- Bom dia, Yu-na. - Rang falou bem próximo ao ouvido dela, fazendo ela quase dar um pulo.
- Nós estamos num tribunal, Jihoon. Bom dia.
A porta do elevador abriu, Yu-na torceu até o último minuto que alguém aparecesse, mas as portas se fecharam e ninguém entrou no elevador além deles dois. A garota ficou mais afastada possível do rapaz, sacudia impacientemente uma das pernas, geralmente as subidas no elevador eram rápidas, mas essa parecia estar levando horas.
Rang observava o jeito nervoso da moça ao seu lado, ali naquele espaço fechado, o perfume de Yu-na tomava de conta do lugar, não sabia dizer se era esse o motivo que o fazia sempre provocá-la e a querer por perto. Mas gostava de ver a reação que causava nela e lá estava ele se aproximando outra vez, fazendo com que ela ficasse encostada na parede espelhada do elevador.
- Eu estou te deixando nervosa? - a cada palavra que ele dizia, se aproximava mais, como um felino prestes a atacar, ficando frente a frente, apoiou os braços na parede, fazendo com que Yu-na não pudesse escapar.
- Não. - a garota respondeu. De fato mantinha uma expressão tranquila, mas Rang viu que perto do fino colar que usava, uma veia saltava compassadamente igual as batidas de um coração.
- Precisamos conversar. - ele disse.
O elevador sinalizou que haviam chegado no andar, o tempo para mais respostas havia acabado. Rang olhou para ela de maneira travessa, deu uma piscadela e saiu relaxado com as mãos nos bolsos.
Yu-na respirou fundo antes de sair atrás dele, com certeza aquele não era o Jihoon que havia conhecido, e agora ela se sentia cada vez mais convicta disso. Precisava pesquisar mais sobre o assunto, porque todas as soluções para essa mudança de comportamento tão notória eram fantasiosas e para ela só existiam em dramas.
Ao chegar na sala de julgamento fez questão de sentar longe dele, precisava colocar as ideias no lugar e pelo pouco que conhecia desse novo Jihoon, ele não a deixaria fazer isso se sentasse perto.
Rang deixou escapar um sorriso quando o promotor começou a falar sobre o réu, que havia cometido crime de identidade falsa e se passado durante quase 20 anos por outra pessoa. Ele se questionava se conseguiria assumir a vida do Jihoon assim, durante tanto tempo, sabia que estava cometendo um crime, não para as leis humanas, e sim no Pós Vida. Qual seria a sua sentença quando retornasse? Passaria a eternidade num castigo sem fim? Ou voltaria para aquela escuridão? Pensar nisso lhe causou arrepios.
Yu-na olhou para o namorado de soslaio, parecia concentrado no julgamento, ali da forma que estava até parecia o velho Jihoon. Mas ela sabia que era apenas uma impressão, por fora ele continuava o mesmo, mas por dentro era completamente diferente. O modo de agir, de pensar, se expressar e até mesmo a forma de falar havia mudado. Jihoon tinha uma fala branda, até quando precisava falar mais sério não aumentava o tom de voz, já agora ele falava de um jeito provocante, cadenciado, de uma forma quase cantada.
Seu relacionamento já não ia bem, e agora Yu-na não estava disposta a reconstruir seus laços com ele, mas algo nele a deixava curiosa, e era por isso que ainda estava por perto, descobria a todo custo o que estava acontecendo. E a aula de hoje havia lidado muito o que pensar.
Yu-na arrumou suas coisas para sair rápido do tribunal, depois teria que ler sobre o assunto, pois passou tanto tempo pensando em sua relação com Jihoon que quando se deu conta, o juiz já estava dando a sentença. Viu ele andando apressado a seu encalço, mas não esperou por ele. Depois daquela cena no elevador, não fazia ideia do que ele seria capaz, então era melhor evitar.
- Yu-na ssi. - ela já estava na porta do tribunal quando ouviu a voz dele. A forma como pronunciou seu nome fez com que ela parasse imediatamente, seu coração tinha errado algumas batidas. Lá estava ele de novo mexendo com sua cabeça.
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I'll be there: uma segunda chance
FantasyO que aconteceria se Lee Rang recebesse uma segunda chance? Por conta de um bug no sistema no Escritório de Imigração da Vida após a Morte, Taluipa faz um acordo com Lee Yeon, que a ajudasse a recuperar as almas que escaparam do Campo dos Vagantes e...
9. Brincando com fogo
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