- Será que ele ainda faria tal proposta se soubesse que uma mulher o derrota facilmente, querido Ethan? - alfinetou a mulher, presunçosa. Ethan sorriu refreado. Mesmo sem o olhar Keira sabia que o amigo estava sorrindo

- Não acredito que não te convenceste que nunca lutei a sério.

- Parece que o tempo só piorou suas engrenagens, Ethan! - comenta em meio a seu sorriso mais amplo

- Tive saudades de vê-la sorrir - confessa numa seriedade repentina, com o olhar intenso direcionado bem nos olhos de Keira que a seu ver, eram os mais perfeitos que existiam

A lua refletia nas águas cristalinas a sua frente, que agraciavam a mulher com toda a beleza divina, pois toda aquela luz estavam nos olhos de Keira que Ethan não deixou de olhar nenhum segundo.

- Também senti sua falta, muita - confessa ao levar a cabeça de encontro aos ombros largos do amigo, e os braços em volta dos dele.

- Vim buscá-la. Recebi sua carta, só lamento por ter demorado! - olha para seu amigo duvidosa

- Minha carta? - verifica

- Sim!

- Não escrevi para você, bem escrevi, mas não cheguei a enviar ainda - avisa

- É sua letra, recebi faz algumas noites - Ethan retira o papel do seu bolso e o entrega

O corpo de Keira tensiona. Se levanta rápido ainda com os olhos presos em cada frase daquele papel, definitivamente era sua letra, a reconheceu perfeitamente. Também lembrava com que aflição a escreveu, mas tivera se passado tanto tempo, e pior, ela nunca ousou enviar.

- Eu a escrevi, mas...

Antes que pudesse terminar de se explicar, um tumulto se faz ouvir no meio da mata, as luzes das tochas e lampiões se aproximavam.

Tomada pelo desespero entendeu o que tivera acontecido.

- Corra. Corra Ethan. Vá embora! - empurrava o amigo que não ousava mexer-se

- Não sem levá-la comigo!

- Eles vão matá-lo, corra logo, Ethan. Fuja, eu irei encontrá-lo.

- Não vou deixá-la nas mãos de um homem sem escrúpulo quanto o Duque. Posso até ser morto mais irei libertá-la antes

- O que raios falas? - perguntou sem o entender

Algo estava errado, tudo aquilo parecia perfeitamente planeado, quem o faria?

A essa altura seus olhos já despejavam copiosas lágrimas. Seu coração batia tão forte quanto suas mãos tremiam. Era tomada pela euforia da adrenalina.

- Como viverei se morrer por minha culpa? Como quer que eu viva, que eu seja livre com o peso da sua morte? Fuja Ethan, por favor.

Ethan, sentia o coração apertar por ver Keira em prantos. Ela tinha razão, ele mesmo sabia como era difícil viver com o fardo de ter a morte de alguém suspensa em seus ombros

- Volto para buscá-la! - promete e se distancia quando enfim os homens do Duque já podiam ser vistos ao redor do lugar.

Então viu Edward naquela imensidão tumultuada. Seu olhar era tão duro e repulsivo que sentiu uma dor profunda como se apenas um olhar pudesse feri-la tão grave.

O que ele fazia ali? Tivera voltado mais cedo? Ou pior, tivera apenas arquitetado tudo para encontrá-la com Ethan?

- Edward - correu para os braços do homem que a desprezava naquele momento - não é o que parece...

- Então você não tem encontrado seu amante aqui no seu ninho de... - suas palavras foram tão ríspidas que Keira o esbofeteou antes que terminasse

- Levem-na daqui e tranquem-na em seu quarto - anunciou

- Me solte, agora, mandei soltar - os homens a carregavam em direção à casa

- Edward não faça isso. É UM ERRO.

Os gritos chorosos de Keira eram cada vez mais altos, saiam como se rasgassem sua garganta e chegavam aos ouvidos do homem com o coração despedaçado pela traição da esposa que julgou ter conquistado.

- Procurem o homem! - os guardas que ainda se encontravam perto de si, deram início a uma patrulha que durou a noite toda.

Quase ao amanhecer, Keira ainda chorava em seu quarto, dessa vez sem o consolo de Deborah.

Não sabia por quem chorava, por seu amigo que seria cassado aquela noite, ou por seu marido que estava prestes a cometer uma injustiça por um mal-entendido!

Antes que seu sofrimento fosse prolongado, Edward adentrou em seu quarto. Salta da cama e põe-se bem na frente do homem.

- O que fez com ele? Por favor, diz-me o que fez? - o segurava pelas vestes e enquanto desesperada suplicava por uma resposta

- Ainda ousa em perguntar por seu amante? Depois de tê-lo trazido debaixo do teto de seu marido é mesmo uma...

- Não ouse continuar!

- Prostituta - continua

Quando sua mão ia de encontro ao rosto do Duque, ele a segura forte.

- Não vai fingir estar ofendida como uma dama - disparou - dei-lhe tudo que qualquer uma no seu lugar lutaria para ter, riquezas, reconhecimento, um título. Ainda assim, me traiu com o primeiro vira-lata que surgiu?!

O desprezo em seu olhar assim como na fala. Destruíam Keira. Cada ofensa pronunciada pelo Duque a feria profundamente

- NÃO PEDI NADA A VOCÊ, MUITO MENOS SEU MALDITO TÍTULO.

- MAS QUIS, NÃO O RECUSOU UMA ÚNICA VEZ.

- Irá se arrepender de me ter ofendido. E, dessa vez não irei perdoá-lo. - Puxa sua mão do aperto forte do homem sustendo seu olhar odioso.

- SAIA DAQUI -. Vozeou enraivecida

- Saio, mas você só sairá daqui depois de eu decidir o que fazer com você.

- Não pode me manter presa aqui - pondera

- Não só posso como vou fazer - decreta, dá-lhe as costas para ela, mas antes que pudesse sair a voz embargada chega a seus ouvidos

- Você igual a todos eles. Não sei como pude me enganar tanto a seu respeito. - Lamenta

- Digo o mesmo!

Fechou a porta atras de si e então permitiu-se sentir o que muito reteve, por mais que se apercebesse que Louise sempre teve razão quando o avisara inúmeras vezes sobre a virtude duvidosa de sua esposa.
Agora sentia que podia ver quão ingênuo foi ao pensar que a Duquesa nutria algum sentimento por ele.

A Duquesa Where stories live. Discover now