𝐓𝐀𝐋𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐎 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍 || remus lupin

ii.

— Queríamos fazer companhia às belas moças. – ele olhou para Lily, entregando-a uma pequena flor que havia surrupiado do jardim.

Allie riu da vermelhidão que tomou o rosto da amiga, que pegou a flor de modo brusco e encolheu-se no seu assento assim que o professor Slughorn adentrou a sala. Ele estava animado, falando sobre as suas férias e outras coisas que os alunos não se interessavam, até citar a poção Felix Felicis. Depois de um grande discurso sobre a importância daquela poção nos N.I.E.M's, ele finalmente quebrou a curiosidade de todos sobre a tarefado dia.

— Formem duplas, hoje vamos fazer uma poção! E quem realiza-la melhor, ganhará um frasco de Felix Felicis da minha própria reserva. – ele mostrou o pequeno frasco aos alunos, fazendo a sala vibrar.

Assim que Lily e Allie prepararam o seu caldeirão, o professor Slughorn se aproximou da bancada do sexteto.

— Lilian e Allison, hoje vocês não farão dupla. – ele ditou, fazendo ambas as garotas murcharem – Seria fácil demais para vocês. Alguns amigos seus precisam de ajuda, então vamos equilibrar as duplas. Allison fará dupla com Remus e Lilian com James. Sirius faça dupla com Pettigrew.

— Merda. – Lily e Sirius disseram ao mesmo tempo.

Antes de deixar o seu lado da bancada para se aproximar de Remus, Allie lançou um olhar motivador para Lily. Esperava que ela não surtasse e jogasse o caldeirão na cabeça de James.

— Eu não sabia que você era tão boa em Poções. – Remus comentou timidamente. Nunca haviam conversado demais, mas Allie sabia que ele era uma boa pessoa.

— E eu não sabia que você precisava de ajuda. – ela abriu o seu livro. – Você sempre foi tão estudioso...

— Todos nós temos dificuldades. – ele sorriu gentilmente sem mostrar os dentes. Allison o observou por alguns instantes, a cicatriz que lhe cortava o rosto, os trajes puídos e com pequenos rasgos que ela adoraria costurar. Nunca percebera o quão frágil Lupin parecia ser apesar de ser maior que qualquer um naquela sala.

— Nem me diga... – ela falou baixo, voltando a sua atenção para os ingredientes sobre a mesa. – Eu sou um horror em Herbologia.

— Podemos fazer um acordo. Eu te ajudo com Herbologia e você me ajuda com Poções. – ele a olhou de lado. Allie sorriu, estendendo a sua mão para que Remus apertasse. Ele o fez, extremamente cuidadoso, como se estivesse com medo de machuca-la.

— Feito. – ela piscou para ele.

A aula correu bem. Remus era um ótimo aprendiz e conseguia compreender até mesmo as anotações mais malucas que Allie fazia em seu livro. Havia-o estudado durante todas as férias para que pudesse ter uma boa noção do que realizaria no sétimo ano. Lupin estava impressionado com aquilo.

Lily e James brigaram menos do que o esperado e ela havia até mesmo rido das gracinhas que ele fazia para Sirius ver. A guarda da ruiva estava finalmente abaixando, ela estava autorizando o Potter finalmente entrar em sua vida e estava se divertindo com aquilo.

No final da aula, Snape havia ganhado a Felix Felicis. Embora nem Lily, nem Allie houvessem ganhado, elas haviam se divertido. Sempre conheceram James, Remus, Sirius e Peter, mas nunca os viram como companhias dignas. Eram apenas bagunceiros. Mas algo havia mudado naquele ano, tudo estava diferente.

— Ei, Allie. – Remus chamou a parceira timidamente enquanto todos os alunos deixavam a sala. – Você se importaria em me ajudar na lição de casa? Você parece mais que profissional em todo esse assunto.

— Claro, seria ótimo. – ela sorriu gentilmente – Depois que as aulas terminarem, na biblioteca. Te espero lá.

A primeira vez que Remus viu Allison Wood foi no primeiro dia de setembro de 1971. Era o primeiro dia de aula e todos os alunos novos estavam na frente de um salão incrivelmente grande onde vários outros alunos os encaravam com curiosidade. Os professores os miravam com um certo divertimento, ansiosos para saber os resultados das escolhas das casas. A professora Minerva, uma bruxa séria de rosto austero que usava um chapéu pontudo, os apresentou ao Chapéu Seletor. Ele também era um chapéu pontudo, desgastado e marrom, contudo, sabia falar. Muitas crianças riram e até mesmo se assustaram com as habilidades de fonação do chapéu, mas Remus guardou suas impressões para si mesmo. Não tinha costume de estar com outras crianças, não sabia que a curiosidade e a capacidade de falar ininterruptamente por horas sobre o que pensavam eram características comuns das crianças da sua idade.