dustin, Lucas e Max, com grandes sorrisos. Enquanto o casal se abraçava — e esse abraço parecia ser interminável. "Neverending hug! Aha, aha, aha", entoaram mentalmente Lucas e Max, lembrando-se de quando Dustin cantara com Suzie, no dia em que Hawkins quase fora destruída.

Will sorriu para os amigos, e abraçou-os também. Finalmente, Eleven e Mike separaram-se, com sorrisos radiantes, e beijaram-se carinhosamente.

Quando o casal se separou, as raparigas abraçaram-se fortemente e Will e Mike encararam-se durante alguns momentos, Will corando levemente, e abraçaram-se. Eleven, que entretanto já tinha abraçado também Lucas e Dustin, sentiu uma pontada de ciúmes: sabia que Will não faria nada contra si e Mike, mas tinha medo de perder o namorado. Contudo, o seu sentimento de medo foi interrompido pelo barulho de algo cair ao chão. Os seis viraram-se para ver o que tinha acontecido — Jonathan já subira para ir ter com Nancy e Joyce saíra para dar uma volta — e viram vários ímanes, caídos no chão. Entreolharam-se, surpreendidos, até perceberem que o nariz de El sangrava ligeiramente.

Foi quase instantâneo. Os jovens precipitaram-se para a cave de Mike, sentaram-se e começaram a discutir:

— Os teus poderes voltaram? — perguntou Max, diretamente.

— Eu... eu não sei... — admitiu Eleven — é... a primeira vez que acontece desde... — estremeceu ligeiramente e os seus olhos brilharam tristemente ao lembrar-se do 4 de julho, o último dia em que vira Hop, o seu pai — desde aquele dia — uma lágrima teimosa insistiu em cair, e Mike abraçou-a de lado, mostrando apoio.

— Então... como é que voltaram agora, de repente? — questionou a amiga, entristecendo-se com as lembranças daquele dia, o seu irmão morto no chão.

— Barreiras emocionais. — murmurou Dustin. De repente, o seu rosto pareceu iluminar-se. — Bloqueio emocional! Como aconteceu com a Jean Grey, em X-Men, na saga da Fénix Negra.

Ao ver a confusão na cara de alguns dos amigos, apressou-se a explicar:

— Perdeu o controlo dos poderes, criando barreiras emocionais. Ao entrar em contacto direto com as suas emoções, quando o Ciclope foi ferido, conseguiu controlá-los melhor.