Jennifer entrou na casa de classe média no bairro Jardim Social enxergando, em um único olhar, todas as patys e boyzinhos que estavam reunidos ali, regando o corpo com álcool e drogas. A noite fria não parecia incomodar as pessoas que se esquentavam umas nas outras com beijos calorosos e amassos ousados.
Tinha ido até ali a convite de um policial amigo seu, mas tinha se arrependido. Queria mil vezes estar atrás da sua mesa na delegacia do que ali naquele círculo vazio de cabecinhas ocas. A irmã desse policial iria embora para Itália e tirando Diego, não conhecia ninguém. Olhou para o relógio que marcava 00h45 AM e tomou uma pílula com um gole de uísque. Se estivesse com vontade de trabalhar atuaria todos por desordem pública e drogas. Saiu à procura de Diego para se despedir e ir para casa, mas uma ruiva de olhos castanhos interceptou seu caminho.
— Oi. Eu. Eu não te conheço. – Falou com um sorriso dopado.
— É. Eu também não te conheço. Com licença. – Respondeu empurrando-a delicadamente.
— Mal-educada! Meu nome é Beatriz.
— Muito prazer Beatriz.
— Não vai me falar seu nome?
— Pra quê? Você não vai lembrar amanhã.
— É verdade. Então seu nome não é importante. Vem. Quero conversar com você.
— Eu estou indo embora.
— Não vai não. Tem tanto tempo que não me divirto tanto!
— Quanto tempo? Um dia? Talvez três.
— Vou te chamar de senhorita ironia. Meu noivo é um chato de galocha sabe? Daqueles médicos nojentos e certinhos?
— Se você o ama, deve ser uma chata de galocha, certinha e pedante. Eu tenho que ir.
Jennifer se virou para se afastar, mas a garota interceptou sua frente quase caindo no chão. Com um gesto rápido a segurou pelos braços.
— Você tem braços fortes. – Falou a ruiva encarando os olhos verdes pela primeira vez. – Sabe o que dizem sobre braços fortes? Meu noivo não tem.
— Onde está o seu noivo? Vou te entregar a ele.
— Ele está fazendo plantão. Ele trabalha demais. E eu me divirto demais! – riu Beatriz.
— Vamos sentar um pouco. – Disse Jennifer guiando-a até o sofá. – Onde estão seus amigos?
— São todos meus amigos! — falou abrindo os braços — Todos eles.
— Toma essa pílula. – Falou entregando um dos seus comprimidos. – Vai combater o álcool no seu sangue.
— Eu acho que eu não tomo drogas.
— Eu também não. Agora toma.
Jennifer viu a ruiva colocar a pílula na boca e depois de se certificar que ela tinha engolido, sentou-se na sua frente, na mesinha de centro.
— Porque você é tão brava? – Quis saber Beatriz. – Seu namorado não veio?
— Não. Minha mulher está viajando.
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03:45 AM
RomanceFaltando apenas três meses para o seu casamento, Beatriz encontra uma misteriosa mulher morena, de marcantes olhos verdes, que a faz ter a melhor noite de sexo da sua vida. Sem nem ao menos saber qual o seu nome, Beatriz decide que precisa reviver a...