capítulo 10

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⚠️esse capítulo pode conter gatilho: violência, sequestro, pesadelos e traumas de infância. Todos os tópicos que citei são abordados de uma maneira não muito explicita, tentei deixar o mais leve possível porém se você for uma pessoa sensível tome cuidado⚠️







Já faz muito tempo que estou correndo sem um rumo, meu corpo clama por descanso sinto que a qualquer momento vou desmaiar

Mas enquanto isso não acontece continuo a correr

Corro porque minha vida depende disso, eu não posso simplesmente parar de existir no meio de uma floresta. Tem noção do quão clichê isso é?

Lágrimas involuntárias saiam de meus olhos como se fossem cachoeiras. Eu estava com muito medo

Os passos que ouviam atrás de mim era sem dúvidas o som mais aterrorizante que já ouvi ou vou ouvir em toda minha vida

Estão cada vez mais próximos de mim, é como se eu pudesse ouvir sua respiração.

Eu vou pegar você, ratinha

Meu corpo paralisa de pavor quando escuto seu chicote estralar em uma árvore, demoro apenas alguns milésimos de segundos para voltar a correr dessa vez mais rápido do que nunca

Olhando mais para frente avisto uma pequena casa bem simples no meio das enormes árvores. As luzes estão acessas e há fumaça saindo da chaminé

Me permito abrir um sorriso aliviada pela primeira vez na noite

- POR FAVOR ALGUÉM ME AJUDA! - grito enquanto corro em direção a casa.

Sinto minha voz indo embora depois desse grito.

A cada passo que dou até aquela casa mais estranho tudo parecia. Tudo muito quieto. Tento bloquear esses pensamentos mas simplesmente não saem da minha mente

Meu cérebro grita para recuar mas meu corpo não permite isso.

Assim que subo as pequenas escadas da varanda começo a esmurrar a porta com o resto de força que ainda me resta no corpo.

- por favor... Eu não quero morrer - minha voz saiu fanha e rouca pelos gritos, falta de força e choro excessivo

Continuo escutando passos atrás de mim mas agora estavam muito mais calmos. Puxo a maçaneta mas foi em vão. Estava trancada

As luzes estão acessas mas não vejo um sinal de vida naquela casa. Silêncio invade meus ouvidos, nem mesmo os passos que antes ouviam não ouço mais.

Hesitante, viro meu corpo para trás e vejo o maldito parado no primeiro degrau da escada me olhando com diversão nos olhos

Meu desespero estava sendo algo extremamente prazerosa para aquele verme.

Algo em sua expressão mudou, agora estava abrindo sorriso sinistro que fez todos os pelos de meu corpo se arrepiarem.

- que falta de educação a minha, deixe-me abrir a porta para você - sua voz nem ao menos estava diferente por causa da longa corrida que fez. Continuava grossa e macabra.

ele começa a vasculhar algo em seu bolso e logo tira um par de chaves

Naquele momento soube que não havia mais motivos para correr nem mesmo lutar. Caio no chão derrotada.

Ele me fez acreditar que havia esperança mas nunca teve. Esse era o jogo imundo dele.

Era uma armadilha

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