CAPÍTULO VINTE E UM

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O caminho até o restaurante foi quase silencioso entre nós duas, apenas a voz de The Weeknd tocava ao fundo. Quando ela estava muito concentrada na direção, eu aproveitava para observá-la dirigindo.

Lisa tem controle até com isso, ela desliza a mão no volante tão perfeitamente, uma habilidade tão linda de se observar. Sou detalhista, sempre amei observar as pessoas, mas com ela, tudo parece tão leve e ao mesmo tempo tão forte.

Trocamos pouquíssimas palavras, mas eu percebi que ela queria colocar a mão na minha coxa, que estava perceptível graças à fenda. Não falei nada, esperei alguma ação sua, mas por ironia do destino, nunca veio.

[ • • • ]

— Vou querer uma “bisteca fiorentina”. — pediu ao garçom, ainda olhando o cardápio — Para a sobremesa, vou querer um “petit gateau”. — me encarou, fechando o cardápio — Jennie?

Olhei o cardápio. — Vou querer um “ossobuco” e para a sobremesa, uma “pannacotta”.

— Traga um vinho branco para agora, quando trouxer a comida, traga um vinho do gosto que acha que combine. — pediu sorrindo.

Entregamos o cardápio para ele, que sorriu gentil e pediu licença. Aproveitei para olhar a estética do resturante, muito bem estruturado, arrumado e exala elegância. Me pergunto se Lisa já veio com alguém aqui.

— Gosta da culinária italiana? — pergunto, deixando o clima mais agradável.

A música baixa tocando ao fundo, traz um vibe bem gostosa. As pessoas conversam baixo, em sinal de claro respeito aos outros, o que me deixa mais confortável. Somos as únicas no restaurante em um encontro do mesmo sexo, mas isso não me intimida de forma alguma.

Percebi até quando entramos, que algumas mulheres ao redor, inclusive a recepcionista olharam bem para minha acompanhante, mas ela não viu nada. Fiquei feliz ao perceber que Lalisa está prestando atenção apenas em mim.

— Gosto. — respondeu, pegando a taça quando o garçom nos trouxe. Ele encheu nossas taças, pediu licença e saiu, nos deixando sozinhas novamente — Você gosta?

Beberiquei minha taça, sem tirar os olhos dos seus. — Sim. — respondi — Já visitou a Itália alguma vez?

— Sim, duas vezes. — disse, se acomodando em sua cadeira — Pode não parecer, mas eu gosto da Europa.

Assenti. — Dizem que as melhores pessoas estão por lá.

— Me diga você, então? — sorriu de ladino.

Negando com a cabeça, sorri. — Não perde uma, não é?

— Não. — bebeu um pouco do vinho, degustando-o na boca — Hum, eu amo esse tipo de vinho.

— Dormiu com muitas italianas? — debochei — Falam que elas sabem muito bem como chupar um pau.

Ela levantou uma sobrancelha. — Ainda bem que eu não tenho um pau, Jennie.

Eu quis me socar internamente, uma pergunta dessa nesse momento do campeonato, e ainda por cima deixando transparecer muito bem o meu ciúme, só iria deixá-la mais confiante.

Baixei os olhos para minha taça, sem coragem de encará-la. Escutei-a respirar profundamente e soltar o ar, talvez ela tenha ficado irritada com a merda que eu falei e principalmente com a referência.

— Jennie, você não precisa ficar constrangida. — ela falou, afastando o clima pesado que poderia nos rondar.

— Eu não deveria ter falado isso, — olhei para o lado — desculpe se eu a comparei com um homem.

Ela sorriu leve. — Tudo bem, eu realmente não ligo para coisas bobas assim. — seu tom estava tão leve, que comecei a ficar irritada — Ah não ser que você me queira como seu homem.

— Lalisa, eu não curto homens. — revirei os olhos, rindo.

Ela deu de ombros. — Sua mulher, então?

— Você não iria aguentar o trampo. — eu disse, flertando e pegando minha taça — As outras não aguentaram. — bebi mais um gole do vinho na minha taça.

Ela fechou a cara. — Não sou as outras. — disse, em um claro tom insatisfeito — Acho que não deveria dar a entender que dormiu com outras mulheres, quando está comigo.

— Só quero te deixar um pouco bravinha, — ironizei um pouco, mas ainda flertando — gosto quando assume a postura dominante e bate na minha bunda.

Ela tombou a cabeça par trás, rindo. Vejo que terei que bater muito na sua bunda ainda. — com um olhar firme, ela apontou para minha bolsa — Coloquei uma coisinha dentro da sua bolsa, olhe. — ordenou.

— Lisa, o que está aprontando? — peguei minha pequena bolsa de mão, e quase gritei quando vi o objeto lá dentro — Que porra é essa?

— Shh, fique calminha. — sorriu de uma forma que fez meus joelhos perderem os movimentos — Agora vá até o banheiro e coloque-o! — sua voz esbanjava dominação e prepotência — Nem pense em negar, quero que faça!

 — sorriu de uma forma que fez meus joelhos perderem os movimentos — Agora vá até o banheiro e coloque-o! — sua voz esbanjava dominação e prepotência — Nem pense em negar, quero que faça!

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