Capítulo 19 - Conhecendo os amigos

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Um claro sinal de que ela não gostou nem um pouco da presença e eu entendo perfeitamente.

- Poxa, já vai? Eu acabei de chegar. - meu amigo protestou

- Desculpe, mas eu tenho coisas pessoais para fazer. E bem, vocês vão acabar conversando e eu preciso de silêncio para tal.

- Eu te levo até a porta! - declarei

Ainda bem que meu amigo ficou no escritório, assim poderia falar com a H.

- Perdoe-me por isso, H.

- Agora entendi porque perguntou se eu queria voltar pro meu apartamento. - sorriu, meio chateada – Depois nos falamos. - e me deu um beijo na bochecha

Respirei aliviado por ela ter ido para casa. Mateus me deu susto parado bem com cabeça para fora do escritório, espionando a mim e a Helena.

- Tá pegando é? - a pergunta mais óbvia que saiu da boca dele

- Não vai adiantar se eu disser que não.

- Ela é gostosa! Ainda mais com aquela roupa. Como você aguenta ficar com ela no mesmo ambiente e não fazer nada?

- Porque eu minimamente sei me comportar e me controlar.

Ah, se ele soubesse o controle que eu tive com ela vestida com lingerie da primeira vez e fazendo todas aquelas poses e dançando para mim. Assim, não vou dizer que sou perfeito e também fico olhando para as mulheres que vejo na rua, a Helena inclusa. Só que não vejo necessidade de colocar isso em forma de palavras, como meu amigo faz e que acaba sendo uma coisa até um pouco chata já para mim, imagina para as mulheres que acabam ouvindo.

Quis dar aquele assunto da H como encerrado, pois sei o quanto Mateus iria me encher a paciência e não estava a fim de ficar falando sobre outra pessoa. Fomos para o escritório e fui mostrando a ele os meus trabalhos dos últimos dias, que são aquela mistureba de tudo. Ele elogiou as fotos de aniversário, as fotos da aniversariante e debutante. Quando cheguei nas fotos das duas mulheres mais velhas no motel, eu já sabia exatamente o que esperar e foi o que fez. Disse que aquelas mulheres eram feias e não eram gostosas, eram só velhas e acabadas, e também ficou indignado de eu ter aceitado o trabalho, que eu só devia tirar fotos assim de mulheres mais novas. Sinceramente, ele tirou essa visita para torrar a minha paciência. Dessa vez, não deixei para lá. Ele estava passando dos limites do sem noção.

- Cara, sendo capitalista, elas me pagaram pelo ensaio. Se me pagarem, eu farei, independente de quem seja.

- Bom, eu não faria. - ele retrucou, meio puto já

Só para esclarecer, Mateus foi meu colega de faculdade e diferente de mim, ele se formou e já foi trabalhar numa agência e com emprego fixo – e contatos – fica fácil se manter. Ele realmente me ajuda muito para conseguir uns freelas. Durante o meu curso foi uma boa companhia, mas agora tem cada vez mais mostrado ser machista e tudo o mais.

O meu sangue já estava subindo a cabeça pelo combo de coisa que ele tinha falado desde que pisou no meu apartamento e eu não ia deixar passar em branco.

- Mateus, nós trabalhamos diferente. E sinceramente, não estou ainda na sua posição de poder escolher qual trabalho aceitar ou recusar. Também não me importo de fazer esse ensaio, em qualquer circunstância. E na boa, não estou com vontade de discutir contigo sobre isso, mas eu fico puto com umas coisas que você fala, ainda mais sobre os outros.

- O quê? Não posso falar que elas são velhas e feias? Elas são!

- Você pode não achar bonito, só não ficar externando isso. Cara, só pensa um pouco no que você fala. A minha amiga ficou incomodada com o que você falou por dois minutos, por que acha que ela foi embora?

- Tem hora que você exagera, hein Gustavo?

- Tá bom, se você acha que é exagero. Tô cansado de tentar te alertar.

E resolvemos mudar de assunto e eu quis logo trocar de álbum também. Ficamos conversando sobre como poderia melhorar minha divulgação nas redes sociais, agora que estava com bastantes fotos para atualizar meu feed. Mateus quem me ajuda nestas questões, porque como trabalha com isto, entende mais do que eu. E foi para isso que quis vir hoje. Não tardou muito e logo ele foi embora e eu dei graças, porque queria ficar um pouco sozinho.

A fome me bateu e aproveitei para comer as sobras da comida que a Helena fez. Assim que terminei, limpei tudo e peguei o telefone para mandar uma mensagem para ela:

"Desculpa de novo pelo meu amigo sem noção. Eu sei que se sentiu incomodada com o pouco que ele falou. Acredite, já falei com ele sobre isso, mas ele não escuta."

E ela me respondeu:

"Eu acredito em você. Ele lembra e muito as pessoas da minha família, estou acostumada. Só não estava com saco para ficar no mesmo ambiente."

"Tudo bem. Nem deu para agradecer sua ajuda hoje. Só preciso encher minha despensa agora."

"Não é nada! É o mínimo que faço para retribuir. Podemos ir ao mercado juntos, preciso reabastecer a minha geladeira. Está ocupado amanhã?"

"Só durante a manhã. Tenho outra sessão de fotos, de um casal."

"Iremos a tarde então. Alias, devo fazer algo para levar no almoço da sua família?"

"Não precisa! Minha mãe detesta que as vizinhas cozinhem e tenham que levar coisas para contribuir."

"Ok! Devo confessar que estou ansiosa para este almoço."

"Pelo visto é só você, para mim é a coisa mais normal. Não quero mais te incomodar, H. Boa noite!"

"Boa Noite, G!"

Contemporânea EróticaWhere stories live. Discover now