VINTE E UM | LABIRINTO ENTREMONTES

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    — Estamos mesmo no lugar correto? – Halina olhou para as paredes.

      — As bússolas apontam que estamos no ponto mais baixo do Vale. Portanto, acredito que sim. – Skadi verificou seus instrumentos.

       — Mas não se parece em nada com o que Kelaya nos disse. – Eleina argumentou.

        — Bem, nenhum dos nossos desafios até agora foi muito previsível. Quem sabe este possa ser um pouco mais razoável. – Zaire falou, empenhando-se em ser otimista.
    
         — Pode ser uma ilusão. Uma armadilha para os nossos sentidos. – Malya afirmou, fazendo todos olharem para ela.

         — Você parece entender bastante das sombras, celosiana. Provavelmente, está certa. – a princesa provocou, seu irmão lhe lançou um olhar de desaprovação.

         — De todo modo, acredito não ser sábio que todos entremos. Eleina, Aryeh e Keisha devem ficar aqui. Enquanto os outros entram no Labirinto. – Arden recomendou. – Eles ficam com os outros dois fragmentos em segurança.

          — Por que você vai entrar no labirinto? Não é um Lectus. – Aryeh não gostava de ficar fora da glória.

          — Vou proteger minha irmã. – devolveu irritado.

          — Também tenho um irmão, Arden. Contudo, acho que nós devemos ficar aqui. Os Lectus saberão conduzir o próprio caminho. – Eleina foi gentil e pacificadora.

        O príncipe queria discordar, mas antes que pudesse sua irmã tocou sua mão, pedindo paciência.

       — Está bem. – deu-se por vencido.

       Os Lectus desceram de seus animais, arrumando o que levariam nas sacolas. O Labirinto era convidativo, sentiam pouco medo de prosseguir. Apenas um frio na barriga agitava o corpo deles.

          — Malya, proteja Halina. Eu imploro. – Arden sussurou para a celosiana antes deles partirem, a mulher assentiu em resposta.

        Andaram juntos até a entrada, inicialmente havia um só caminho para esquerda. Mas depois, uma bifurcação se abriu. O Labirinto era tão belo internamente quanto a parte externa, podiam escutar até pássaros cantando. Questionavam-se onde o fragmento estaria, no meio do labirinto, na chegada ou em uma das infinitas paredes...

          — Para aonde iremos agora? – Kale falou.

           O palladiano tirou a lança da sacola e passou a usá-la como um cajado.

           — Deveríamos nos separar, cobrir uma área maior... – Halina começou.

            — Tolice, se separar só pode nos causar problemas. – Zaire discordou.

             — A princesa tem razão, não sabemos onde está o fragmento. Quanto mais rotas distintas traçarmos, maiores as chances... – Skadi lia sua bússola.

            — Maiores as chances de morrermos. – Zaire interrompeu. – O fragmento vai nos encontrar...

            — Covarde! – exclamou a princesa com desdém, lançando seu familiar para cima, a fim de que o animal encontrasse alguma informação.

           — Antes covarde que estúpido, princesa. – devolveu ríspido.

           — Pessoal, não vamos brigar. – Kale tentou pacificar a discussão.

           — Calados. – Malya exigiu, tocando no solo. Trouxera o cajado.

            — Ora, sua atrevida. Quem pensas que és para falar assim comigo? Não temo tua magia negra. – Halina disparou.

Contos de Lucem - Ressurgir SombrioWhere stories live. Discover now