Um líquido é colocado sobre a ferida, e eu solto um resmungo de dor. A porra dói mesmo!
—Irá doer só um pouquinho!—sorri marota, voltando a seus afazeres. Fico olhando tudo, as coisas que ela usa. E por fim, enrola todo com gases e prende com o esparadrapo.—Prontinho! Só os do rosto agora.
Vem a pior parte. Seu rosto fica a centímetros do meu. Minha respiração muda, encaro profundamente seus lábios, buscando o meu auto controle. Nunca fiquei assim antes. Eu não queria me controlar. Mas por mais que eu tivesse pensamentos pecaminosos em relação a ela, ficaria guardado na minha mente, não iria assustá-la achando que eu sou um maluco. Ninguém consegue controlar seus pensamentos.
Depois de uma seção de tortura, ela termina, jogando as luvas e os objetos usados e sujos no lixo.
—Na parte da tarde, uma outra enfermeira virá ver como está. A todo momento estarão passando médicos, técnicos em frente, que irão vê-lo.—meu sorriso se desmancha, ela não virá me ver nos outros turnos.—Seus familiares estavam aí fora, daqui a pouco estará na hora das visitas, poderão vê-lo.
—Por que você não pode cuidar de mim em todos os turnos?—não controlo a minha língua. Ela fica assustada de início com a minha pergunta, mas logo se coloca a responder.
—O meu plantão será só até metade deste dia. Preciso descansar um pouco. 32 horas seguidas não é pra qualquer um.—brinca, soltando uma risada gostosa.—Enfim, uma boa recuperação para o senhor...
—Pode se referir a mim como você.—não evito uma piscadela.
—Ok, ok! Uma boa recuperação para você. —frisa o "você".
Dando meia volta,prestes a sair da sala, eu me lembro de algo. O seu nome...
—Posso saber o nome da enfermeira que cuidou de mim com tanto carinho?—sou galante.
—Sofia Arantes.—responde.—Eu já sei o seu nome Alex Coolidge.
Como eu fiquei duro só com a pronúncia do meu nome por uma mulher?
Droga! Mil vezes droga!
Sua bunda balança pra fora do quarto, e eu acompanho tudo com a testa franzida. Alguns achariam ela gorda, acima do peso, mas eu particularmente, a achei gostosa pra caralho, sexy, deslumbrante! Ignoro todas as outras dores, só focando agora na dor das minhas bolas, que estão azuis, é certeza.
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—Meu Deus meu filho.—reviro olhos, após minha mãe me abraçar chorando pela milésima vez só neste minuto. Até parecia que eu estava perto de morrer e escapei por um milagre.—Que grande susto você nos deu! Estávamos tão preocupados.
—Eu já estou bem mãe. Não precisa chorar mais, está bem?—por mais que ela seja chata um pouco, eu ainda odeio ver minha mãe chorar e eu não poder fazer nada. E ainda mais quando é por minha culpa.—Não será dessa vez que deixarei vocês de luto.
