Capítulo 68: Mudança

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- Você é adorável quando quer. - Diz, voltando a se deitar, porém mantendo nossas mãos unidas.

- Vinte quatro horas por dia, não é?

- Doze horas por dia, nas outras você tenta me matar.

- É, isso faz total sentido... Então, acabamos de escolher a nossa casa? - Ouvir a palavra "nossa casa" saindo da minha boca faz com que eu me sinta ainda mais feliz do/ que quando começamos a olhar as opções, ainda lembro quando fui morar com ele aqui no Largo Grimmauld, lembro da ansiedade, do medo, da insegurança, da alegria que cada dia foi me dando, a forma como fui sentindo o sentimento crescendo ainda mais. Agora vamos viver tudo isso de novo, mas da forma correta, num lugar que não foi dele ou meu, um lugar que simplesmente se inicia sendo nosso, apenas nosso.

- Eu acho que sim. - Apertamos a nossas mãos quase que imediatamente, uma forma silenciosa de demonstrar toda a ansiedade e animação que estamos sentindo.

- Bom, o loft é montado, logo a única coisa que precisamos fazer é decorar ele pra ficar mais com a nossa cara.

- Tenho uma ideia para as paredes do nosso quarto, e precisamos arrumar um espaço pro Teddy. - Harry começa a falar muito rápido, um sinal de que está extremamente animado. Ele pula na cama, se escorando na cabeceira, parecendo ter perdido todo o sono, empolgado demais para pregar os olhos. Eu, por outro lado, só quero dormir, hibernar até me sentir menos cansado, porém não consigo evitar me sentar também, acendendo a luminária do lado da cama, porque simplesmente sua empolgação me tira o poder de dizer qualquer coisa contrária a ela, a não ser ouvi-la, e sinceramente o ouvir tão animado assim é bem melhor do que dormir.

- Qual sua ideia para paredes? - O moreno quase grita de animação pela pergunta, aparentemente

- Podemos dividi-las em uma parede verde e outra vermelha sabe, bem sonserino e grifinório. - Dou risada, mais porque eu tinha certeza que ele conseguiria colocar vermelho em algum lugar do que por qualquer outra coisa. - Não gostou?

- Não, não, gostei sim, podemos fazer isso. E sobre o Teddy, somos bruxos, então podemos expandir as paredes do nosso quarto e o dividir em um quarto pra ele.

- Eu quero as paredes coloridas. - Teddy, que supostamente estava dormindo, sussurra com a voz cansada, parecendo cansado demais para se levantar e falar, mas também não incapaz de expor sua opinião. Harry e eu nos entreolhamos e rimos ao mesmo tempo.

- Tudo bem, pequeno, como você quiser. - Harry concorda, se abaixando para dar um beijo na testa do menino. Ainda não consigo tirar da cabeça a forma como ele falou dos nossos filhos no restaurante, a naturalidade com que as palavras saíram da sua boca.

Sempre quis ter um filho, mas sempre tive muito medo dessa ideia, no começo queria sonhava em ter um para ser para ele um pai trilhões de vezes melhor do que Lucius foi para mim, com o passar dos anos comecei a temer reproduzir com a criança a falta de afeto na qual fui criado. Como reproduzir amor paterno se eu simplesmente não sei o que é isso?

Outra questão é que até então eu não sabia se Harry queria também, mas pelo jeito ele não só quer um, como mais alguns, porque a palavra usada foi no plural. Por conta do seu comentário agora não consigo parar de imaginar nossos filhos correndo pela casa, não consigo não o imaginar com eles vendo a forma carinhosa com que trata Teddy. Será que seremos assim quando formos pais? Esse é o nosso treinamento? Eu vou realmente deixar meus filhos comeram besteiras por puro medo de os magoar? Harry vai os pegar no colo quando estiverem cansados de andar?

- Terra chamando Draco. - Pisco meio atordoado focando minha atenção em Harry, que pela forma que movimenta as mãos na frente do meu rosto, estava falando algo que eu não ouvi.

Dois OpostosWhere stories live. Discover now