Capítulo 205

107K 4.4K 13.9K
                                    

Harry POV

“Outro?” A barman, cujo nome sei que é Betsy, me pergunta.

O meu improvável parceiro de bebida, Richard, correu para o banheiro pela quarta vez desde que chegamos. Tenho que a sensação que a Betsy gosta um pouco do Richard, o que me faz sentir desconfortável como o caralho.

Com um assento de cabeça, dispenso a mulher corpulenta e espero pela minha bebida. São duas da tarde e já bebi quatro copos, não seria tão mau se não fosse whisky puro.

Os meus pensamentos estão enevoados e a minha raiva está diminuindo. Não sei com quem ou com quê devo estar mais chateado, por isso desisti de pensar na razão e decidi entrar no estado geral de estar chateado com tudo.

“Aqui está.” Ela desliza a bebida para a minha frente, enquanto o Richard se senta no banco ao meu lado. Pensava que ele tinha entendido a importância de ter uma cadeira vazia entre nós, parece que não.

“Me pediu outra?” Ela se vira para mim, passando a mão sobre a sua barba ríspida. O som é horrível.

“Devia raspar isso.” Ofereço, de alguma forma, uma opinião bêbada.

“Isso?” Ele faz a mesma coisa com a mão, outra vez.

“Sim, isso. Não é uma boa aparência.” Meio que rio.

“É bom, me mantém quente.” Ele ri e bebo um gole da minha bebida para impedir que me junte na risada com ele.

“Betsy!” Ele chama, ela assente com a cabeça e retira o copo vazio dele do balcão.

“Vai me dizer porque está bebendo?”

“Não.” Movo o meu copo em círculos, fazendo o gelo bater contra o vidro.

“Está bem, sem perguntas, só bebida.” Ele sorri.

A maior parte do meu ódio por ele se dissolveu, penso isso até imaginar a garota de dez anos, loira, se escondendo na estufa da sua mãe. Os olhos azuis dela estão arregalados, quase temerosos, até o rapaz loiro vestido com casaquinho de malha aparece para salvar o dia, porra.

“Uma pergunta.” Ele pressiona.

Respiro fundo e tomo um gole de bebida ainda maior para me acalmar, para não fazer algo idiota, mais idiota do que beber com o pai alcoólico da minha namorada.

“Uma.” Reviro os olhos, esta família e a porra das suas perguntas.

“Foi expulso da faculdade hoje?”

Desvio o olhar devido à pergunta, desejando que eu não tivesse bebido quatro… Não, cinco bebidas.

“Não, mas ela pensa que sim.” Admito.

“Porque ela pensa isso?” Bisbilhoteiro do caralho.

“Porque disse a ela que fui expulso, já são muitas confissões para uma noite.”

“Como quiser.” Ele sorri e levanta o seu copo para bater no meu, mas eu o afasto, abanando a cabeça.

Vejo pelo riso dele que ele não estava à espera que eu brindasse com ele de qualquer maneira, e ele me acha muito engraçado, da mesma forma como eu o acho muito irritante. Uma mulher, que parece ter a idade dele, aparece ao lado dele e se senta ao seu lado. Ela envolve o seu braço fino em volta do ombro dele e ele a cumprimenta abertamente. Ela não me vê como um sem-teto, mas ela conhece ele obviamente. Ele provavelmente passa a maior parte do seu tempo na merda deste bar. Uso a distração dele para ver o meu celular, ver se tenho mensagens ou chamadas da Tessa, mas nada.

AFTER 3 (Tradução Português/BR) - PARTE 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora